«A IRRUPÇÃO DE NANTERRE AO AUGE»
´a revolta dos jovens estudantes na sociedade industrial:
causas e efeitos`
Henri Lefebvre
´l'homme et la société`
´l'homme et la société`
Editora Documentos Ltda
São Paulo
Brasil
1968
Brasil
1968
Título original: «L'Irruption de Nanterre au Sommet»
Éditions Syllepse
Paris - France - 1968
Paris - France - 1968
A edição brasileira ´Documentos - L'Homme et la Société`
Acrescenta a ´A Irrupção`,
Mesa redonda: ´Porquê os Estudantes?`
Participantes:
Jacques Berque, Frédéric Bon, Luvien Goldmann, Serge Jonan,
Henri LefebvreE, Ren´é Lourau, Jean-Pierre Peter, Jean Pronteau.
Henri LefebvreE, Ren´é Lourau, Jean-Pierre Peter, Jean Pronteau.
Os movimentos de revolta dos jovens e dos estudantes que eclodiram em todas as partes do mundo, e mais especialmente os acontecimentos de Maio em França (pela extensão e profundidade de suas consequências) fizeram surgir uma série de perguntas vitais, de cuja resposta correta dependerá, talvez, o destino da humanidade nos anos subsequentes.
Porquê o movimento de revolta contra a sociedade industrial partiu dos estudantes, e não da classe operária que até aí era tida como a revolucionária por excelência? Existia já então uma ´classe` estudantil, ou antes, uma classe ´etária`, a dos jovens? A Revolução era mesmo possível em França? Qual a razão de uma Revolução Cultural ser pregada em regiões de condições e regimes tão diversos quanto a China e a Europa da Sociedade de Consumo? O que é uma sociedade de consumo e que está ela provocando? Marcuse: que diz sua obra, qual a sua influência real sobre os jovens? A ´participação` pregada por De Gaulle é de facto um novo regime e tem condições para se instalar?
Todos estes movimentos estudantis, de uma certa forma, colocaram em choque muita teoria e muita prática que se vinha sedimentando nos últimos tempos em ambos os campos ideológicos em confronto. Nem um socialismo estatal, rígido e dogmático, nem a sociedade industrial neocapitalista dos países desenvolvidos conseguem satisfazer as aspirações autenticamente libertárias dos jovens, que se sentem sufocar, sem saída. Não são apenas eles que são asfixiados, é a sociedade inteira; no entanto, apenas eles têm a coragem de o dizer, de agir. A Leste, ou a Oeste.
Depois desses acontecimentos, ganharam especial relevo as funções que a cultura e o intelectual podem representar no seio da sociedade de então e da hodierna, como detonadores, canalizadores e transformadores da nossa base ideológica. Contudo qual o seu real significado?
Através da análise dos acontecimentos estudantis, os autores aqui presentes vão muito mais longe e apontam o verdadeiro cerne da questão: as consequências da ´sociedade industrial` tecnocrata que cada vez mais se desenvolve, quer diretamente nos países que se podem permiti-la, quer através das relações ( coações ) destes com o resto do mundo.
Esta obra procura dar as respostas esperadas, através do pensamento de homens como Henri Lefebvre, um dos poucos teóricos que ainda eram escutados pelos jovens franceses, e que viu nascer na sua própria Faculdade (Nanterre) as causas do movimento que abalou a consciência ocidental.
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