«MAOÍSMO EM PORTUGAL»
´Ideologia anarquista
contra-revolucionária
e paródia burguesa do marxismo`
Anexo - «Ser ou não ser contra os monopólios»
José Manuel Jara
Textos de intervenção - 7
Edições Sociais
Julho de 1975
Lisboa
79 págs.
Edições Sociais
Julho de 1975
Lisboa
79 págs.
O autor na obra de propaganda e informação anterior «A Farsa dos pseudo radicais em Portugal», editada logo após a Revolução dos Cravos e destinada a combater um grupo alargado de movimentos da extrema esquerda, face aos danos que poderiam causar à Aliança com o MFA, dirige-se nesta outra publicação ao Maoísmo, e isto numa data precisa: após as eleições para a Assembleia Constituinte (25 de Abril de 1975) e o assalto do COPCON a locais pertencentes ao MRPP (28 de Maio de 1975), com a prisão de Arnaldo Matos e outros!
Porém, se o MRPP tinha uma atitude um tanto agressiva e provocadora, denunciada pelo saudoso J. L. Saldanha Sanches, ex-Militante da organização e expulso, acusado de pertencer à denominada «Linha Negra», existiam outros movimentos maoístas que não era meros descendentes da Esquerda Democrática Estudantil (EDE).
Eram grupos que remontavam à cisão do camarada 'Campos`, entenda-se Francisco Martins Rodrigues, que com outros militantes forma uma frente, a «Frente de Ação Popular» (FAP), expressão do «Comité Marxista Leninista Português» (CMLP)!
Dado o prestígio dessas personalidades vindas da força que, formada em 1921, o «Partido Comunista Português (PCP), sempre na vanguarda da luta contra o Regime Corporativo do Estado Novo, de contornos Fascistas, tornava-se necessário travar um combate em duas frentes (daí o Anexo): os Maoístas e os Partidos Democráticos que se opunham às nacionalizações!
Na «Introdução» o autor afirma:
«Vivemos uma Revolução. O processo revolucionário avança na construção de um Estado Democrático ao serviço do povo, avança na destruição do poder dos monopolistas e dos latifúndios.
A unidade POVO / MFA é, desde o 25 de Abril, o eixo da Revolução Democrática e Nacional. O movimento popular de massas, organizado pelos Partidos verdadeiramente democráticos e revolucionários e a vanguarda revolucionária das Forças Armadas são as duas componentes que definem a originalidade da Revolução Democrática, rumo ao Socialismo.
Se a aliança tem duas componentes, ambas devem caminhar ombro a ombro na luta diária pelo aprofundamento de uma revolução que encaminha irreversivelmente o País, com salienta a Plataforma (Plataforma de acordo dos Partidos com o MFA).
Fazendo da sua estratégia o anticomunismo e o anti sovietismo, dentro de uma linha na aparência de ´esquerda` e, ainda por cima, ´marxista-leninista`, são um peão da burguesia bastante útil no combate ao PCP e ao processo revolucionário.»
Nesta publicação o autor volta a elencar os movimentos maoístas e dá em organigrama uma explicação muito elucidativa das cisões surgidas após a fundação da FAP / CMLP (quero deixar bem explícito o meu respeito pelo saudoso Francisco Martins Rodrigues!...).
Dadas as muitas divergências e erros tático-estratégicos vão surgir uma legião de organizações que a par da EDE/MRPP, para quem não viveu a época de forma empenhada e militante se tornam nos dias de hoje um verdadeiro emaranhado de interpretação e descrição que quase roça o ´esotérico` !...
Basta atentar nas frentes eleitorais que vão surgir nas eleições para a Assembleia Constituinte, saídas das vária organizações maoístas, para se perceber que se tinham tornado verdadeiros ´grupúsculos` (além do MRPP, temos: UDP, AOC, PUP, FEC-ml)!
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