«CARTAS AO PAPA»
António Ferreira Gomes
sobre alguns Problemas do nosso
Tempo Eclesial pelo Bispo Resignatário do Porto`
2ª Edição
Editor
Mário Figueirinhas Pinto
Fotocomposição e Montagem
Fotomecânica Mabreu
Impressão
Ramos dos Santos, Lda
Arranjo gráfico
Armandoalves
Figueirinhas
Depósito legal: 14253/83
2ª Edição / Jan. 87
315 pags.
D. António Ferreira Gomes, já falecido (13 de Abril de 1989 ), bispo resignatário do Porto, nasceu em S. Martinho de Melhundos (Penafiel) a 10 de Maio de 1906. Recebeu a ordenação presbiteral em 22 de Setembro de 1928, após estudos filosófico-teológicos em Roma.
A 15 de Janeiro de 1948 foi nomeado Bispo de Rando e Coadjutor de Portalegre. É Nomeado para a Diocese do Porto em 13 de Julho de 1952. Forçado a ausentar-se do país, devido à intransigente defesa da 'Doutrina Social da Igreja', perante o regime do Estado Novo, retomou o governo da Diocese, de que a Santa Sé nunca o exonerara (o Papa era o Corajoso Paulo VI!), em 2 de Julho de 1969, , permanecendo no trabalho pastoral até atingir o limite de idade (1981).
A sua obra, quase sempre motivada por oportunidades fornecidas pelo governo pastoral da Diocese e pela obrigação de ensino que cabe à função episcopal é constituída por cerca de 400 títulos, entre conferências, homilias ou comunicações mais especializadas.
Visto por alguns como um bispo político, o que cabe pensar é que em todos os escritos de D. António está sempre e só o homem da Igreja que assumiu a totalidade da sua função de bispo: mestre, pastor e homem de Deus.
´Cartas ao Papa`, é o título sugestivo, com que D. António Ferreira Gomes, resolve continuar, desde o silêncio da sua residência da Quinta da Mão Poderosa, em Ermesinde, aquele diálogo com a realidade sócio cultural e eclesial, que constituiu sempre o cerne da sua vida e da sua doutrinação.
A mesma lucidez e a mesma cultura de sempre, ainda aqui assumida e quase diríamos despoletada pelo estímulo de acontecimentos que vão balizando a história.
Com alguma, discreta, memória dos tempos e dos homens que rodearam a sua passagem pela cena da vida, neste país marcado, em seu tempo e responsabilidade, pelo desmoronar do Corporativismo de Estado, pelo fim da guerra colonial e pelo começo obscuro mas quase conseguido, de uma nova forma de convivência.
Cartas ao Papa, na temática e estilo está na sequência lógica e quase linear duma reflexão sempre feita do encontro e da discrepância da fé e da Igreja com o mundo. Na fidelidade ao rosto conciliar da Igreja, cuja missão não se limita a comunicar ao homem a vida divina; mas espalha sobre o mundo o reflexo da sua luz, sobretudo enquanto cura e eleva a dignidade da pessoa humana, consolida a coesão da sociedade e dá sentido mais profundo à quotidiana atividade dos homens (GS, 10).
Na limitação imposta pelo género epistolar que para este livro escolheu, mais se faz ver aquela tensão entre o rastreio da realidade vivida e as suas brechas e a figura do sentido que em tudo se busca, como luz dessa realidade.
Na memória que traz da coisas e da responsabilidade assumida ou enjeitada. ou no acontecimento que acaba de chegar pela notícia do dia, é sempre a mesma, a intenção de procurar o sentido novo, ou da permanência do entretanto esquecido.
ÍNDICE
Páginas
7 Carta -Prefácio
21 Escrever «Memórias» - Ou Exigir - «Memória e Responsabilidade»?
35 Diálogo da Igreja Com A Cultura
55 O Sacerdote, O Filósofo e o Poeta perante Deus
87 A Colegialidade Episcopal e o Reino de Deus
117 Colegialidade episcopal e o Movimento Um Mundo Melhor
133 A Colegialidade Episcopal E Ventos Da História
149 A Colegiolidade Episcopal E A Vida Cívica
183 Colegiolidade Episcopal E Armas Nucleares
203 Colegiolidade Episcopal e Diplomacia Eclesiástica
217 Colegialidade Episcopal E Benção Religiosa
239 Santidade Da Igreja E Canonanização Dos Santos
251«A Reconcialiação E A Penitência Na Missão Da Igreja»
291 Carta Colofão
301 Posfácio
Ver:
Miguel Sousa Tavares
entrevista Bispo do Porto
Vídeo
Sem comentários:
Enviar um comentário