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segunda-feira, 27 de junho de 2011

«Dossier Coimbra 1969» - ' A crise de Coimbra vista por observadores estranhos aos acontecimentos'





«DOSSIER 
     COIMBRA  
     1969»
         ´A crise de Coimbra vista por 
observadores estranhos aos acontecimentos`


ANTÓNIO DA CRUZ RODRIGUES
JOSÉ MARIA MARQUES
JOAQUIM MARIA MARQUES
COLECÇÃO FACTOS E DOCUMENTOS - 1
LIVRARIA SAMPEDRO EDITORA

LISBOA, 1969
´2ªEdição`
223 páginas


Que levou os autores a fazerem o presente inquérito aos acontecimentos académicos de Abril-Julho de 1969 em Coimbra? 
Confessam os autores que, em primeiro lugar, os moveu uma sentimento de curiosidade e o desejo, mais a necessidade de compreender.
Querem perceber precisamente o que aconteceu? E como? E porquê?

Dizia-se, confessam, que um ´processo` contestatário tivera curso em Coimbra segundo os princípios, o método e as regras internacionalmente experimentadas.
Acrescentam saber-se como a ideia espalhada por toda a parte, relativamente aos movimentos estudantis estrangeiros dos últimos anos, é de que se trata de movimentos subversivos, de contestação geral da sociedade e não apenas académica - aproveitando a 'nova classe' dos estudantes como plataforma revolucionária, esgotadas que estariam as possibilidades subversivas do proletariado.

Seria assim em Coimbra, perguntam?!

Acreditam que dos factos apurados sobressaem as regras da estratégia e da tática reivindicativas ali aplicadas, aliás com talento acrescentam. Talvez não seja possível de ora em diante ignorar o que apuraram, como após outras crises (1962?)

Isso impressionava-os: que só a memória efémera dalguns registasse idênticos acontecimentos de 1962 e 1965, para não falar de outras crises. Estão seguros de que, por não haver sido estudada sistematicamente, as lições possíveis se tivessem perdido completamente ou quase, e dos mais ou menos interessados em estar prevenidos com o conhecimento rigoroso das leis que eventualmente presidam a este tipo de acontecimentos, poucos fossem capazes de pronunciar-se sobre os últimos, desde o princípio, com alguma segurança e aquela independência que uma informação adequada sempre permite. Sabem, aliás, que talvez por isso a desorientação de muitos, dos mais responsáveis até, foi nessa altura impressionante.

Do que estão convencidos é de que os mais surpreendidos com a profunda unidade e coerência da crise revelada, qualquer que tenha sido o seu lado na barricada, hão de ser muitos dos que participaram ou estiveram presentes nos acontecimentos - mas por isso mesmo, mergulhados na sua rápida sucessão, não chegaram a ter notícias completas nem uma visão de conjunto dos mesmos.

Reconhecem não supor ter feito o melhor que era possível e que o seu trabalho esteja isento de lacunas. Formaram equipa, para que o risco da visão unilateral fosse menor  e menor também fosse a probabilidade de lhes escaparem aspetos importantes dos acontecimentos.

Estão certos de não terem forçado as conclusões. Apesar de os documentos publicados pelos dirigentes associativos, muito abundantes, eram quase os únicos conhecidos e a dificuldade principal do inquérito terá estado, por isso, em conseguir completar a visão que esses documentos atestam com outras perspetivas e diferentes ângulos de análise, com outros testemunhos, em suma.

Dirigem-se agradecidos a todos quantos, autoridades, professores e alunos de todas as tendências,
facilitaram à equipa, esses testemunhos e não regatearam a sua contribuição ao esclarecimento; o menor ou maior mérito do trabalho em muito lhes é devido!

Tendo-se esgotado  a 1ª edição deste livro em menos de dois meses, os autores procuraram alguns aperfeiçoamentos, não muito numerosos mas de certa importância, e novos documentos em apêndice, além das abundantes correções gráficas.

A crítica à 1a edição visou o facto de a equipa não ter feito o estudo sociológico e exaustivo de todas as causas da crise universitária Quer dizer, foram criticados por não terem sabido manter-se limitados ao tema a que se propuseram - que era o exame do «processo» utilizado, da mecânica montada para fazer funcionar a contestação. 

ÍNDICE

PREFÁCIO DA 2ª EDIÇÃO 7
PREFÁCIO DA 1ª EDIÇÃO 9

CAPÍTULO I - ECLODIR DOS ACONTECIMENTOS: 
    inauguração do edifício das Matemáticas. 13

CAPÍTULO II - DESENROLAR DA CONTESTAÇÃO: O 
    boicote das aulas. 45

CAPÍTULO III - NOVA FASE DA CONTESTAÇÃO: O 
    boicote dos exames. 109

CAPÍTULO IV - A EVOLUÇÃO DO BOICOTE DOS EXAMES 165


APÊNDICE: 11 Documentos (pags 183-223)




Nota: Esta obra foi feita por opositores de direita ao Governo do Professor Macelo Caetano e estão na origem da 'Editorial Restauração' e da publicação da revista ´Resistência`.









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