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terça-feira, 20 de outubro de 2009

«Os Criptojudeus» - Amilcar Paulo






«OS 
  CRIPTOJUDEUS»
AMILCAR PAULO 
(1929-1983)
Capa e crtério gráfico de
Paulo Pina
LIVRARIA ATHENA 
PORTO - 1971


«Quando do aparecimento, no mercado livreiro, do estudo do historiador Dr. António José Saraiva - «Inquisição e Cristãos -Novos» (1969) - logo um grupo de devotados amigos veio até nós, solicitando esclarecimentos acerca do criptojudaismo. Em conversa amena íamos justificando e comprovando, contrariamente à opinião do Dr. António José Saraiva, o acerto da expressão «Criptojudeus» usada por J. S. Révah, Júlio Caro Baroja e muitos outros, que ao estudo do problema têm dedicado a sua experiência e saber.
Mas a falta de tempo para a elaboração de um ensaio que abarcasse toda a problemática criptojudaica levou-nos, para já, satisfazendo o incitamento de alguns amigos, a limitar o nosso sonho a este ligeiro trabalho que pretendemos esclareça, em síntese, o criptojudaísmo, sua génese e vivência.
Coube ao engenheiro de minas Samuel Schwarz o ensejo de, com o seu trabalho «Os Cristãos-Novos em Portugal no século XX (1925) - estudo esse que foi publicado em várias línguas - chamar a atenção para o fenómeno criptojudeu no Portugal moderno. Escrevia então o autor: «A existência de judeus clandestinos, num país democrático e republicano da Europa, parece, à primeira vista, inverosímil.
Todavia, existem ainda em Portugal!
São os dignos descendentes dos cristãos-novos, que o decreto de expulsão de 1496 e as brutais e desumanas violências, que se lhe seguiram, forçaram a abjurar a sua fé. »

(do Antelóquio)









Os Criptojudeus, como o seu nome indica, é um estudo do quadro de crenças ocultas dos judeus conversos em que o seu autor analisa, ao mesmo tempo, as origens e raízes ideológicas dos Cistãos-Novos. Nele se faz uma síntese histórica do comportamento sócio religioso dos ´marranos` e analisa também o paralelismo entre a sua conduta ideológica e a dos judeus ortodoxos, para afirmar que se não pode deixar de identificar o ´cristão-novo` com o judeu. Daí o recusar a tese simplista de autores que veem na Inquisição ´apenas` uma arma de classe. -Portanto um livro plenamente atual, da maior objetividade, na medida em que traz à luz da realidade certos factos, geralmente objeto de controvérsias.


Amílcar Paulo (1929-1983), de raízes transmontanas, nasceu na cidade do Porto e dedicou-se desde muito novo ao estudo do judaísmo 'sefardim'. Membro da «World Union of Jewish Studies» (União Mundial de Estudos Judaicos) participou e tomou parte em inúmeros colóquios sobre o tema, em Portugal e no estrangeiro, tais os Colóquios Portuenses de Arqueologia promovidos pelo Centro de Estudos Humanísticos (anexo à Universidade do Porto) nos anos de 1962, 1964, 1965 e 1966. Comparticipou também no Congresso Luso-Espanhol de Estudos Medievais com a comunicação: «Os encargos das Comunas Judaicas no Portugal medieval. A sua vasta bibliografia constitui um notável estudo do criptojudaísmo e dela se destacam, entre muitos outros, os seguintes títulos: Os Mogadouros - Argentários Judeus, Romanceiro Criptojudaico, As Judiarias do Burgo Portuense.

Índice

Antelóquio

Introdução

I - Os conversos e as suas crenças

II - Reminiscências Judaicas de Trás-osMontes e das Beiras

III - A organização do culto judaico e as orações criptojudaicas

IV - O ritual criptojudaico
V - Conclusões

Bibliografia e notas



             Cerimónia de «Pesah» (toque de «Shofar» ) na Sinagoga Portuguesa de Amsterdão. 
Primeiro quartel do século XVIII.







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