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terça-feira, 24 de março de 2009

«As revelações da morte» - Leão Chestov


                                                      Presença de Leão Chestov





             as 
      revelações 
      da  morte 
          Leão Chestov

Tradução, Prefácio e Notas
                 de 
      Jorge de Sena

Na capa: 
Miguel Ângelo - 
- 'A Sibila de Delfos'

Círculo do Humanismo Cristão
Pessoa e Cultura - 2
Livraria Morais Editora
Lisboa - 1960
Composto e impresso na
Gráfica Imperial, Lda.
189 pags.

Nota do tradutor: Esta tradução que ora prefacio, foi feita há cerca de
vinte anos, por encomenda de Adolfo Casais Monteiro, para uma editora
que não chegou a poder publicá-la. Foi concluída e revista agora.
Assis, S. Paulo, Brasil, Maio de 1960

'Quem sabe?» - diz Eurípedes- «Talvez a vida seja a morte, e a morte a vida»!

Estas palavras, Platão, em um dos seus diálogos, fá-las repetir a Sócrates, o mais sábio dos homens, o criador da teoria das ideias gerais e o primeiro a considerar a nitidez e a claridade dos nossos juízos como índice da sua verdade. Em Platão, quase sempre Sócrates repete ou glosa as palavras de Eurípedes. Ninguém sabe se a vida não é a morte, se a morte não será a vida. Desde a mais remota antiguidade que os mais sábios vivem nesta enigmática ignorância; só os homens vulgares bem sabem o que seja a vida, o que seja a morte.

Como é possível, como tem sido possível que os mais sábios hesitem num ponto que não oferece dificuldades aos vulgares espíritos? E por que estarão reservadas sempre aos mais sábios as mais terríveis e cruéis dificuldades? Ora, que haverá mais terrível do que não saber se se está morto ou vivo? A 'Justiça' exigiria que tal conhecimento-ou tal ignorância-fosse apanágio de todos os homens. Que digo: a justiça! É a própria lógica que o exige, por ser absurdo que a uns seja dado distinguir a vida e a morte, enquanto outros de tal conhecimento são privados; com efeito, aqueles que o possuem diferem completamente dos que não o possuem, e não temos o direito de, indistintamente, a todos considerarmos da espécie humana. Só é homem quem sabe o que sejam a vida e a morte. Quem não sabe, aquele que mesmo de quando em quando, mesmo por um instante, deixa de apreender o limite que separa a vida e a morte, deixa de ser um homem e torna-se - Torna-se o quê? Que Édipo é capaz de resolver este enigma e penetrar neste mistério supremo?

                                            
                                             ÍNDICE

PREFÁCIO

PRIMEIRA PARTE: -

       - A luta contra as evidências

              (Dostoievsky)

SEGUNDA PARTE: -

        - O Juízo Final

                (As últimas obras de Tolstoi)

                




2 comentários:

Artur T. disse...

Óptimo.Ainda bem que citou este livro. Chestov é um autor fundamenta, um filósofo a reler e a descobrir. Gostei.

Unknown disse...

OLÁ, VOCÊ TEM ESTE LIVRO? NO MEU PAÍS NÃO TEM NEM AO MENOS PARA VENDER. SE POSSÍVEL, ENVIA-ME O PDF DESTE TEXTO. VIDE MEU EMAIL: NNALBERTYY@GMAIL.COM

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