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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

«JULIANO» (JULIÃO, APÓSTATA) - GORE VIDAL





  «JULIANO»
GORE VIDAL
Tradução: Carlos Leite
PUBLICAÇÕES DOM QUIXOTE
1ª edição: Julho de 1990
Depósito legal nº 34949/90
ISBN: 972-20-0791-2
Título original: ´JULIAN`
1962, GORE VIDAL


A figura do Imperador Juliano (Julião Apóstata) tem ocupado na história da Europa um lugar muito particular, garantido em grande parte pelo fascínio romântico que ainda hoje teima em deixar de desprender-se dessa figura!...

Em diversos momentos e muito particularmente durante a Renascença e no século XIX, as suas infrutíferas tentativas de impedimento da propagação do Cristianismo e da promoção da revivescência da cultura helénica encontraram eco na obra de personalidades de primeiro plano das artes e das letras. Foi assim que um Lourenço de Médicis e um Henrik Ibsen, por exemplo,  lhe dedicaram duas das suas peças teatrais.

Mais porém que o próprio Juliano, o personagem central deste extraordinário romance é o século IV da nossa era. Durante os cerca de cinquenta anos que decorreram entre a proclamação do imperador Constantino, o Grande, em 306, e a morte de Juliano, seu sobrinho, em 363, o Cristianismo firmou-se e afirmou-se como a grande religião da Europa do futuro. A ponto de muito daquilo que ainda hoje somos, ter em boa parte resultado dessas décadas prodigiosas, aqui magnificamente registada.

Anteriormente referi esta obra como perspetiva daqueles que conheceram João Crisóstomo, o admiraram e o viram como um adversário! Juliano era um deles.


As páginas que se lhe referem vão desde a 430 até ao fim da obra de Gore Vidal!
Permitimo-nos transcrever as eloquentes linhas da pág. 431:

 - Sentado dentro do forno escaldante da igreja octogonal, com o altar à minha esquerda e o alto púlpito de mármore à minha direita, apercebi-me de repente da voz do padre oficiante. Como a maioria dos cegos ou quase cegos, sou extremamente sensível às vozes. Algumas dão-me prazer; outras (mesmo que de amigos) deprimem-me. Aquela voz, notei com algum prazer, era profunda e cheia de ressonâncias, com aquela estranha urgência que sempre me encanta. O orador fazia o elogio de Melécio. Escutei atentamente. As palavras eram escolhidas delicadamente; os períodos elaborados; o conteúdo convencional. Quando o padre acabou, virei-me para Címon e murmurei:
 - Quem é este?
 - João Crisóstomo, o novo diácono, designado no mês passado por Melécio. Tu conhece-lo.
 - Conheço.



O dialogo decorre entre Juliano e Címon!



2 comentários:

Elaine disse...

Olá! Também li esse livro e gostei muito. Vc teria como me conseguir um exemplar aí de Portugal para minha coleção? Sou brasileira e tenho como conseguir a edição brasileira para trocarmos, caso vc se interesse tb. Em caso afirmativo, me avise que entramos em contato.

Um abraço, Elaine

Elaine disse...

Tenho um blog tb. O endereço é:

http://elainecozendey.blogspot.com.br/

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