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sábado, 30 de julho de 2011

´Ciência e Governo` - C. P. Snow





«CIENCIA Y GOBIERNO»
C. P.  SNOW

TRADUÇÃO: MANUEL ESCALERA
BIBLIOTECA BREVE
EDITORIAL SEIX BARRAL, S. A.
BARCELONA - 1963

TÍTULO ORIGINAL: 
«SCIENCE AND GOVERNMENT»
HARVARD UNIVERSITY PRESS
CAMBRIDGE, MASS. , 1961




Sir Charles P. Snow foi um novelista de reputação. Em «The affair» (1960), as suas personagens são convincentes académicos, burocratas, políticos e homens de ciência.

Pelas sua atividades profissionais que abrangem a ciência e o governo, foi encarregado durante a II Guerra Mundial de selecionar as pessoas para as investigações científicas britânicas com fins militares, ´Civil Service Comissioner`, Director da ´English Electric Company`, etc. - e pela sua habilidade em fazer chegar aos seus concidadãos profanos os problemas do homens de ciência, era o mais indicado para abordar em público a candente questão das relações entre ciência e política nas sociedades avançadas, tema do presente ensaio.

Com esse fim escolheu o trágico exemplo das diferenças surgidas nos anos da guerra entre Sir Henry Tizard, incumbido oficialmente para que a Inglaterra conseguisse estar na linha dianteira do desenvolvimento do ´radar` e F. A. Lindemann (Lord Cherwell), assessor científico de Churchill, que provocaram erros, tais os bombardeamentos estratégicos da Alemanha. 

A história narrada neste livro é uma chamada de atenção sobre o facto de que decisões capitais tenham de ser tomadas por ´homens que não possuem um conhecimento em primeira mão daquilo em que estribam essas decisões ou de quais podem ser as suas consequências`.


NOTA: O Autor estudou pormenorizadamente o ´arquivo` TIZARD, que constituiu a sua principal fonte escrita de referência!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

«Em defesa do pensamento científico» - ´Um incidente' / 'Os condicionalismos do Ensino Superior` - Armando Castro







       «EM DEFESA DO PENSAMENTO CIENTÍFICO»
         ´UM INCIDENTE / OS CONDICIONALISMOS DO ENSINO SUPERIOR`
 ARMANDO DE CASTRO

Revisão tipográfica: JAIME MENDES
Capa e direção gráfica: ARMANDO ALVES
COLECÇÃO SITUAÇÕES - 2
EDITORIAL INOVA
PORTO - 
Novembro - 1973



  «Se é impossível encontrar em cada homem uma essência universal que seria a       natureza humana, existe contudo uma universalidade humana de condição.

 Não é por acaso que os pensadores de hoje falam mais facilmente da condição do homem do que da sua natureza. Por condição entendem mais ou menos distintamente o conjunto dos limites ´a priori` que esboçam a sua situação fundamental no universo.
As situações históricas variam: o homem pode nascer escravo numa sociedade pagã ou senhor feudal ou proletário. Mas o que não varia é a necessidade para ele de estar no mundo, de lutar, de viver com os outros e de ser mortal.»

Jean-Paul Sartre
                                                                                           



Impossibilitado por despacho procedente do Ministério da Educação Nacional de lecionar no ensino superior, no ano letivo de 1973-74, quando já lecionava ininterruptamente desde 1970-71, Armando Castro (Armando Fernandes de Morais e Castro), neste livro, entrega a público as peças fundamentais do respetivo «processo». 

É não só para uma avaliação do aspeto mais genérico que a decisão assume, pois o livro visa também chamar a atenção para a importância dos ramos disciplinares que essa mesma ação impede. 

Efetivamente, era a primeira tentativa sistemática efetuada em Portugal tanto no domínio do ensino da Gnoseologia, ciência que estuda as leis da ciência e de desenvolvimento do conhecimento humano em geral, como em particular da Epistemologia, ciência que estuda o conhecimento científico. 

Ora, como o próprio autor argumenta na exposição dirigida ao ministro da Educação Nacional, constante deste volume, a não se tratar de proibir de facto uma ciência determinada por um determinado professor, que restará senão pensar que o impedimento é motivado ou pela inércia derivada característica das estruturas dominantes nos meios universitários, ou, mais do que  a simples inércia derivada da incompreensão, dada a novidade teórica da ciência ensinada, pela intenção de obstar ao ensino da Epistemologia?

Mas o livro, além de ser a perspicaz discussão do despacho de indeferimento, é também uma introdução, ainda que sintética à disciplina que o Autor ministrava. Nele se aborda, entre outras, a questão da importância que assume a luta epistemológica nas ciências do homem, as razões da atual ´explosão` na  atenção dispensada ao conjunto de disciplinas que estudam os problemas humanos, o atraso epistémico destas ciências em relação às ciências da natureza, qual a via para a conquista de critérios de cientificidade no próprio estabelecimento de escalões que regulem o recrutamento de professores do ensino superior oficial.

E, além disso, oferece ao leitor a visão do que é um curso de Epistemologia, quer pela bibliografia aconselhada nos cursos que deu, e aqui referida, quer pelos sumários das lições e dos pontos de exame que aplicou.




ÍNDICE

1. EXPOSIÇÃO ENVIADA A SUA EXCELÊNCIA O SENHOR MINISTRO DA EDUCAÇÃO NACIONAL EM 25 DE SETEMBRO DE 1973 


2. DOCUMENTOS QUE ACOMPANHAM ESSA EXPOSIÇÃO

3. CÓPIA DO REQUERIMENTO DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO CONTENCIOSO NO SUPREMO TRIBUNAL     ADMINISTRATIVO, CONTRA O DESPACHO DE S. EXA. O SENHOR SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

4. RESPOSTA AO NOVO FUNDAMENTO INVOCADO PELA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA QUANTO A DECISÃO DE 6 DE JULHO, SEGUNDO OFÍCIO DA INSPECÇÃO DO ENSINO PARTICULAR DE 5 DE NOVEMBRO DE 1973




                                                         ARMANDO DE CASTRO



«O NOVO JARDIM» - HOOSHMAND FATHEAZÁM



«O NOVO JARDIM»
HOOSHMAND FATHEAZÁM
TRADUÇÃO: OSMAR MENDES
CAPA: ABELARDO CAMPOS
EDITORA BAHÁ'I DO BRASIL
2ª Edição - 1972
TÍTULO ORIGINAL: « THE NEW GARDEN»
HOOSHMAND FATHEA'ZAM
NEW DHELI: BAHA'I PUBLISHING TRUST, 1971




                    «Proclama para os filhos da certeza que dos reinos da Santidade...
                    um novo jardim surgiu, em torno do qual circulam os habitantes do
                    reino do céu e os residentes imortais do paraíso exaltado.
                    Esforça-te, pois, para atingires aquele estado. para poderes deslindar 
                    os mistérios do amor de suas flores e compreender o segredo da divina
                    e perfeita sabedoria de seus frutos».
                  
                                                                                                 BAHÁ'U'LLÁH




A FÉ BAHÁ'I:


RECONHECE A UNIDADE DE DEUS;
MANTÉM A UNIDADE DOS PROFETAS DE DEUS;
INCULCA O PRINCÍPIO TANTO DA UNIDADE COMO DA INTEGRIDADE DO GÉNERO HUMANO;
IMPÕE O DEVER PRIMORDIAL DA INDEPENDENTE BUSCA DA VERDADE;
CONDENA TODA ESPÉCIE DE PRECONCEITO E SUPERSTIÇÃO;
DECLARA SER O PROPÓSITO DA RELIGIÃO PROMOVER A AMIZADE E A CONCÓRDIA;
PROCLAMA A HARMONIA ESSENCIAL DA RELIGIÃO COM A CIÊNCIA E A RAZÃO;
DEFENDE O PRINCÍPIO DA IGUALDADE E OPORTUNIDADE PARA O HOMEM E A MULHER; 
INSISTE SOBRE A EDUCAÇÃO OBRIGATÓRIA E UNIVERSAL;
ELIMINA OS EXTREMOS DE POBREZA E RIQUEZA;
ACENTUA A NECESSIDADE DA OBEDIÊNCIA AO GOVERNO DO PAÍS;
RECOMENDA A CRIAÇÃO OU A SELECÇÃO DE UM IDIOMA INTERNACIONAL AUXILIAR;
DELINEIA OS ALICERCES DAS INSTITUIÇÕES ESSENCIAIS AO ESTABELECIMENTO DA PAZ UNIVERSAL E PERPÉTUA.





terça-feira, 26 de julho de 2011

«História e Mistérios das Sociedades Secretas» - Hermann Schreiber e Georg Schreiber

                                                             1ª Edição Brasileira
                                                          



«História e Mistério das Sociedades Secretas»
´Quatro milénios de Sociedades Secretas - No Mundo Antigo e
no Moderno - Lutas contra as Sociedades - Maçonaria e Rosa-Cruz
- Sociedades italianas e Decabristas - Mormons e Ku-Klux-Klan -
- Camorra e outra organizações
Hermann Schreiber e Georg Schreiber

Tradução: Eurico Douwens
Capa: Nelson Coletti
Biblioteca História' - 3
Ibrasa- Instituição Brasileira de Difusão Cultural S. A. 
São Paulo - 1959
329 páginas
Título original:
«Mystenm Maurer und Mormonen»
Cpyright 1956 by
Paul Neff Verlag, Wien




                                                                3ª Edição Brasileira
                                                              Capa de Carlos César




«História e Mistério das Sociedades Secretas»»
´No Mundo Antigo e Moderno'`
Hermann Schreiber r Georg Schreiber
Tradução: Eurico Douwens - 3ª Edição
IBRASA- Instituição Brasileira de Difusão Cultural S. A.
São Paulo - 1982
Título original:: 
«Mysten, Maurer umd  Mormonen»»
´Geheimbünde in vier Jahatausenden`




O livro «História e Mistérios das Sociedades Secretas», de Hermann Schreiber e Georg Schreiber, tem por objetivo apresentar ao público um quadro seguro e ao mesmo tempo fácil de compreender das principais sociedades secretas do passado e da atualidade. É uma história que abrange quatro milénios.

Num capítulo introdutório os autores tratam de verificar e explicar se ainda existem sociedades secretas, o que os leva a um estudo panorâmico da situação no presente, tanto em relação ao Velho Mundo quanto ao Novo Mundo.
Porém, à informação contida nesse capítulo seguem-se outras sem dúvida novas e inéditas, pois pela primeira vez se trata de um livro das sociedades secretas da Antiguidade, a cujo respeito pouco se sabia de maneira sistemática. Ficamos a conhecer, assim, os 'heteros' de Atenas, que tão grande influência política tiveram, das oblações extáticas do velho Irão, das associações de guerreiros, das ligas de fins misteriosos. Toda uma procissão de criaturas surge nas páginas deste livro: - faraós. monges, tiranos, pastores, gente cheia de generosidade ou sedenta de sangue - cujos nomes ninguém jamais supusera ligados a tais empreendimentos. Zaratustra, Sócrates, Pitágoras, Ramsés, São João Baptista, eis alguns desses nomes.

A última parte do livro trata exclusivamente de algumas das mais famosas e ativas sociedades secretas atuais, como a maçonaria, os rosacruz, os carbonários, a ´maffia`, a camorra, os decrabistas, estendendo-se os autores também ao estudo da macumba.

Uma multidão de factos novos e interessantes surge aos olhos do leitor, que por vezes ficará sem dúvida estupefato e aturdido. Mas não poderá desconfiar dos autores, que são pesquisadores firmes, que consultaram inúmeros documentos e falam com autoridade do assunto em foco.

Muitas das páginas são fortes, não poucas despertarão controvérsias e ressentimentos, mas a verdade histórica deve pairar acima da paixões humanas.


PRIMEIRO LIVRO: AINDA HÁ SOCIEDADES SECRETAS?
SEGUNDO LIVRO: SOCIEDADES SECRETAS NA ANTIGUIDADE
TERCEIRO LIVRO: SOCIEDADES SECRETAS NOS TEMPOS RECENTES


NOTA: O TEXTO É IGUAL EM AMBAS AS EDIÇÕES!


HERMANN SCHREIBER e GEORG SCHREIBER, nascidos na Austria em 1920 e 1922, respetivamente, são irmãos que se dedicaram à escrita, à publicação de livros, sendo que GEORG foi um brilhante historiador!


http://de.wikipedia.org/wiki/Hermann_Schreiber_(Historiker)


http://de.wikipedia.org/wiki/Georg_Schreiber_(Schriftsteller)



                                                                Original em Alemão



domingo, 24 de julho de 2011

«Pensar a Ciência» - ´Colóquio para professores de Filosofia`




    

         
     «PENSAR 
       A CIÊNCIA»
´Colóquio para professores de Filosofia realizado na
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade 
Nova de Lisboa em Setembro de 1984`
Manuel da C. Leite, A. M. Nunes dos Santos, 
Manuel Esquível, Fernando Mouro, Luis J. Archer, 
Luis Fraser Monteiro, A. César de Freitas, 
José Carlos T. de Oliveira, Joaquim von Haffe Peres,
Luís Moniz Pereira

Revisão do texto: José Manuel Soares
Capa: Armando Lopes
GRADIVA -PUBLICAÇÕES Lda. - 1988
Depósito Legal nº 19550 /88
169 páginas




O inegável crescimento do peso da ciência e da tecnologia no mundo contemporâneo coloca novos desafios em praticamente todos os domínios com especial destaque para o filosófico.

Tendo em atenção a responsabilidade específica do ensino filosófico no sistema educativo português, na altura em que foram produzidas estas comunicações, os problemas decorrentes daquele crescimento científico e tecnológico são particularmente importantes.

'Pensar a Ciência' é o resultado de um colóquio levado a cabo no sentido de refletir, em Portugal e em português, sobre este tema. O facto de o colóquio se centrar sobre o conhecimento científico e, de modo privilegiado, sobre as relações entre ciência e filosofia é, obviamente, intencional. Desde há muito se entende que o acréscimo do peso da ciência e da tecnologia no mundo contemporâneo transporta desafios que, para além dos pertencentes ao próprio domínio (os problemas internos à ciência), se prolongam para domínios diversos, designadamente o filosófico.

Se adicionalmente se levar em consideração a importância (com a inerente responsabilidade) do ensino da filosofia, no sistema de ensino português, sobretudo pela expressão que alcançava no ensino secundário (1984), um colóquio deste tipo ver-se-á desde logo, independentemente da inevitável heterogeneidade no tratamento dos temas, suficientemente justificado.

Assim, contando com a presença de importantes personalidades nacionais, o colóquio desenvolveu uma problemática que está longe de interessar apenas a professores de Filosofia a quem se dirigia originalmente. As intervenções foram recolhidas e reescritas neste volume que se afigura de grande importância para aferir a situação da cultura portuguesa.


ÍNDICE

Apresentação
Até que ponto uma ciência poética
Análise matemática - Itinerários
Sobre a física de Aristóteles
A genética e o futuro - Pressupostos para a sua inteligibilidade
Física e filosofia - Princípios e perspetivas
O método axiomático em matemática
O infinito na matemática e na física
Teoria das catástrofes e lógica da perceção
Máquinas humanas

sexta-feira, 22 de julho de 2011

«As duas culturas» - C. P. Snow - Em apêndice: «Ciência e governo»




 «AS DUAS 
CULTURAS»
   C. P. SNOW

TRADUÇÃO: Dr.ª IDALINA PINA AMARO
CAPA: HOMERO AMARO

EM APÊNDICE «CIÊNCIA E GOVERNO»

COLECÇÃO VECTOR - V 01
PUBLICAÇÕES DOM QUIXOTE
226 pags.

TÍTULOS ORIGINAIS:
«THE TWO CULTURES: and  «A SECOND LOOK»
CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS
1959, 1963, C. U. P.
CDU - 501

«SCIENCE AND GOVERNMENT»
HARVARD UNIVERSITY PRESS
1960, 1961 - Presidente e ´Fellows` do Harvard College
CDU - 623.73.




A expressão «as duas culturas» - usada originalmente por C. P. Snow em 1959 - em breve passou a fazer parte das muitas línguas europeias em que a obra foi traduzida e discutida.

A análise do abismo que separa a «cultura» dos cientistas da «cultura» literária de inspiração clássica, e o seu diagnóstico dos perigos decorrentes da ausência de comunicação entre as duas, tornou-se um dos temas mais discutidos de todo o mundo culto. A tal ponto que alguém chamou a 'As Duas Culturas' «o trampolim necessário para que se repensem com frescura e sentido de urgência os problemas educacionais e a sua importância para o futuro da nossa sociedade». Concorde-se ou não com Snow, é impossível ignorá-lo, pois, como ele próprio escreve, «a inocência é o pior dos crimes».

A análise do abismo que separa a 'cultura' dos cientistas da cultura literária de inspiração 'clássica', e o seu diagnóstico dos perigos decorrentes da ausência de comunicação entre as duas, tornou-se um dos temas mais discutidos de todo o mundo culto.

No ensaio que completa este volume, Snow analisa os perigos que advêm, no mundo moderno, do facto de os homens que presidem aos destinos dos povos raramente compreenderem as consequências das suas decisões mais importantes, isto é, daquelas que pressupõem a utilização das grandes conquistas da ciência. De aí a necessidade, cada vez mais premente, de reformar profundamente os nossos conceitos educativos, de forma a vir a dar aos homens de ciência um maior sentido das suas responsabilidades humanas e aos homens de formação «clássica» - que ainda constituem a a maioria dos quadros de administração pública - uma compreensão mais exata dos caminhos que tecnologia moderna vai abrindo ao mundo.


NOTA: Existe uma nova edição/reimpressão datada de 1996, Editorial Presença - Pontos de Referência.


Em memória de SNU ABECASSIS!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

«Factores de Eficiência em Investigação Científica» - Jaime Pinto







«FACTORES DE EFICIÊNCIA EM
 INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA»

  JAIME PINTO

EDIÇÕES COSMOS
LISBOA - 1969



Pequeno livro - na sua extensão de páginas. Livro grande - julgado quanto à oportunidade e relevância do assunto tratado. Grande livro, se meditarmos acerca dos períodos e das páginas de densa, constante e judiciosas críticas e se nos debruçarmos sobra a sua formulação doutrinária, esta concernente a uma atuante e operante investigação científica em nosso país, na altura em que foi editado. Deste passo, livro de crítica e doutrina.

Pequeno livro, ele continua em «Edições Cosmos», embora num ângulo mais especializado, o pensamento de uma outra grada figura de Cidadão. de Homem de Pensamento e de Ciência: o Professor Bento de Jesus Caraça. Relembremos o que o Mestre escreveu, em Maio de 1941, no prefácio de apresentação de «Biblioteca Cosmos»:

  «É toda uma vida nova a construir, dominada por um humanismo novo» - «quando falamos de humanismo novo, entendemos como um dos constituintes essenciais este elemento de valorização - que o homem, sentindo que a cultura é de todos, participe, por ela, no conjunto de valores coletivos que há de levar à criação da Cidade Nova.»

Naquela época, se em Portugal os círculos científicos, os estudantes, as revistas de ideias, a imprensa diária estivessem atentos aos problemas nacionais, na sua mais alta expressão, o aparecimento deste livro poderia vir a ser o cerne para a discussão dos problemas do ensino da Ciência e da Investigação Científica em nosso país. A isto, válida objeção poderia ser feita: em termos sociológicos, o facto de os projetores da informação serem quase sempre apontados para um desafio de futebol, um campeonato de canções, deixando na penumbra, quando não na escuridão, os fundamentais problemas nacionais, nada mais é do que uma das facetas do nosso subdesenvolvimento - o subdesenvolvimento cultural.

Reconheçamos a pertinência desta objeção, mas acreditamos, também, que começavam então a aparecer, com uma nova tomada de posição na panorâmica nacional (necessidade de se passar a um tipo de economia industrial) , solicitações para a consciencialização dos nossos problemas de base.

No prefácio de um velho livro do «Século das Luzes»  deparamos com uma síntese admirável acerca da missão criadora do livro:
   
                       «Vai livro, segue estradas e caminhos; continua por meses, anos, séculos.
                              Provoca a discussão, a crítica. Incendeia o debate - para além da nossa
                              curta vida. Dá vida à Vida:»


«A Filosofia no Século da Ciência»






    A FILOSOFIA 
    NO 
    SÉCULO 
    DA CIÊNCIA
 FERNANDO PINHO DE ALMEIDA
 
CAPA DE JORGE ESTRELA
ATLÂNTIDA EDITORA, S. A. R. L.
COIMBRA - 1970
172 pags

Pretende o autor acentuar neste ensaio o desinteresse que a filosofia manteve durante o século XX, duma maneira geral, pela ciência e pelas suas surpreendentes e desconcertantes revelações. Estas têm servido para um desenvolvimento extraordinário da técnica, do aspeto material da civilização, mas não têm contribuído, de maneira apreciável, para uma autêntica compreensão do mundo e portanto para uma ética dela resultante, - e isto certamente por carência da filosofia.

Na análise que neste livro é feita aos existencialismos, subjetivos, emotivos e portanto indiferentes à mensagem objetiva da ciência, e também ao materialismo dialético que em princípio a procura e enaltece, mas que muitas vezes um dogmatismo extrínseco, pragmático e de origem político-social desvirtua - tenta o autor vincar o seu ponto de vista.

Acredita ele que nessa altura do século (1970) já se torna possível um certo filosofar sobre os dados das ciências, que se estão nitidamente interpenetrando, filosofar esse que se inspirará nos métodos científicos e por eles de disciplinará. E como aplicação e concretização das suas ideias julga encontrar no universo uma força criadora, uma capacidade de resolver problemas, enfim, aquilo a que, se quisermos, poderemos chamar um fundo mental.


ÍNDICE

I - Metafísica no Século XX?
II - O Existencialismo Sartreano e a Ciência
III - O Existencialismo Sartreano e a Metafísica
IV - Comentários sobre 'Que é a Metafísica?'  de Heidegger
V - Os dados subjetivos na construção metafísica
VI - Um grande pensador português (Fidelino de Figueiredo)
VII - A Dialética da Natureza
VIII - Reflexões sobre a Lei da transformação da quantidade em qualidade
IX - Análise crítica da Lei da interpenetração dos contrários
X - Reflexões sobre a Lei da negação da negação
XI - O Realismo, o Idealismo e a sua síntese
XII - O Princípio da Causalidade
XII - Racionalismo e Indeterminismo
XIV - Uma nova conceção racionalista do Universo
XV - A Metaciência



quarta-feira, 20 de julho de 2011

«25 de Abril» - ´Liberdade e Esperança`





      «25 DE 
       ABRIL »
'LIBERDADE E 
  ESPERANÇA'
 AUGUSTO  VIEIRA
  
EDITORIAL VOUGA - 4
EDITORIAL VOUGA, S.A.R.L.
AVEIRO, Maio de 1974





Do Autor, Augusto Vieira, a contra capa refere ser licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra e com o curso complementar de Ciências Histórico-Jurídicas; enveredou pela Magistratura, tendo desempenhado funções de Delegado do Procurador da República em várias comarcas, entre elas a de Lisboa. Ingressando na magistratura judicial, ao ser promovido à 1ª classe, pediu licença ilimitada e fixou-se em Aveiro, onde exerce a advocacia. Coube-lhe a primazia, após o regime deposto, de ser o primeiro advogado, num caso de ´abuso de liberdade de Imprensa` , contra a C.P., vindo a dirigir o jornal «O LUTADOR», onde se patenteiam os seus princípios democráticos e populares.

O mais importante neste pequeno livro de 125 págs. , reside no facto de ter sido editado logo após um
mês do 25 de Abril!

25 DE ABRIL - LIBERDADE E ESPERANÇA, é uma coletânea de textos que traduzem a vivência do momento histórico que galvanizou o povo português. É atual e ´talvez sirva` para desentorpecer o espírito dos que vierem a lê-lo; por outro lado, a apresentação dos programas de alguns dos mais discutidos partidos políticos, numa mesma publicação em livro, acrescida do sabor, - ignorado nestas paragens - , da discordância aberta com as mais proeminentes figuras do momento nacional, dá, a singularidade de fenómeno, para a maioria de ´nós` , a este 25 de Abril - Liberdade e Esperança, que viria a lume com o título de 25 de Abril apenas, caso, e já composto, não o tivesse precedido a publicação de outro trabalho da autoria de cinco jornalistas.

Quem poderia, decididamente, pensar, meses atrás - dias antes do 25 de Abril de 1974, será melhor dizer, - que um programa democrático, outro socialista, um outro comunista, etc. , viriam emparceirar, à luz do sol lado a lado, com as declarações de altas patentes da Forças Armadas?

Nem no silêncio da noite o cidadão comum poderia aventurar-se a prever que um livro deste género viria a estar exposto, amanhã, logo, agora, nas montras das livrarias. E é claro que muitos cidadãos viviam alheios à problemática do tempo presente, mal nos dando conta de que mesmo a dois passos, para lá dos Pirenéus, as ideologias, - esquerda, centro, direita, mais as múltiplas intermédias, - coexistiam, sem grandes dificuldades. E é claro que, - quando chegava, - tudo isto chegava ao nosso conhecimento como uma avalanche de neve em plenos Himalaias; era um assunto sobre o qual se refletia ou se discreteava sem a necessária concentração interior.

O Autor e a Editora, fazem votos de que nesta terra, agora realmente livre, vários trabalhos aparecerão sobre o 25 de Abril e que todos eles sejam, se mais não forem, uma espécie de treino, exercício de aquecimento para outra obras de tomo.


ÍNDICE

I - QUE ACONTECEU REALMENTE?
II - A HISTÓRIA
III - A INFORMAÇÃO
IV - PRIMEIRAS LEIS DO NOVO REGIME
V - PARTIDOS POLÍTICOS
VI - PERSPECTIVAS



segunda-feira, 18 de julho de 2011

«CARTAS AOS HOMENS DO PAPA CELESTINO VI» - GIOVANNI PAPINI



                                                     EDIÇÕES QUADRANTE, LDA - LISBOA





   «CARTAS AOS HOMENS 
   DO PAPA CELESTINO VI»
        GIOVANNI PAPINI

     ´PELA   PRIMEIRA   VEZ 
  TRADUZIDAS E PUBLICADAS`

VERSÃO PORTUGUESA 
DE VINCENZO SPINNELI E
A. GONÇALVES RODRIGUES
EDIÇÕES QUADRANTE, LDA
 LISBOA. s/d
Distribuidora Geral: 
´AGÊNCIA NACIONAL DO LIVRO, Lda.`
COIMBRA - Praça 8 de Maio, 21
Para o BRASIL: ´
DISTRIBUIDORA CLÁSSICA LATINA`
RIO DE JANEIRO -
Avenida Churchill




Dos profundos abismos de uma Europa que tem fome de pão e de justiça. ergue-se a voz clamorosa e ardente de um ´clérigo` que não traiu a sua missão, de um homem quase cego dos olhos do corpo mas cuja visão interior se ilumina de relâmpagos que não parecem já vir deste mundo. Papini torna-se - literariamente a voz augusta da Igreja imperecível pela boca de um grande Papa imaginário, Celestino VI, cujas cartas latinas finge ter descoberto e traduzido.

Vivendo em época semelhante à nossa, depois da «Grande Perseguição», quando a humanidade, mergulhada no erro e no vício, parecia incapaz de retomar as veredas tradicionais do Cristianismo, o Papa dirige a todos, padres e leigos, ricos e pobres, governantes e governados, homens e mulheres, poetas, historiadores e cientistas, protestantes e judeus, até aos sem-Cristo, até aos sem-Deus, palavras de exprobação e amor, de exortação e esperança, de fortaleza e fé, com eloquência que nunca é retórica banal e por vezes se incendeia da mais veemente e bela inspiração poética.

Nenhum homem do nosso tempo deixará de encontrar nestas páginas uma palavra, uma frase portadora de uma mensagem direta, pessoal. Com efeito estas Cartas distinguem-se tanto pela sua ´catolicidade`, como pelo vigor dramático com que exprimem o terrível dilema do homem atual: ou a recristianização imediata e integral ou o desespero que conduz ao suicídio.
O livro termina com uma admirável ´Oração a Deus` - o coral desta magnífica sinfonia!...






                                                  ESTA PRIMEIRA VERSÃO 
                                                                     DAS 
                                                   CARTAS AOS HOMENS 
                                                                      DO 
                                                   PAPA CELESTINO SEXTO 
                                                                É DEDICADA

                                                                          AOS ÚLTIMOS

                                                          COM DESESPERADA ESPERANÇA




                                                                               PREFÁCIO


É inútil, neste momento, contar de novo a vida do Papa Celestino VI. As páginas que a história lhe dedicou são páginas de luz fulgurante sobre o fundo de trevas do seu tempo. Ele foi no juízo dos contemporâneos e dos pósteros, um dos maiores pontífices que jamais colocaram na cabeça a coroa dos três reinos. Deixou memória de papa amoroso e sábio, firmíssimo na fé, tão intrépido que aos olhos dos pusilânimes parecia até, por vezes temerário, na defesa da verdade. Foi ardente, eloquente, transbordante, sempre esbraseado no fogo de oiro de Cristo. A única culpa que, com singular unanimidade, lhe reconheceram adversários e conselheiros, foi a sua excessiva ingenuidade e candura de ânimo. Morreu mártir, como todos sabem, nos últimos dias da Grande Perseguição.

Estas suas cartas, agora pela primeira vez traduzidas e publicadas, vieram-me à mão por estranho acaso, num pequeno códice sepultado no fundo dos manuscritos de um antigo convento suprimido que escapou ás pesquisas dos historiadores. Trabalhei a versão italiana, quase literal, com toda a diligência, embora o texto latino apresente não poucas lacunas, devidas aos estragos sofridos pelo papel, e contenha palavras quase ilegíveis.

Celestino VI viveu numa terrível idade de procelas e de sangue...quando parecia que Satanás, «o príncipe deste mundo», fazia o derradeiro esforço para precipitar o género humano no desespero homicida e na destruição de tudo o que rege e gera a vida. Parecia então como hoje, que os homens sacudidos e perturbados por terríveis furores de tétrica demência, tinham esquecido ou renegado todo o sentido de justiça, todo o impulso de amor. Mas Celestino não se calou, nem se deixou vencer pelas tentações daquela cobardia que demasiadas vezes se mascara com o honesto nome de prudência. Falou abertamente. Falou a todos e não apenas a quem o reconhecia como Vigário de Cristo. Lançou as palavras do seu grande coração como raios de luz no coração de todos.

Por isso estas cartas, que revelam toda a alma generosa e impetuosa do Pontífice Confessor e Mártir, mesmo nos nossos dias poderão iluminar, consolar, guiar, sacudir, comover, reacender. Não são endereçadas apenas aos cristãos, mas a todos os homens, de todas as condições e de todas as nacionalidades, e particularmente àqueles que pensam e sofrem, a todos os que desejam a salvação por meio da sobre humanidade cristã.


                                                                             GIOVANNI PAPINI




                                                     EDIÇÕES QUADRANTE - COIMBRA
                                                                           SEGUNDA EDIÇÃO, s/d



                                                          COLECÇÃO DOIS MUNDOS
                                                            EDIÇÃO LIVROS DO BRASIL - LISBOA, s/d
  


domingo, 10 de julho de 2011

«Introdução à Política» - António Marques Bessa e Jaime Nogueira Pinto








«INTRODUÇÃO 
 À POLÍTICA»
ANTÓNIO MARQUES BESSA
JAIME NOGUEIRA PINTO


COLECÇÃO ENSINO LIVRE
EDIÇÕES DO TEMPLO
1ª Edição 1977
373 pags




INTRODUÇÃO


A intenção primeira desta obra foi dar a professores e estudantes da Disciplina de Introdução à Política do 1º ano do Curso Complementar, um instrumento de trabalho acessível e completo. que cumprindo as exigências do Programa Oficial, possa servir também, através da abordagem dalguns temas essenciais da moderna Ciência Política - como as Ideologias e a Classe Dirigente - para dar ao leitor português um panorama mais completo dos problemas respeitantes ao Poder Político.

Deste modo, o presente livro não é um mero texto escolar, mas procura servir a todos aqueles cujo interesse cívico ou curiosidade intelectual solicitam a debruçar-se sobre as questões políticas, na intenção de se estabelecerem sobre as suas linhas fundamentais, terminologia e conceptualização.

A estrutura do volume compreende uma primeira parte histórica, onde ficam registados cronologicamente, o aparecimento e eclosão das doutrinas e instituições que estão na base dos sistemas políticos vigentes no mundo moderno, analisando o seu enquadramento ideológico, económico e social. Atendeu-se particularmente aos fenómenos revolucionários, à sua mecânica, consequências e balanço. Esta matéria, não sendo de estudo obrigatório, constitui entretanto um precioso auxiliar para o entendimento do que se segue, fornecendo muitos elementos complementares para a génese das ideologias e regimes.

A segunda parte - A Ciência do Poder - inclui sucessivamente a análise e estudo da Ciência Política, do Poder Político, do Estado, da Seleção dos Governantes, das Ideologias e da Classe Política, culminando na análise do conceito, descrição e classificação dos Regimes políticos. Aqui de desenvolve mais pormenorizadamente, de acordo com as indicações e alíneas do programa e por ser o sistema presentemente dominante no mundo euroamericano, o estudo dos princípios, instituições e funcionamento do regime democrático.
Na terceira parte, - Sociologia do Poder, - estudam-se as relações do fenómeno político com o quadro social em que se insere, com particular atenção aos fenómenos de conflitualidade e vinculação social. Nestas matérias seguiram-se, praticamente a par e passo, os sumários do Programa Oficial.

Na elaboração e metodologia da obra, os autores encontraram-se perante a alternativa de cumprir à risca o Programa do MEIC, cuja estrutura contém lacunas importantes e é marcada por determinada orientação ideológica, com evidente prejuízo das finalidades didáticas da disciplina, ou optar por uma perspetiva independente, deixando de lado o Programa Oficial. A questão foi resolvida por um critério pragmático, adotando-se uma estrutura própria de exposição, dentro da qual se incluíram, entretanto. as questões e alíneas do Programa Oficial.

Finalmente, numa matéria tão suscetível de implicações ideológicas, os autores procuraram observar o mais estrito rigor científico, socorrendo-se e apoiando-se nas obras dos especialistas mais autorizados, e tentando respeitar, na exposição de correntes e doutrinas, quer os textos dos seus corifeus, quer um tom de objetividade, no sentido de descrição dos eventos. Não abdicando das suas opiniões ou posições, tiveram o cuidado de que em ponto algum implicassem um obscurecimento ou distorção da exposição da realidade, que deve presidir a todo o trabalho de investigação ou divulgação científica.


                                                                                   António Marques Bessa
                                                                    Jaime Nogueira Pinto






ÍNDICE 


I - O PODER NA HISTÓRIA


 - O MUNDO ANTIGO
 - A REPUBICA CHRISTIANA
 - O NOVO PRINCIPE
 - O TEMPO DAS REVOLUÇÕES


II - A CIÊNCIA DO PODER


 - O PODER
 - O ESTADO
 - OS REGIMES POLÍTICOS


III - A SOCIOLOGIA DO PODER






A política é uma ciência, e uma ciência que se aprende. Tem princípios, definições, fundamentos precisos; é contrária ao sectarismo, ao dogmatismo, ao verbalismo sentimentalista e inócuo que abusa da felicidade dos povos e explora a boa vontade dos homens. 
Ciência que é, exige claridade, correção, objetividade, espírito aberto e despreconceituado; só assim se tornará possível saber das razões que podem levar os homens a procurar alguma felicidade aqui na terra. Tanta quanto se acredite que a política nos pode dar.


http://novadireita.blogspot.com/2006/06/entrevista-antnio-marques-bessa.html


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