domingo, 28 de novembro de 2010

«O Processo das Três Marias» - ´Defesa de Maria Isabel Barreno` - Duarte Vidal




«O PROCESSO DAS TRÊS MARIAS» 

´DEFESA DE MARIA ISABEL BARRENO`

DUARTE VIDAL

FUTURA 
PANFLETO
Panfleto nº 1
1974

«Não, a mulher não é nosso irmão; pela preguiça e pela corrupção fizemos dela um ser à parte, desconhecido, tendo somente o sexo como arma, o que não é apenas a guerra perpétua mas ainda uma arma que não é de guerra leal - adorando ou odiando, mas não companheiro franco, um ser que forma legião com
espírito de corporação, de maçonaria - mas de desconfiança de eterno pequeno escravo.»

Muitos homens subscreveriam ainda essas palavras de Jules Laforgue; muitos pensam que entre os dois sexos haverá sempre ´briga` e ´disputa` e jamais a fraternidade será possível entre ambos. O facto é que nem  
os homens nem as mulheres se acham hoje satisfeitos uns com os outros. Mas a questão é saber se há uma maldição original que os condena a entredilacerar ou se os conflitos que os opõem exprimem apenas um momento transitório da história humana».

Simone de Beauvoir, ´O Segundo Sexo`,
2º volume, edição brasileira, pág. 485.

«Vous avez raison Françoise, il ne faut pas écouter les faux prophètes qui disent aux femmes: ´Attention! Le jour où vous aurez les mêmes prérogatives que les hommes, vous déviendrez la femme-à-barbe.`
Ceux.lá ne savent pas que, pour aimer vraiment une femme, láimer dans tous les sens du terme, il faut la respecter et la tenir pour égale à soi.»

James de Coquet, in Figaro Litéraire, 13 Avril 1974

 -«E o que faremos, Madre Abadessa, que faremos?
-«Não houve pão para nós à mesa dos homens.»

Novas Cartas Portuguesas, 1ª edição, pág 80


                    A perseguição criminal das três autoras e do pretenso responsável pela edição de ´Novas Cartas Portuguesas` foi uma das últimas e das mais ridículas manifestações do espírito obscurantista que sempre caracterizou, em termos de feroz intransigência, o regime ditatorial derrubado a 25 de Abril de 1974!

A presente obra referente à defesa de Maria Isabel Barrento, além das alegações, é enriquecida com os depoimentos de Maria Lamas, José Gomes Ferreira, Urbano Tavares Rodrigues, Augusto Abelaira, NatáliaCorreia, Natália Nunes, José Manuel Tengarrinha, de entre outros! 



                                                        Da esquerda para a direita:
                                         Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa





...Os censores portugueses, com o maquiavelismo próprio das suas sinistras consciências,        remeteram as três escritoras, como autoras de um livro pornográfico, ´Novas Cartas Portuguesas`, para a Polícia encarregada da averiguação, dos delitos comuns.


Tal acusação por pornografia e ofensa à moral pública, não foi mais do que um pretexto  que escondia as verdadeiras causas da perseguição criminal promovida, que eram, essencialmente, de natureza política.

Sem comentários:

Enviar um comentário