
«A PALESTINA
OUTRO
MUNIQUE?»
H. S. CROSSMAN e
MICHAEL FOOT
(Membros do Parlamento Britânico)
PREFÁCIO DE
ANTÓNIO SÉRGIO
TRADUÇÃO:
MARIA MARGARIDA BRANDÃO
CADERNOS
DE POLÍTICA INTERNACIONAL Nº 1
EDITORIAL ´INQUÉRITO`LIMITADA
LISBOA - 1946
64 pgs
TÍTULO ORIGINAL:
´A PALESTINE MUNICH? `
Em 1946 a «Editorial Inquérito Limitada», editora que resistia pela suas publicações ao ´Estado Novo`, lançou uma nova série de cadernos, com um sugestivo título «Cadernos de Política Internacional», tendo escolhido para livro inaugural. por sugestão de António Sérgio, o livro editado havia pouco tempo na Inglaterra: «A Palestina, outro Munique?», da autoria de dois Deputados Trabalhistas, Membros do Parlamento Britânico.
António Sérgio escreveu para apresentar a obra, um substancial prefácio! Nesse prefácio, Sérgio abre com uma citação de Samuel Usque, tirada da obra «Consolação às tribulações de Israel»; o nosso distinto compatriota, seguindo na esteira dos autores, H.S. Crossman e Michael Foot, faz um apelo ao Governo, do Partido Trabalhista, para abandonar o «Livro Branco» de 1939 e permitir a emigração judaica até ao máximo da capacidade de absorção do território. Em suma, a condenação de toda a política oficial britânica até aí seguida com os judeus, decididos a criar, de vez, o seu «Lar Nacional», como lhes fora prometido pela «Declaração Balfour».
«A Palestina um novo Munique» foi, sem dúvida, uma obra indispensável para quem, na época desejasse conhecer, nas suas reais linhas, o problema nacional hebraico!
Acontece que, em desespero de causa, o Governo inglês anunciou na Primavera de 1947, exigir a inscrição da «questão palestiniana» na ordem do dia da O.N.U. !
Ao contrário do se que esperava a U.R.S.S. e os E.U.A. colocaram-se, por uma vez de acordo no «Conselho de Segurança», o qual recomendou à «Assembleia Geral» um plano de partilha que foi adotado a 29 de Novembro de 1947. A Grã-Bretanha reconheceu-se então vencida e decidiu evacuar o território a 15 de Maio de 1948.
Os judeus aceitaram o plano de partilha e os árabes rejeitaram-no. A 14 de Maio de 1948, poucas horas antes da partida do último Alto-Comissário Britânico, David Ben Gurion proclamou em Telavive, a independência do «Estado de Israel», reconhecido ´de jure` pelos E.U.A e pela U.R.S.S. Tendo esta última, permitido a constituição da ponte aérea que, a partir da Checoslováquia, forneceu ao jovem Estado Judaico a possibilidade de resistir à invasão dos 5 exércitos árabes: Iraque, Síria, Líbano, Egipto e Jordânia, dispondo esta última da famosa «Legião Árabe», formada por Lawrence!
Os combates foram ganhos por Israel e levaram os Árabes a pedir um Armistício, que foi celebrado em 1949! Apenas a Legião Árabe Jordana resistiu e manteve a jurisdição de Jerusalém sob domínio jordano, impedindo assim o acesso ao 'Muro das Lamentaçõs' aos judeus. Estes só conseguiram o acesso ao 'Muro' após a Guerra dos Seis Dias (1967)!
Porém, em vez de ajudar a formação de um Estado Árabe ´Independente`, os Estados àrabes anexaram os territórios que ocupavam, cabendo a maior parte à Jordânia (Transjordânia) com a designação de «Cisjordânia», sendo a ´Faixa de Gaza` anexada pelo Egipto!...
Existe hoje um «Estado de Israel», com um Parlamento, no qual estão representadas todas as matizes do espectro político. A formações políticas da esquerda quase desapareceram!
Documento de indicação por António Sérgio?, do interesse e novidade do livro aqui referido,
aconselhando a sua tradução e publicação!

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