Que importa, oh Sanches, que hajas escrutado ´Do Numen de Epidauro` altos segredos Se hás de tocar (um pouco mais tardio) a meta inevitável?
Em vão, co' a luz do Hipócrates moderno No santuário entraste da Natura; A segadoura foice não se embota Com morredoras ervas.
Filinto Elísio
Ode ao Senhor Doutor António Ribeiro Sanches
E que reino é este? O reino cadaveroso, que denunciou Ribeiro Sanches - e re-denunciou António Sérgio? O reino da estupidez, ridicularizado por Jorge de Sena? Provavelmente as tais publicações que se vendem como pãezinhos exalam um estúpido fedor a defunto! Dura-lhes pouco a vida mas o bastante para embrutecer (e infetar) o mundo. Passará, com o tempo. Questão de paciência. E de otimismo, claro.
Outro "anacrónico", José Agostinho de Macedo, escrevia: "Fatal século de Seiscentos, em que parece que neste reino houve a invasão da estupidez"; e Antero de Quental:
"A uma geração de filósofos, de sábios e de artistas criadores sucede a tribo dos imitadores"; e Manuel da Fonseca punha o dedo na ferida: "O homem é a publicidade". Do século XVIII ao XX, repetiram-se as crises culturais. E tudo se recompôs. Esta, que, nos albores do XXI, enche de garrafinhas de mau cheiro as livrarias, há de superar-se.
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