TABULA SMARADIGNA
Os poetas do Umbral
que nos abraçam as asas da noite
SÃO os fantasmas revelados·
À hora do desencontro.
Por entre as paredes roxas·
e os arbustos secos deixados
mortos no beiral dos nossos olhos
Por entre os beijos místicos
entre os deuses lunares·
e a união dos pulsos de sangue
Somem-se letras de antigos
testamentos.
Amores contados pelas bocas
De outros corpos.
Às flautas e às vozes
ondulantes
Seguem-se passos sibilinos
Esmeraldas caídas
Rasto ocasional de um amor
Que viverá na eterna lembrança do
Homem...
Shhhhh
Que te suma a voz
Fala-me com os olhos
e com a pele que te cobre o rosto
Com as pequenas inflexões
dos teus lábios meus...
porque a Lua nos escuta
Essa donzela crescente
Da religião esquecida dos Homens.
NÃO acordes a noite
NÃO te poupes À intempérie...
Deixa-a cair À terra
Para que da Terra Renasça
Toda uma força Viva e Plena
Porque É Nela que vive a Fonte.
Depois o Fantasma crucificado
À tua pedra
Esfumar-se-Á como o resto dos
incensos que apagas no meu corpo.
Completum est quod dixi de operatione Solis.
C. M.
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