«A BOA SOCIEDADE»
´Sobre a Reconstrução
da Filosofia Política`
Vittorio Possenti
Tradução:
Natércia Maria Mendonça
Capa:
Capa:
Paula Calheiros e José Soalheiro
Fotografia da Capa:
Fotografia da Capa:
Augusto da Conceição Silva
Revisão:
Revisão:
Manuel Maria Rosa
Coleção Estudos e Ensaios
IDL - Instituto Amaro da Costa
LISBOA, 1986
Depósito legal: Nº 12935/86
Coleção Estudos e Ensaios
IDL - Instituto Amaro da Costa
LISBOA, 1986
Depósito legal: Nº 12935/86
311 pags.
Título original:
«La Buona Società» - Sulla
Riconstruzione della Filosofia Politica`
Vita e Pensiero
Publicazioni dell'Università
Cattolica del Sacro Cuore
Milão, 1983
«La Buona Società» - Sulla
Riconstruzione della Filosofia Politica`
Vita e Pensiero
Publicazioni dell'Università
Cattolica del Sacro Cuore
Milão, 1983
«Há muito tempo que a filosofia política se debate com graves dificuldades, pelo que cada vez mais, se põe em dúvida a sua existência. Seria pagar tributo à melancolia alinhar ordenadamente citações extraídas de escritos de numerosos autores contemporâneos, todos concordantes em afirmar o desaparecimento, por agora, da filosofia política, uma das mais nobres e antigas disciplinas que, nos universos filosóficos clássico e moderno, brilhou sempre pela sua vigorosa presença.
A filosofia política vive hoje na cultura numa condição paradoxal que se diria criada expressamente para intensificar, para além de toda a opinião, a investigação e a inquietação do pensamento e não para o conservar numa condição subliminar.
A crise da filosofia política é um aspeto importante da mais geral e já não nova crise do Ocidente. As dificuldades do Ocidente encontram inequívoca expressão na sua cultura, que vai perdendo as sua qualidades próprias, a consciência da sua própria missão e aquela abertura universal que a tornou, durante muitos séculos, um coeficiente fundamental da aceleração da história.
A vocação específica da cultura ocidental era a de se estender a si mesma e ao seu próprio futuro não como algo de particular e de ´idiomático` , mas como morada universal, onde o futuro se projetava como futuro de toda a humanidade. O Ocidente está habituado a compreender-se como portador de valores e fins para todos e, por isso, como promotor de civilização; acreditava no progresso para uma prosperidade sempre maior que, por sua vez, tornaria possível a obtenção da liberdade e da justiça numa sociedade alargada cada vez mais a todos os seres humanos, onde cada um é livre e igual aos outros.
O objetivo da presente obra é o de desenvolver algumas problemáticas consideradas essenciais num processo de reabilitação e de reconstrução científica da filosofia política: a crise da filosofia política não é secundária e periférica, inverte mesmo, completamente, os seus fundamentos, suprimidos os quais desaparece a possibilidade de um conhecimento filosófico do facto político. É pois natural, e até necessário, que as tentativas de recuperação da filosofia política se concentrem nos conceitos e categorias, sobre os quais se ergue o seu edifício cognoscitivo.
Um livro de filosofia nasce para expor o que atormenta intelectualmente pessoas tais o autor deste livro, que escreve sobretudo para se esclarecer e porque confessa estar insatisfeito com as soluções correntemente apresentadas. Legitimamente tem o desejo de persuadir quem o ler; este objetivo, contudo, apesar de importante, seria secundário, isto é, consecutivo à exigência imperiosa da busca e da conquista de um satisfatório consenso!
ÍNDICE
INTRODUÇÂO
I. A CRISE DA FILOSOFIA POLÍTICA
II. POLÍTICA E FILOSOFIA POLÍTICA
III. CIÊNCIA E FILOSOFIA NA POLÍTICA
IV. RACIONALIDADE DO POLÍTICO, BEM E VALOR
ANEXO:A queda no irracionalismo: o problema da razão
prática em Kelsen
V. VICISSITUDES DA FILOSOFIA POLÍTICA
VI. CRISTIANISMO E POLÍTICA
EXCURSO: As ideias políticas de Pascal e de Donoso Cortés
A linha humanístico-integral
VII. FORMA E CATEGORIAS POLÍTICAS
ÍNCICE ONOMÁSTICO
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