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domingo, 24 de outubro de 2010

«No Mundo Desconhecido» - Lapas de Gusmão







    «NO MUNDO 
 DESCONHECIDO»
  LAPAS DE GUSMÃO


´O MISTÉRIO DA MORTE`
´O CONCEITO DO UNIVERSO`
´A IDEIA DE DEUS`


1937
Tip. da Empresa Nacional de Publicidade
Lisboa - Edição do autor




Nunca deturpes a verdade para servir as
tuas convicções, os teus interesses, ou as
tuas paixões.


Os deturpadores conscientes da verdade
são como aqueles charlatães da praça pú-
blica, que, julgando iludir e ludibriar os
incautos e os simples, não conseguem mais
que despertar o desdém e a irrisão das
pessoas de bom senso.


Não há mentiras, disfarces ou sofismas
que consigam destruir a verdade, e esta,
na hora do seu inevitável triunfo, escorra-
çará para a treva da condenação pública,
todos aqueles que pensaram poder alterá-la
ou corrompê-la ao sabor de seus desejos 
tenebrosos e suspeitos.
                                               L. de G.


O mistério da Morte - O conceito do Universo - A ideia de Deus - problemas eternos que neste livro o Autor tenta enunciar e apresentar, não em exposições suculentas ou divagações cansativas, mas sob forma leve, vivida e dramatizada, em termos de poderem ser apreendidas por todas as inteligências.

Problemas eternos são chamados e com inteira razão, porque nunca o espírito do Homem (na conceção do Autor) logrará decifrá-los e compreendê-los em toda a sua plenitude, não obstante as doutrinas fantasiosas das religiões, as efabulações metafísicas e lendárias da fé, as investigações positivas da ciência ou as lucubrações. mais ou menos filosóficas e mais ou menos profundas, do génio humano.

Para o Autor, desde sempre, esses problemas preocuparam a Humanidade e a preocupá-la continuarão por todos os tempos, visto ultrapassarem as possibilidades da sua inteligência e da sua razão, e jamais eles serão, porventura, desvendados porque, quem sabe? talvez constituam problemas. sim. mas apenas existentes na ansiedade da alma humana.

Posta a problemática nestes termos, quem ousará ter a estulta pretensão arrogantemente definitiva, ou ao menos uma explicação inteiramente inédita, sobre tão magno e angustioso assunto?
Através das indicações da razão e das sugestões da fantasia do Autor, terá ele conseguido vislumbrar uma fugidia sombra da Verdade?

Terá sequer existência real essa suposta Verdade que, segundo pretendem inculcar, todo o homem, conscientemente ou inconscientemente, guarda no fundo de si mesmo?

O autor adverte não dever o sentido total desta obra ser interpretado na restritiva significação das palavras, nem segundo o desenho exterior das figuras ou símbolos que o animam e movimentam; antes não deve esquecer-se que muitas vezes têm as ideias de corporizar-se para melhor penetrarem na compreensão comum. 

Haverá, acaso, quem se escandalize com o pensamento ou com a forma dada aos assuntos versados nestas páginas? As ideias, quando são sinceras e vivem acalentadas na consciência, vencem preconceitos, convenções, interesses, perigos ou ameaças, afirma desassombradamente L. de G. !

Para o Autor, heróis não são apenas os que fundam impérios, conquistam cidades ou massacram o seu semelhante, heróis são também, e porventura bem maiores, os que agitam princípios ou erguem conceções no sentido da emancipação do espírito humano agrilhoado. E assim, as consciências violentadas são como labaredas explosivas que tanto mais alastram quanto mais tentam comprimi-las.

Posto isto, deve o leitor desta obra, dispor-se, não a digerir sufocantes dissertações abstrativas, mas a seguir uma fantasiosa e ligeira narrativa, que talvez tenha o mérito, ao menos, de prender a sua curiosidade!


http://capeiaarraiana.wordpress.com/2007/11/20/%C2%ABuma-noite%C2%BB-de-lapas-de-gusmao/

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