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sábado, 29 de setembro de 2012

«Capitalismo do Século XX» - Roger Garaudy

Roger Garaudy (1913-2012)
Militante do Partido Comunista Francês de 1933 a 1970.
Director do ´Centre d'Études et de Recherches Marxistes`de Paris.
Membro do ´Bureau` (Comissão) Político/a do PCF (1956-1969)
Expulso do PCF após a sua última intervenção no XIX Congresso em 6/2/1970
As dificuldades iniciaram-se com a sua postura de diálogo, nomeadamente em «Perspectivas do Homem» - 1959 e em «De l'Anathème au Dialogue» - 'Un Marxiste s'adresse au Concile' (1965). Acentuaram-se em 1966 com a sua semelhança de posições às alternativas de Lucien Sève, na ´comunicação`deste último na reunião do ´Comité` Central do PCF em Março desse ano. Garaudy publica «Marxisme du XX ieme Siècle» (1966)! Em 1967 acerca do dissídio Sino-Soviético toma posição de contenção que o  aproximam de Palmiro Togliatti e escreve «Le probème chinois» (1967). Os acontecimentos de ´Maio de 68`e a ´Primavera de Praga` que se saldou pela invasão das tropas do ´Pacto de Varsóvia`, levaram-no a participar num encontro de estudantes em Novembro 68 e a escrever obras que o vão levar a uma rota de colisão com o ´aparelho`do PCF, tais: «La Liberté en sursis» (1968), «Peut-on être communiste aujourd'hui?» (1968), obra esta que será reeditada no mesmo ano, mas com um Prefácio mais denso, «Pour un modèle français du socialisme» e finalmente em 1969 com o livro «Le grand tournant du socialisme»...Após a expulsão, Garaudy explica em «Toute la vérité» - Mai 1968/Février 1970 (1970), o modo como decorreram os acontecimentos que o levaram à demissão do Bureau Politique em 1969 até à expulsão em 1970!...
Não cabe nesta curta resenha qualquer referência a escritos posteriores, quer numa aproximação ao cristianismo, à lateralização da Europa e finalmente a sua adesão, numa atitude de falta de confiança no homem, ao Islão, (tenha-se presente que declarou na altura ser este a única arma capaz de abater o estalinismo) e à absurda negação do ´holocausto`!...





  «Capitalismo do século XX»
         Roger Garaudy
Tradução de Jurandir Silva
Capa: Patrícia de Aquino
´Ideias e Fatos Contemporâneos`
 Volume 29
Editora Saga S/A - 1970
184 págs.
Direitos em língua portuguesa
Copyright: Éditions Bernard Grasset
(sem referência de data nem de título original)


A capa do livro refere com realce: «O livro que provocou a expulsão do autor do Comitê Político do Partido Comunista Francês`!...
Ora para quem conhece em profundidade a obra de Roger Garaudy logo percebe que, de facto não se trata de um livro seu, mas apenas da tradução da terceira parte de «Peut-on être communiste aujourd'hui?», intitulada «Réflexions sur les formes actuelles du capitalisme», que envolve quatro capítulos, reproduzidos na versão brasileira, se bem que por questões provavelmente  de arrumação a primeira parte passe a intitular-se de ´Introdução`, quando no original não há qualquer referência a uma introdução!...Do índice, de resto, consta apenas. em português o elenco do original:

I - O neocolonialismo
II - O Capitalismo monopolista de Estado e as novas contradições económicas
III - As novas alienações políticas
IV - O Capitalismo monopolista de Estado e o homem
        a) Destino da cultura
        b) O tempo dos homens duplos
        c) Michel Foucault e a ´morte do homem`
        d) A propósito do ´anti-humanismo teórico` de Althusser

Na contra capa: 'Garaudy: o herético', são referidas as posições das teses heréticas de Garaudy.






«Peut-on être communiste aujourd'hui?»
  Roger Garaudy
Éditions Bernard Grasset
Paris, 1968
394 págs.
Dépot légal: 2e trimestre 1968
Nº édition: 3035
Nº d'Impression: 4347

A obra contém quatro partes!




´Pour un modèle français du socialisme`
  Roger Garaudy
Éditions Bernard Grasset, 1968
Idées actuelles, nrf - 171
385 págs.
Dépot légal: 4e trim. 1968
Nº déd. : 13769
Nº d'imp. : 2747

A obra é uma reposição da anterior, porém enriquecida por um denso prefácio!

Nota: em ´blogs` a publicar irei ter tempo e disponibilidade para abordar o caso Garaudy e mesmo a grosseira resposta de refutação editada na então URSS!...

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

«A TOUPEIRA» - John Le Carré



«A TOUPEIRA»
John Le Carré

Tradução de Maria Ondina Braga
Capa de José Cândido
Revisão de Agostinho Macedo e Luis Bação

Coleção 'Autores Universais - Série Monumental

Composto e Impresso em Gris Impressores, SARL
Alto da Bela Vista - Cacém

Livraria Bertrand, S.A.R.L.
Novembro de 1975
381 págs.

Título da edição original:
«Tinker, Tailor, Soldier, Spy»

Le Carré Productions, 1974


Londres. Tornou-se evidente, sem dúvida possível, que algures ao mais alto nível dos Serviços de Informação britânicos, no «Circo» -´Circus` (nome ambíguo do quartel-general do SIS-MI6), há um agente duplo, uma toupeira profundamente infiltrada e instalada na própria rede. Na gíria do meio, uma toupeira é um agente soviético de funda penetração, assim chamado porque «faz túneis no edifício do imperialismo ocidental» e não é menos evidente que a toupeira só pode ser um de cinco homens: homens brilhantes, complexos, com provas prestadas na ação, homens que trabalharam em estreita colaboração durante anos, que se respeitam, que contam uns com os outros apesar dos violentos choques de carácter e de penosas diferenças de casta e de sensibilidade, não obstante o imperativo fundamental da sua profissão: não confiar em ninguém.
É Georges Smiley, um dos cinco, talvez o mais brilhante e o mais complicado de todos, que é encarregado de descobrir a toupeira e destruí-la. Pouco a pouco, as desilusões desfazem-se, a miragem dissipa-se. Quase despreocupadamente, à medida que o romance se encaminha para o seu inesperado desenlace, John Le Carré dá-nos uma visão completa do mundo dos serviços secretos, um mundo (usando o seu calão) de gorilas e caçadores de escalpes, onde os homens são negociados, denunciados, comprados para ´stock`; um mundo de toupeiras, informadores, escutas.
Em Smiley encontramos o herói literário puro, o homem a quem, desde o início o leitor se sente ligado. Esforçadamente ativo, ao mesmo tempo compassivo e implacável, vagamente patriota, apaixonado mas incuravelmente deprimido, Georges Smiley é um solitário com sentido de responsabilidade humana.

Na sequência de «O espião que veio do frio» - versão em português da Record do Brasil (1ª edição, 1967), John Le Carré, em «A Toupeira», editada em primeiro lugar pela Bertrand (uma nova edição existe na Dom Quixote), demonstra o seu dom incomparável para evocar os obscuros labirintos da espionagem internacional.
«A Toupeira» irá integrar a hoje famosa «Trilogia de Smiley ou Tilogia Karka»!...



terça-feira, 11 de setembro de 2012

«Os anos decisivos» - César Oliveira





«Os anos decisivos»
  
   'Portugal 1962-1985
   u m  t e s t e m u n h o'

 César Oliveira (1941-1998)

Capa: Ilustração de Susana Mota
Editorial Presença
1ª edição, Lisboa, 1993
Depósito legal nº 63 395/93
333 pags.


Foi, para todos os que se interessam pela coisa pública, uma importante iniciativa editorial, o lançamento deste estupendo, denso, rico em informação fidedigna do saudoso amigo César Oliveira, que conheci na cidade do Porto durante o período eleitoral de 1969. Durante essa época apreciei sobremaneira a sua independência e coragem, mesmo quando a calúnia batia à porta!...

Nesta magnífica obra, César Oliveira fala-nos, na primeira pessoa, dos acontecimentos que protagonizou e dos quais dá testemunho vivo e vivido, desses anos decisivos para a vida coletiva portuguesa. Escolhe duas datas: 1962 e 1985, precisamente a crise académica de 1962 e 1985, último ano em que foi deputado! Entre essas datas muita água correu e ele esteve sempre presente! Quer como opositor a um marxismo-leninismo que nunca poderia aceitar, dada a sua profunda admiração por Rosa Luxemburgo e outros pensadores de esquerda democrática!...

Quando vim para Lisboa em 1973, por cá nos encontrávamos e soube que colaborava com Adérito de Sedas Nunes na  «Análise Social» e depois com Joel Serrão! Entretanto com o 25 de Abril de 1974 integrou o M.E.S. na sua primeira fase, de breve duração!

César Oliveira combina de uma forma particularmente feliz um registo pessoal, porém sempre ligado ao coletivo, com um registo mais ´historialista`, mas a que nunca falta o calor do envolvimento pessoal. De 1962 a 1985, por aqui passam todos os acontecimentos, pessoas, que fizeram a história desses anos de passagem para a democracia.

Alicerçada na sua sólida experiência de historiador, a forma lúcida e inteligente com que analisa todo esse agitado período dá-nos uma visão em extremo completa, em muitos aspetos original e sempre esclarecedora. Proporciona-nos, ao mesmo tempo, o sabor do lado vivo ou mesmo anedótico que nos leva a entrar na intimidade de pessoas, de figuras as mais carismáticas desse processo de transição.

César Oliveira deixou-nos assim uma obra de grande fôlego, que decerto já pode ser considerada uma peça fundamental das bibliografias sobre a nossa história recente.
César Oliveira foi deputado nas legislaturas de 1980 a 1985 e foi Professor de História Contemporânea no ISCTE. Após 1989 foi Presidente da Câmara de Oliveira do Hospital. Faleceu no ano de 1998!

ÌNDICE

Nota prévia
1. A Primeira Palavra ou a tentativa de Me Explicar
2. Do PCP em 1961/1962 à Crise Académica de 1962
3. A Tropa: A Experiência de Uma Guerra Injusta.
    Agosto de 1963- Outubro de 1966
4. O Regresso da Guerra: da Militância Sindical e Política à Vinda
    para Lisboa. Outubro de 1966-Janeiro de 1972
5. Do ISCEF o 25 de Abril de 1974
6. Do 25 de Abril ao 25 de Novembro. Do Verão Quente à Normalização
7. Do 25 de Novembro à Frente Republicana e Socialista
8. Na Assembleia da República: Da Frente Republicana e Socialista à 
    Ascensão do Cavaquismo




domingo, 9 de setembro de 2012

E. Che Guevara - «Oeuvres V - VI» - («Obras V - VI») : «Textes inédits» - («Textos inéditos»)


Ambos os volumes são o conjunto dos textos inéditos de Che Guevara. A Introdução ficou a cargo do eminente teórico brasileiro de origem judia, Michael Lowy, quadro da IV Internacional, residente em França e que por sinal esteve presente na Conferência de fundação da «Liga Comunista Internacionalista», em Dezembro de 1973, em S. Bernardino, perto de Peniche, tendo sido um dos dois estrangeiros presentes!
A tradução de ambos os volumes foi realizada por France Binard. A edição é de 1972.



E. Che Guevara
Oeuvres V : «Textes inédits»
Obras V : «Textos inéditos»
Introdução de Michael Lowy, Textos militares, Carta a Fidel: A invasão,
Guerra & população camponesa, Conselhos práticos aos combatentes,
Para a construção do socialismo ( I ), Sobre os inquéritos ideológicos,
Necessidade da universidade ser composta de negros, de mulatos, de operários & de camponeses. O papel da Universidade no futuro económico, O movimento sindical, A classe operária & industrialização, O médico revolucionário, As Brigadas internacionais do trabalho voluntário.

1972 FM
Petite collection Maspero 101
2º Trimestre de 1972
Nº de Editor: 528
121 págs.






E. Che Guevara
Oeuvres VI : «Textes inédits»
Obras VI : «Textos inéditos»
Para a construção do socialismo ( II ), Discussão coletiva; decisão & responsabilidade únicas, Os certificados de trabalho comunista, A banca, o crédito & o socialismo, O plano & os homens, Uma atitude nova perante o trabalho, Dimensão internacional da dissolução,
O inimigo mais perigoso & outros disparates, A influência da revolução cubana na América
latina, Seis entrevistas (Sierra Maestra, A Havana, China, Argel, etc.).

1972 FM
Petite collection Maspero 102
2ª Trimestre 1972
Nº de Editor: 529
195 págs.


E. Che Guevara - Oeuvres IV : «Journal de Bolivie» («Diário da Bolívia»)




E. Che Guevara
Oeuvres IV : «Journal de Bolivie»
Obras IV : «Diário da Bolívia»
Introdução de Fidel Castro (Maio de 1968)
Os cadernos de notas que acompanhavam o comandante Che Guevara em Valle Grande, a 8 de outubro de 1967, precedidos de uma «introdução necessária» por Fidel Castro, Documentos inéditos complementares em anexo.

Tradução: France Binard e Franchita Gonzalez-Battle

1968 FM
Petite collection Maspero
Depósito legal: 4º trimestre 1968
Nº do Editor: 240
188 págs.


sábado, 8 de setembro de 2012

E. Che Guevara - Oeuvres III :«Textes politiques» («Textos políticos»)



E. Che Guevara
Oeuvres III : «Textes politiques»
(Obras III) : «Textos políticos»

Este volume contém ´nomeadamente`:
Após o ´triunfo`da revolução: ´Cuba caso excecional ou vanguarda?`
Sobre a construção do socialismo: ´Que é ser um jovem comunista?`
O ´quadro` na revolução, Contra o burocratismo, Sobre o partido marxista-leninista,
Sobre a ideologia da Revolução cubana, Sobre a concepção do valor, Sobre o internacionalismo: «Criar dois, três, numerosos ´Vietnam`», O socialismo e o homem em Cuba, Cartas.

Tradução: Fanchita Gonzalez-Battle

1965/1968 FM
Petite collection Maspero
4º trimestre de 1968
Nº do editor: 240
323 págs.


E.Che Guevara - Oeuvres II : «Souvenirs de la guerre revolutionnaire» («Memórias da guerra revolucionária»)




E. Che Guevara
Oeuvres II : «Souvenirs de la guerre révolutionnaire»
(Obras II) : «Memórias da guerra revolucionária»

Dois anos de combate na serra, como lugar-tenente de Fidel Castro, do desembarque do «Granma», a 2 de dezembro de 1956, à tomada de «A Havana», a 1º de janeiro 1959.
O comandante Che Guevara reuniu num livro o relato da luta insurrecional iniciada por um punhado de homens e levada a cabo por todo um povo.

Tradução: Robert e Magali Merle

1967/1968 FM
Petite collection Maspero 35
4º Trimestre de 1968
Nº do Editor 239
199 págs.





























E. Che Guevara - Oeuvres I : Textes militaires (Textos militares)



E. Che  Guevara
Oeuvres I: «Textes militaires»
(Obras I : («Textos militares»)
Textos integrais de: A guerra de guerrilha, Que é um guerrilheiro?,
                                  O papel social  do exército rebelde, A guerra de guerrilha, um método.

Tradução: - Gérard Chaliand e Juliette Minces (para A guerra de guerrilha e
                   A guerra de guerrilha, um método).
                   Franchita Gonzalles-Battle (para os outros textos)

Introdução: R. F. Retamar (dedicatória a Régis Debray)

1961/1968 - FM
Petite collection Maspero 34
4º Trimestre 1968
Nº de editor 238
168 págs.


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