«A INDÚSTRIA DA CULTURA»
DWIGHT MACDONALD, DANIEL BELL,
EDWARD SHILLS, CLEMENT GREENBERG,
LEO LOWENTHAL, PAUL F. LAZARSFELD
e ROBERT K. MERTON
INTRODUÇÃO POR ´UMBERTO ECO`
TRADUÇÃO: PEDRO LOPES DE AZEVEDO
CAPA: SEBASTIÃO RODRIGUES
´O HOMEM E O MUNDO`
EDITORA MERIDIANO, LIMITADA
LISBOA, 1971
A polémica sobre a sociedade de massa e a sua cultura industrializada é culminada, nos anos sessenta, pelas formulações opostas de Marcuse e de McLuhan.
Ora, as teorizações de Marcuse e de McLuhan não nascem do vazio, mas nutrem-se de uma longa discussão crítico-sociológica desenvolvida nos anos quarenta e cinquenta.
Desta discussão são por nós notados os exemplos constituídos pela crítica alemã, e menos notados os mais especificamente americanos, a propósito dos quais podemos distinguir grosso modo, três filões.
Um é o dos críticos ditos radicais, o segundo o daqueles que de uma maneira ou de outra, atuam integrados no sistema da indústria cultural e tentam uma racionalização crítica da mesma, o terceiro o dos verdadeiros sociólogos académicos, que elaboram ainda métodos de realce (sem que, contudo, estes realces pareçam completamente inutilizáveis pelas hipóteses operativas, políticas e pedagógicas). Esta obra oferece uma resenha destas tendências.
Há uma ampla panorâmica problemática de Daniel Bell; uma defesa otimista do sistema por Edward Shills; o esplêndido e vasto panfleto de Dwight Macdonald (o já famoso texto sobre Medicultura e Massicultura); outro tão famoso ensaio de Clement Greenberg sobre as relações entre vanguarda e Kitsch; dois textos basilares da sociologia académica, o de Leo Lowenthal e o trabalho de Robert Merton e Paul Lazarfeld sobre problemas sociais das comunicações de massa.
Os textos aqui propostos não representam uma antologia completa da produção americana sobre este tema; representam, sim, uma das escolhas mais significativas. Cada um destes ensaios foi discutido, citado, utilizado.
Cada um deles constitui uma leitura excitante que atinge, no caso de Macdonald, uma qualidade que o emparceira com a maior literatura crítica de todos os tempos.
Todos, em qualquer caso, trazem em si, explícitos ou implícitos, os elementos básicos de contestação.
«ÍNDICE»
INTRODUÇÂO 7
UMBERTO ECO
´Introduzione, in ´L'industria della cultura`, 1969, Valentino Bompiani
'FONTES E TÍTULOS ORIGINAIS:'
MODERNIDADE E SOCIEDADE DE MASSA:
VARIEDADE DA EXPERIÊNCIA CULTURAL 19
DANIELL BELL, ´Modernity and Mass Societ`: on the ´Varieties of Cultural Experience`, in
´Studies in Public Communication`, 4, 1962
MASSICULTURA E MEDICULTURA 67
DWIGHT MACDONALD, ´Masscult & Midcult`, in ´Partisan Rev.`, 4, 1960 (ora in ´Against the American Grain`, New York, Random House, 1962
A SOCIEDADE DE MASSA E A SUA CULTURA 151
EDWARD SHILLS, ´Mass Society and Its Culture, in ´Daedalus`, 89-2, 1960 (ora in AAVV, ´Culture for Millions`, New York, Van Nostrand, 1961)
VANGUARDA E 'KITCH' 187
CLEMENT GREENBERG, ´Avant-Gard and Kitsch`, in ´The Partisan Review`, Dial Press, 1939
(ora in B.ROSENBERG e D.M. WHITE ed., `Mass Culture`, The Free Press, Glecoe, 1960)
PERSPECTIVAS HISTORICAS DA CULTURA POPULAR 207
LEO LOWENTHAL, ´Historical Perspectives of Popular Culture`, in ´The American Journal
of Sociology`, 55, 1950, The University of Chicago Press (ora in Mass Culture, cit. )
COMUNICAÇÃO DE MASSA, GOSTO POPULAR
E ACÇÃO SOCIAL ORGANIZADA 231
PAUL F. LAZARSFELD e ROBERT K. MERTON, `Mass Communication, Popular Taste and Organized Social Action, in LYMAN BRYSON ed., ´The Communication of Ideas`, N.Y., Hasper & Brothers, 1948 (ora in Mass Culture, cit.)
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