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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

«A UNIÃO CONJUGAL» - Mac Oraison




«A UNIÃO CONJUGAL»

       MARC ORAISON


Tradução: Maria Isabel Tamen
Círculo do Humanismo Cristão
Livraria Moraes Editora
Lisboa- 1962
Título Original: ´L'Union des époux`
Librairie Arthème Fayard
Paris, 1956


Como já foi referido, a Tese de Doutoramento em Teologia apresentada e defendida em 1951 por Marc Oraison no Instituo Católico de Paris tendo obtido a mais alta distinção, foi condenada pelo ´Santo Ofício`, ao ser publicada em 1952! Intitulava-se, ´Vida cristã e problemas da sexualidade`! Uma das razões da condenação que quase lhe acarretou a ´excomunhão` , residiu no facto de o autor mencionar duas vezes a famosa obra de Simone de Beauvoir: ´Le deuxième sexe`.

Marc Oraison ao apresentar a obra referida  afirma:

«O autor apresenta ao público esta obra, em grande parte para corrigir os erros que um anterior livro poderia conter, contra sua intenção. Esse livro foi objeto duma medida da 'Sagrada Congregação do Santo Ofício'.
Nele, o autor não tomara, com efeito, suficientemente em conta a doutrina tradicional a respeito dos actos humanos.
Certos leitores poderiam - aliás erradamente - ter tirado dele uma conclusão segundo a qual se poderia pecar formalmente por malícia, nunca por fraqueza. Esta conclusão é contrária ao pensamento do autor, e se ele pôde levar a essa interpretação errónea e contrária ao ensino tradicional, pede desculpa.
Espera ele que o presente livro irá acalmar as dúvidas que a sua outra obra poderia ter suscitado.»

E na introdução, continua a sua ´autocrítica` (estou a pensar na similitude com ´O zero e o infinito` de Arthur Koestler:

«Existe, em primeiro lugar, uma tomada de consciência, impulsionada pelo Magistério da Igreja, da importância moral de que o exercício da sexualidade se reveste. Parece, na verdade, que o fim do séc. XIX e o princípio do séc. XX tinham mais ou menos perdido de vista esta importância. Sob a capa da ´boa educação` e da ´reserva`, o pensamento médio vulgar evitava olhar de frente para certos problemas e não
refletia suficientemente sobre eles. Erros de juízo, por vezes grosseiros, tinham-se instalado como verdades indiscutíveis (´deve gozar-se a juventude`, ´o homem deve ter feito várias experiências antes de se casar`, etc.). De resto e simultaneamente, uma determinada conceção da mulher - contra a qual protesta muito mal, embora com razão, Simone de Beauvoir - dirigia, mais ou menos secretamente, as relações conjugais e sociais».

Sou de opinião que Marc Oraison agiu bem, tal como Galileu...desta vez frente a outros Cardeais, Ottaviani e Pizzardo, pois assim o médico, psicólogo, teólogo e padre, pôde continuar a sua obra e, finalmente, com a extinção do ´Index` pelo ´Concílio do Vaticano II` conseguir entrar num novo patamar do modo como a Igreja pensa as ´Realidades terrestres`!

http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,836269-1,00.html

Le deuxième sexe de Simone de Beauvoir - Resultado da pesquisa de livros do Google

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