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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

«Trotski - O Profeta Desarmado» - Isaac Deutscher






   «TROTSKI - O PROFETA 
                         DESARMADO» 
                 (1921-1929)
ISAAC DEUTSCHER

Tradução de VALTENSIR DUTRA
Montagem de capa: Marius Lauritzen Bern
DOCUMENTOS DA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
Volume 41a (520 págs.)
EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA
RIO DE JANEIRO, 1968
Título original: ´THE PROPHET UNARMED»
                     TROTSKY: 1921-1929
OXFORD UNIVERSITY PRESS, 1959




´O Profeta Desarmado` abrange toda a luta e conflitos internos no Partido Comunista (b) da União Soviética , após a grave doença e morte de Lenine. O abalo e confronto entre Trotsky e Zinoviev, Kamenev e Estaline, volta à tona de um modo claro e seguro nas páginas de Isaac Deutscher .

Pormenorizada e minuciosamente é narrado o drama de uma luta sem tréguas, de forma viva e palpitante de emoção política! Neste volume pode apreciar-se à lupa o drama-trágico de uma luta sem tréguas nem quartel que culmina com a queda e o exílio de Leão Trotsky.

Uma interrogação se levanta a todos os que acompanharam e estudaram o desenrolar da Revolução russa: Qual o motivo e razão que levaram Trotsky a ser afastado e perder o poder? 

À primeira vista, e numa abordagem imediata da situação, L. T. parecia ter todos os trunfos para vencer: prestígio popular, o papel desempenhado como Comissário da guerra e a sua dedicação aos problemas da economia...Aquele que dirigira a insurreição de Outubro e organizara de modo brilhante o Exército Vermelho, andando de um lado para o outro, num frenesim, no seu famoso comboio, definido por Lenine como o mais capaz do Comité Central e o mais indicado para lhe suceder, não como burocrata, antes como o teórico da Revolução. Então qual a razão da vitória de Estaline?!

Quem ler a carta que Joffé escreveu a Trotsky, antes de se suicidar e ler atentamente a crítica de
Lenine, acusando L. T. de se ter deixado encantar pelo ´lado administrativo das coisas` , bem como  a conhecida sobranceria e dificuldade em se integrar em trabalho de grupo, talvez encontre algumas razões.

Trotsky procura explicar o problema da seguinte forma: «Em 1924. Estaline era desconhecido e não gozava de popularidade mesmo nas fileiras da burocracia. A nova casta dirigente (´Nomenklatura`) tinha a esperança de que Estaline tomasse a defesa dos seus privilégios. 

Neste sentido não foram poucos os esforços que se fizeram. A burocracia inclinou-se decididamente para o lado de Estaline quando compreendeu que eu não tinha a intenção de defender os seus interesses contra o operariado. Pelo contrário: estava disposto a defender os interesses dos operários contra a burocracia. Então fui declarado ´traidor` . Esta denominação vinda da voz da casta privilegiada é um testemunho da minha lealdade à causa da classe operária.»

Esta explicação de Trotsky é puramente interpretativa, de natureza teórica. Na sua autobiografia,
´A Minha vida`, descreve a luta contra Estaline de forma sucinta e superficial. Não entra em pormenores. Fala como parte, dizendo apenas o que lhe convém. 

Isaac Deutscher que estava numa posição privilegiada, pois tinha acesso ao imenso arquivo de Trotsky, descreve de maneira pormenorizada e real a luta interna entre Totsky e outros, que não só Estaline. Dá-nos a conhecer os erros e falhas de Trotsky num conflito de grandes proporções. 

Revela os momentos de indecisão e de omissão. Mesmo de subordinação aos adversários. Sabe-se já há muitos anos que escrevia contra as acusações quando a publicação era livre para os membros da direção do Partido, e acabava poa não os entregar esses escritos para publicação...na autobiografia afirmava ter sido impossibilitado por doença!!!

Deutscher aponta as oportunidades perdidas como a aliança que Lenine lhe propôs no caso da Geórgia. Quando finalmente se decidiu lutar a sério...era tarde!

Neste volume surgem estupendos perfis de Kamenev, Zinoviev, Bukharine, Radek, Rikov, Molotov e demais dirigentes, Realça as mais destacadas figuras do mundo intelectual, como Maiakovsky e Alexandre Block.

´O Profeta Desarmado` abrange um período que vai dos primeiros anos da Nova Política Económica (NEP)  até à deportação para Alma-Ata, no Casaquistão em 1928 e finalmente a expulsão para a ilha de 'Prinkipo' no mar da Mármara, em 1929. De aí em diante começa o longo exílio do Homem que escreveu ´O Planeta sem passaporte (visto)` !...




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