«Com o surgir do pensamento grego, com TALES de Mileto, começa a esboçar-se um espírito científico que, tendo embora um carácter intuítivo e primário, podemos já considerar como científico» (F. S. C. NORTHROP, «SCIENCE AND FIRST PRINCIPLES».
Até então(...)só o espórito religioso interviera. A especulação teórica torna-se necessária.
Foi na GRÉCIA QUE ESSAS ESPECULAÇÕES SURGIRAM E AS PRIMEIRAS CIÊNCIAS DESPONTARAM.
(...) MILETO era uma cidade geográfica e comercialmente bem situada. Como porto central em relação ao Mediterrâneo e à Ásia, era o ponto de ligação entre todas as velhas covilizações da Antiguidade Oriental e esse jovem povo cheio de insaciedade e entusiasmo, que estava passando por uma transformação social digna de registo. « a ascensão das classes populares e o alvorecre das instituições democráticas» (Bento de Jesuas Caraça, «Galileu Galilei».).
(...) É sabido que o trabalho era considerado como degradante para os gregos.(...) O saber era uma manifestação aristocrática, o trabalho era uma manifestação inferior, só digna de escravos. E foi por tudo isso que o pensamento grego foi essencialmente um pensamento de genaralidades e intuição.
De todas as correntes do pensamento grego, a que mais contribuiu para a formação de um pensamento científico foi a saída dos eleatas: PARMÉNIDES e ZENÃO(...)MARCARAM UM PASSO DECISIVO PARA O RACIONALISMO.
(...)esse racionalismo não corresponde ao dos nossos dias. O racionalismo e a ciência saídos de GALILEU e DESCARTES só foram pressentidos pelos eleatas.
Tiveram eles de se referir ao movimento, para demonstrar a impossibilidade da pluralidade. E afirmando(...) a impossibilidade do movimento absoluto, não precisaram bem o movimento relativo.
Parménides e Zenão pretenderam provar a existência «de uma matéria una e indivisível, impenetrável, preenchendo o espaço inteiro» (ibidem).E esta matéria indivisível, contínua e homogénea, isto é, total, tem necessariamente que concluir-se ser imóvel. Era preciso portanto, provar a impossibilidade do movimento. Foi o que tentou ZENÃO com os qutro argumentos contra o movimento:
1º -A DICOTOMIA.
2. -O AQUILES.
3º -A FLECHA.
4º -O ESTÁDIO
1º Argumento - A DICOTOMIA:
«Tu não pedes chegar à extremidade dum estádio. Tu não podes franquear num tempo finito um número infinito de pontos. Tu és obrigado a franquear a metade duma distância dada qualquer, antes de franqueares o todo, e a metade desta metade antes de poder franquear aquela. E assim por diante AD INFINITUM, de tal sorte que há um número infinito de pontos em não importa que espaço dado, e tu não podes tocar um número infinito de pontos um após o outro num tempo finito».
2º Argumento - O AQUILES:
«Aquiles não ultrapassará nunca a tartaruga. Ele deve primeiramente atingir o lugar de onde a tartaruga partiu. Durante este tempo a tartaruga toma um certo avanço. Aquiles deve recuperá-lo, e a tartaruga aproveitará para fazer de novo um pedaço de caminho. Ele aproxima-se sempre, mas sem a atingir nunca».
3º Argumento - A FLECHA:
«A seta que voa está em repouso. Porque se cada coisa está em repouso quando ocupa um espaço igual a ela mesma, e se o que voa ocupa sempre, e não importa em que momento, um espaço igual a ele mesmo, não se pode mover».
4º Argumento - O ESTÁDIO:
«O quarto é sobre as massas - «OGCOI» os pontos materiais ou indivisiveis ( os limites) - movendo-se no estádio, em filas iguais, paralelas e em sentido inverso, com igual velocidade, partindo umas da extremidade do estádio, as outras do meio. Pensa poder concluir a igualdade entre o tempo duplo e a sua metade. Há paralogismo quando postula que grandezas iguais animadas de uma igual velocidade, passam no mesmo tempo o comprimento de uma mesma grandeza, quer esta esteja em movimento, quer em repouso».
D.P.L.
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