terça-feira, 22 de novembro de 2011

«Psicanálise e Dialética Materialista» - José Bleger







                           «PSICANÁLISE 
                                                      E 
DIALÉCTICA MATERIALISTA»
  JOSÉ BLEGER

TRADUÇÃO: M. FRANCO DE SOUSA
CAPA: CORREIA DE PINHO
DIRECÇÃO: LIMA RODRIGUES
159 Págs.
SÉRIE CULTURA CONTEMPORÂNEA
GALERIA PANORAMA
LISBOA - s/d
TÍTULO ORIGINAL:
«PSICOANALISIS Y 
  DIALECTICA MATERIALISTA»
 2ª Edição
Editorial Paidós
BUENOS AIRES-1969



O autor, no prólogo à 1ª edição, quer que esta obra seja considerada na sua totalidade, como uma introdução e, como tal não deverá ficar por aqui. Constitui, antes, um começo. Porém não teve início como livro; integrou-se lentamente na tentativa de esclarecer, o próprio autor, quanto à psicologia psicanalítica e, assim, pode considerar-se também, como parte de uma biografia correspondente aos últimos seis ou sete anos dedicados totalmente a estudar, investigar, aprender e utilizar a psicanálise, vividos em todas as direções da ´praxis` mais exigente: livros, aulas, seminários, tarefa terapêutica, ensino e a própria psicanálise.
Cada capítulo é um momento desse processo ou uma síntese elaborada em momentos mais lúcidos deste desenvolvimento, em que o autor via resolvidas determinadas interrogações ou colocados possíveis raciocínios ulteriores.
O que atrás foi referido, explica, entre outras coisas, que se encontrem algumas repetições de conceitos, mas que o são apenas aparentemente, pois que retomam e integram, se aprofundam e esclarecem, em contextos e momentos diferentes da espiral dialética da aprendizagem e da investigação. Neste sentido os capítulos seguem-se cronologicamente e constituem, no conjunto, a crónica de uma investigação. Na primeira edição, com exceção dos capítulos 5 e 6, todos foram escritos sem intenção de imediata publicação. A publicação destes estudos justifica-se pelo que os problemas nele tratados tocarem alguns pontos nevrálgicos do momento em que se encontrava o desenvolvimento da psicologia, e ainda porque as correntes científicas inspiradas e orientadas pelo materialismo dialético, tocavam nessa altura, o ponto álgido em que estabelecem contacto com a necessidade da psicologia. Orienta o Autor o desejo de contribuir para recolocar e problematizar os factos e o propósito de brindar - especialmente com os que que se iniciam na psicologia e na psiquiatria - à possibilidade de novos caminhos.
O Autor afirma cumprir o grato dever de exprimir o seu agradecimento a todos os Membros do Instituto de Psicanálise e muito particularmente ao Dr. Enrique J. Pichon Rivière, pois que muitas das ideias expostas na obra foram elaboradas a partir dos seus ensinamentos, e alguns desenvolvimentos apresentados nesta obra se basearem nas suas teorias e hipóteses. Contudo, a responsabilidade por estes estudos cabem apenas ao Autor, pois o apreendido passou ativamente pela experiência e a ideologia pessoal no grau máximo que resultou possível.


Decidida uma segunda edição do livro o Autor não encontrou razões para o modificar e conservar o que foi escrito, mantendo desse modo o que expôs, e continuando a acreditar firmemente que a posição sustentada é correta e frutífera.



ÍNDICE

PRÓLOGO DA PRIMEIRA EDIÇÃO
PRÓLOGO DA SEGUNDA EDIÇÃO
INTRODUÇÃO - EPISTEMOLOGIA E PSICANÁLISE
CAPÍTULO 1 - GEORGES POLITZER. A PSICOLOGIA E A PSICANÁLISE
CAPÍTULO 2 - ESQUEMAS REFERENCIAIS UTILIZADOS POR FREUD
                      2.1 - A física mecanicista
                      2.2 - O evolucionismo
CAPÍTULO 3 - PSICOLOGIA DINÂMICA
                      3.1 - Dinâmica
                      3.2 O conceito de força
CAPÍTULO 4 - DRAMÁTICA
CAPÍTULO 5 - DRAMÁTICA E DINÂMICA EM PSICOLOGIA DOS INSTINTOS
CAPÍTULO 6 - A SESSÃO PSICANALÍTICA
                      6.1 - ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL E METODOLÓGICO
CAPÍTULO 7 - DESARTICULAÇÃO DA DIALÉCTICA NA TEORIA PSICANALÍTICA
                      7.1 - Lógica formal e dialética em psicanálise
                      7.2 - Descoberta da alienação e da contradição na e sua 
                              elaboração nocional
                      7.3 - Transposição do movimento dialético em movimento mecânico 
                              e da conduta em instintos 
CAPÍTULO 8 - DIVISÕES ESQUIZÓIDES EM PSICOPATOLOGIA
                      8.1 - Introdução
                      8.2 - Objetivos
                      8.3 - Divisão esquizoide
                      8.4 - Alienação
                      8-5 - Alienação e divisão esquizoide
                      8.6 - Esquizoidia
                      8.7 - Alienação e psicopatologia


Bibliografia geral



http://www.6tesis.com.ar/articulos/el_psicoanalisis_y_el_materialis.htm
http://www.investigacion.cchs.csic.es/rihp/Temas6/psicoanalisis
http://es.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Bleger
http://psicopsi.com/pt/bleger-jose/
http://www.cartapsi.org/mexico/psimar5.htm

           

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

«Marxismo e Estruturalismo» - Lucien Sebag







«MARXISMO 
E ESTRUTURALISMO»

  LUCIEN SEBAG


TRADUÇÃO: FELICIANA TORRES
EDITORIAL PÓRTICO
LISBOA- s/d

TÍTULO ORIGINAL: 
«MARXISME ET STRUCTURALISME»
PAYOT
PARIS-1964
(Edição de bolso-1967)
247 páginas


Lucien Sebag (Tunes,1934 - Paris,1965) suicidou-se em 9 de Janeiro de 1965. Tinha trinta e um anos. A tentativa de assinalar as lacunas, as tensões que marcaram a sua existência, apenas nos levaria a reconstruir esta em função do seu fim. Evidentemente que este género de exercício é sempre possível, mas também se pode considerar a sua vida como uma narrativa interrompida no meio de uma frase, mesmo no momento em que ia culminá-la.

O seu projeto foi sempre filosófico. De formação marxista, Sebag não podia encarar este projeto fora de uma ação política que lhe daria o seu sentido pleno. O desfasamento que todavia descobriu pouco a pouco entre a ação real e a ação ideal levou-o a duvidar da oportunidade do seu militantismo. Era preciso compreender este desfasamento, portanto repensar a sociedade antes de trabalhar para a transformar.

O estruturalismo, na medida em que concordava com a corrente geral da ciência, surgiu-lhe como a única alternativa para o pensamento marxista; a psicanálise e a etnologia forneceram objetos privilegiados à sua reflexão. (Tenha-se presente que Lucien Sebag era seguido pelo psicanalista Jacques Lacan e que o eu suicídio ocorreu devido a uma grande e louca paixão por Judith, a filha de Lacan).

«Marxismo e Estruturalismo», a única obra que publicou em vida, repensa em termos filosóficos esta evolução que de seguida se resume:
De 1953 a 1955, Lucien Sebag, militante ativo do Partido Comunista Francês, contribuiu para o nascimento da oposição comunista nas diversas células de estudantes (principalmente a de filosofia). 

A resposta não se fez esperar muito tempo: a direção do PCF desmantelou a oposição, que se arriscava a conquistar uma influência demasiado grande no panorama político e criou a U.E.C. (Union des Étudiants Communistes); Sebag não se inscreveu nela e prosseguiu uma atividade clandestina. Excluído do Partido, esteve até 1960 ligado a vários movimentos de extrema-esquerda. Não se tratava de uma vida abstrata: algumas ruturas foram-lhe bastante penosas.

Foi então que, por volta de 1956 descobriu a psicanálise, tal como era pensada na época por Jacques Lacan. Era passar de uma história da sociedade comandada por uma infra estrutura essencialmente económica para a história individual, regida por outra infra estrutura: a do inconsciente. Mas uma relação tornava-se inversa: o sujeito produtor de sentido tornava-se primeiramente um sujeito tomado no sentido; a ordem própria do simbólico tinha as suas razões que a razão conhecia mal.

Esta racionalidade secreta apenas para ser descoberta nas relações de um indivíduo com a família ou a sociedade, mas no projeto de culturas inteiras: era esse o programa proposto pela obra de Claude Lévi-Strauss, que abriu a Sebag não só um campo, mas também um método, em que as antinomias consciente-inconsciente, individual-coletivo, superestrutura-infraestrutura perdiam a sua pertinência em proveito de uma coerência lógica que unificava todos os níveis da investigação. 
Todavia, um novo desfasamento surgia à distância, problemático para as ciências do homem, entre o observador e o objeto da sua pesquisa sobre o qual se recusa a atuar. Já não se tratava para Sebag senão de compreender. Fora do domínio da linguística, o estruturalismo alcançou os resultados mais espetaculares no estudo das sociedades sem escrita. Sebag apaixonou-se por este campo privilegiado.

A partir de 1961 empreendeu o estudo da mitologia dos índios 'Pueblo'. De Janeiro de 1963 a Janeiro de 1964 esteve com Guayaki do Paraguai e os Ayoréu da Bolívia. Um primeiro estudo sobre os sonhos de Baipurangi, jovem índia Guayaki, surgiu alguns meses depois do seu regresso.

Teria realizado a síntese com que sonhava? Os trabalhos etnológicos especializados ter-lhe-iam permitido descobrir modelos aplicáveis à sociedade em que vivemos? Teria podido reduzir o desfasamento entre o compreender e o agir? Teria considerado, pelo contrário, que, nas condições históricas em que estamos, o divórcio entre o pensamento e a ação não podia reduzir-se ao tempo de vida de um homem e teria portanto persistido numa atitude científica? Estas perguntas e outras sem resposta e sem fim, que fazemos sobre a continuação da vida de Sebag, são as mesmas que continuamos a fazer a todos nós.


                                                            ÍNDICE

Introdução

1 - Premissas Hegelianas

2 - Da Significação do Marxismo

3 - Ideologias e Pensamento Científico

4 - Ciência e Verdade









domingo, 20 de novembro de 2011

Do ´Prólogo` à obra «O Rei Dos Reis» - Philip Yordan

                                                                     POMPEU


                                                                  MITRÍADES VI








No ano que posteriormente se designaria por 67 a. C. , o cônsul romano Cneus Pompeius, vulgo Pompeu, foi incumbido de varrer do Mar Mediterrâneo os piratas que o assolavam e cujas rapinas haviam feito subir vertiginosamente, em Roma, o preço dos cereais. Ao fim de quarenta dias Pompeu livrou dos piratas aquele mar, mas não se contentou com vitória tão fácil. As aclamações que essa simples façanha lhe valeu em Roma inflamaram-lhe a ambição política. Apoiado pelo seu grande amigo Júlio César, Pompeu lançou-se à reconquista de todas as províncias da Ásia Menor que Roma dominara e deixara perder às mãos dos Persas. Dessa maneira. o Império Romano ia estender-se a terras que jamais tinham vivido sob o signo da águia.
Também aqui Pompeu se mostrou invencível. O pior inimigo que Roma possuía naquela parte do mundo, o rei Mitridates VI, foi estrondosamente derrotado e repelido para a Crimeia. Em 64 a. C. a Síria tornava-se província romana e um ano depois o fogoso cônsul cingia Jerusalém, a Cidade Santa da Judeia, com um anel de ferro.
A Judeia resistiu mais encarniçadamente do que qualquer dos outros objetivos da grande onda de conquista desencadeada por Pompeu. As legiões romanas cercaram a cidade murada durante três meses; vezes sem conto viram repelidos os seus ferozes ataques e as suas fileiras dizimadas pelos Judeus, na defesa amarga e heroica da Cidade Santa. Mas acabou por suceder o inevitável: abrindo largas brechas nas muralhas, as tropas invasoras irromperam através delas, numa torrente irresistível, e a cidade caiu em seu poder.

Pompeu encontrava-se na vanguarda das legiões vitoriosas que penetraram aos magotes na praça do Templo de Jerusalém. A indiferença do cônsul para com a própria segurança era fruto da sua raiva contra a desesperada resistência dos Judeus - imprevista para os Romanos - como das lendas que corriam sobre os grandes tesouros ocultos no Santo dos Santos do Templo. No seu grande corcel negro, o famoso cabo de guerra fez, desdenhosamente, com que os cascos do animal pisassem os cadáveres dos defensores e, sempre montado, subiu os largos degraus do Templo, atravessou o Salão dos Pagãos, o Salão das Mulheres, o Salão dos Sacerdotes, passou pelo altar dos sacrifícios e chegou até às portas fechadas do santuário interno, o Santo dos Santos.
As poucas mulheres que restavam com vida e o punhado de sacerdotes que tinham sido poupados olhavam com horror, enquanto o romano fazia parar o animal e contemplava as portas que davam acesso ao santuário. Atravessando a cavalo os salões externos, Pompeu profanara o Templo como nenhum outro antes dele o fizera. Atrever-se-ia agora à injúria final, invadindo o Santo dos Santos, que só os sacerdotes mais venerandos e sábios tinham pisado até então? Sim. Pompeu era capaz disso, porque era capaz de muito mais. Arriscar-se-ia mesmo a provocar a cólera de qualquer deus para chegar aos montões de diamantes e rubis e às estátuas de ouro maciço que, segundo lhe tinham dito, estavam escondidos no Santo dos Santos. O cônsul saltou da sela, fazendo tinir a armadura e seguiu na direção daquelas portas hostis.

Ouviu-se um gemido, e uns doze sacerdotes, na maioria idosos e decrépitos, agruparam-se no caminho de Pompeu, barrando-lhe a passagem. O cônsul, com a boca franzida por um gélido sorriso, contemplou durante um momento e deu uma ordem incisiva. Alguns dos soldados arremessaram as azagaias, outros avançaram com as espadas largas e curtas, os gládios. O caminho para o Santo dos Santos estava aberto!

E assim Cneus Pompeius, o homem que deveria tombar anos mais tarde às mãos traiçoeiras de um dos sues próprios centuriões, derrotado, desonrado e fugindo dos seus antigos fieis amigos - que depois se voltaram contra ele - foi o primeiro pagão a entrar no Santo dos Santos do grande Templo de Jerusalém. Não encontrou ouro algum, nem diamantes, nem rubis: em vez dessas riquezas, seus olhos depararam com um salão de piso de pedra, na extremidade do qual se via estendido um simples véu de seda.

No primeiro choque de desapontamento, Pompeu praguejou; depois atravessando o aposento com um sorriso metálico, estendeu a espada, rasgou o véu e derrubou-o. O tesouro devia estar, sem dúvida, atrás desse pano.
Mais uma vez, porém, não havia tesouro algum, nem pedras preciosas, nem ídolos de ouro incrustados de gemas riquíssimas. Apenas um altar sem adornos, e sobre ele um pergaminho com inscrições hebraicas.

O conquistador romano ficou de pé, uns instantes, refletindo no rosto aquilino uma profunda deceção; depois, com outra praga, saiu do santuário, segurando numa das mãos de grossos dedos o tesouro dos Judeus, que supusera valer um milão de talentos ou mais, uma riqueza incalculável, e que, afinal, não passava de um simples pergaminho.

Os ajudantes de Pompeu notaram-lhe a expressão de ira no rosto moreno, mas não fizeram perguntas E quando ele abandonou o Templo em largas passadas, derrotado na própria  hora do seu triunfo, com todo o orgulho destruído pela ambição lograda, seguiram-no em silêncio.

Lá fora, na escadaria, um judeu idoso e curvado que milagrosamente escapara às lanças e aos gládios, acocorou-se e estendeu a mão ossuda. Cego pela ira e pela desilusão, sem saber exatamente o que fazia, Pompeu atirou-lhe com o pergaminho e continuou. 

O maior tesouro da Cidade Santa, a Torá ou Lei de Moisés, foi, desta forma, devolvido aos judeus, e tal facto serviu para lhes minorar a mágoa da servidão nos cinquenta anos seguintes em que Jerusalém e a Judeia sofreram o jugo romano.


sábado, 19 de novembro de 2011

«O Rei dos Reis» - 'Uma história de Jesus e as Suas palavras inspiradoras' - Philip Yordan






«O Rei dos Reis»
'Uma história de Jesus e as Suas palavras inspiradoras'
 Philip Yordan
 
Romance

Tradução: José Camacho
Coleção Cinema - 2
Portugália Editora
Lisboa-Janeiro 1962
221 págs.

Título original:
«King of KingsS»
by Samuel Bronston, Productions, Inc.



A vida de Jesus é o tema que mais tem inspirado escritores, pintores, escultores, músicos e artistas de todo o género. O cinema desde cedo foi atraído, como não podia deixar de ser, pela sugestão irresistível desse mesmo tema.

Este livro possui o interesse de ser não o argumento sobre o qual se baseou a grandiosa obra de Samuel Bronston, produzida pela Metro Goldwyn Mayer, mas o inverso, isto é a recriação literária de alguém que, tendo visto o filme, nos conta o que viu, tal qual um repórter a quem fosse dado o privilégio de assistir aos acontecimentos que iluminaram a história da Judeia, há cerca de dois mil anos

Esse repórter, Philip Jordan, estava presente, quando Pompeu, o cônsul romano conquistou a 'Cidade Santa' e ousou entrar no 'Santo dos Santos' do 'Templo de Jerusalém. A tragédia dos Judeus folheia uma nova página.

Mas Philip Jordan vai ser espectador de factos ainda mais espantosos. A conquista da Judeia é apenas o primeiro quadro da sua odisseia. Depois conhecerá Lúcio, o centurião romano, o homem que formara o carácter e a consciência na servidão militar e no princípio indiscutível de que as verdades de Roma, as ordens de César, são as únicas ordens deste mundo. Habituado a obedecer, mesmo quando a razão o aconselha em contrário, Lúcio Catão encontra-se em Jerusalém naquela noite em que Belchior, Baltasar e Gaspar seguem a Estrela que lhes anuncia o nascimento do novo Rei da Judeia.

Um obscuro centurião como tantos outros das legiões imperiais, entra na História ao introduzir junto de Herodes os três Reis Magos. Vai conhecer Jesus dentro em pouco, quando Herodes lhe ordena o massacre dos inocentes de Belém: vê-o na manjedoura, junto de sua Mãe: e sente pela primeira vez, aquela estranha, inexplicável força que o impede de levantar a espada sobre a criança rodeada por um halo de luz.

Lúcio voltará a encontrar Jesus, doze anos depois; e é ainda a mesma estranha força que o impele a salvar a mesma criança que vira no seu berço de palhas. Mas acreditaria alguma vez (se um profeta lho dissesse) que seria ele o advogado de Jesus, quando o divino Mestre comparece perante os tribunais romanos? Nessa hora começará a desaprender tudo quanto até então havia aceitado como lei. Surpreende-se a combater Roma, a Infalível, embora saiba que vai ser vencido, e este não é o menor dos prodígios num homem que, como soldado romano, estava habituado a combater por causas antecipadamente ganhas.

No entanto, no mais fundo da sua alma, uma doce voz lhe dizia que aquela Causa iria vingar no Tempo, nos séculos que haviam de vir!...


Nota: As dezasseis fotos que acompanham este livro, assim como a ilustração da capa, foram amavelmente cedidas pela Metro Goldwyn Mayer e são extraídas do grandioso filme realizado pela mesma empresa.


http://www.tcm.com/mediaroom/video/63505/King-Of-Kings-Philip-Yordan-A-TCM-Featurette-.html


terça-feira, 8 de novembro de 2011

O ´Caso` Dreyfus- A ´Carta Aberta` de Émile Zola- E o ´pretexto` para a formação do «Sionismo»

     
          ´CARTA ABERTA` ao PRESIDENTE DA REPÚBLICA FRANCESA, por ÉMILE ZOLA
                                                                         «J'ACCUSE...!»



              1ª Página do Jornal  «L'AURORE», (´Deuxième anné - Numero 87 - Cinq centimes
 Jeudi  18  Janvier  1898) (´Segundo ano- Número 87 - Cinco cêntimos - Quinta-feira 18 de Janeiro 1898)

                                                                                      A C U S O


                                                           CARTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


                                                                                  EMÍLIO ZOLA




                                Imagem feita em ´scanner` do ´fac-simile` propriedade minha, 
                                               pedindo desculpa por ter sido dobrado!


  Nesta primeira parte encontra-se apenas parte do imenso texto escrito pelo corajoso EMÍLIO ZOLA!




                                 O ´ANTI-SEMITISMO` ESPALHAVA-SE EM FRANÇA!...




O ´Caso`  (´L'Aaffaire`), como ficará a ser chamado e conhecido na História, tem início em 1894: Um acontecimento banal vai levar um Capitão, de seu nome Alfred Dreyfus, a ser condenado por traição, degradado, e condenado à deportação perpétua sendo degredado para a tristemente famosa Ilha do Diabo, frente à costa da Guiana Francesa!

Em 1896, um Coronel francês, Piquart, tem a honesta frontalidade de revelar que Dreufus foi acusado e declarado culpado sem razão! Esta importante revelação faz com que a opinião pública comece a comover-se, tanto mais devido ao facto de Dreyfus ser Judeu rico e alsaciano.

A esquerda francesa não duvida mais da sua inocência. Emílio Zola, amigo íntimo do malogrado Jaurès, decide escrever uma carta aberta ao recém-eleito Presidente de França. Essa carta publicada no jornal «L'Aurore», surge como um demolidor artigo, intitulado ´J'Accuse` - ´Eu Acuso`, demonstrando que o Ministro da Guerra acobertou com a sua autoridade toda uma série de ilegalidades!

Zola, foi conduzido perante o Tribunal, sendo o intrépido escritor condenado a um ano de prisão!
A França apaixona-se e divide-se em dois campos, dado o anti semitismo se confundir com o nacionalismo!...

Em 1899, o ´Processo´ é revisto em Rennes, porém o desfecho será uma nova condenação...Amnistiado em 1900, Dreyfus terá ainda de aguardar seis anos por uma verdadeira reabilitação! Durante a Grande Guerra servirá a sua Pátria no Campo de Honra como brilhante oficial de Artilharia!

Este facto levou os judeus europeus a refletir que seriam sempre vítimas nas nações europeias, mesmo que o seu passado fosse de grande empenhamento pelas respetivas ´pátrias`... Em 1895, Theodor Herzl , natural da Hungria escreve a obra que está na origem do ´Sionismo`: «Der Judenstaat» («O Estado Judeu»)! Em 1897 Herzl organizou o 1º Congresso Sionista, que decorreu em Basileia, na Suiça!



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

«Manual de História da Igreja» - Obra Coletiva - Sob a Direçao de Hubert Jedin (10 Tomos)


«MANUAL DE HISTORIA 
        DE LA IGLESIA»
(«Manual de História da Igreja»)
Publicado sob a direção de Hubert Jedin
Seccion de Historia
BIBLIOTECA HERDER
BARCELONA
Título Original: 
«HANDBUCH DER KIRCHENGESCHICHTE»
VERLAG HERDER


Obra colossal, elaborada a seguir ao Concílio Vaticano II, por um conjunto de eminentes historiadores, que Hubert Jedin (uma das maiores autoridades sobre o Concílio de Trento) coordenou e teve sucesso na independência, verdade e esforço ecuménico!
Trata-se de uma verdadeira História da Igreja, com carácter 'Ecuménico' e com perspetiva 'Eclesial'. Não se trata das ultrapassadas Histórias de pendor 'Eclesiástico', com realce do Clero em detrimento de todos os Cristãos!
Obra de grande folego e ambição. Seus 10 volumes somam o imenso número de 8551 páginas!





TOMO PRIMEIRO
«INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA IGREJA» - Hubert Jedin
«DA IGREJA PRIMITIVA AOS COMEÇOS DA GRANDE IGREJA» - Karl Baus
631 págs.






TOMO SEGUNDO
«A IGREJA IMPERIAL - DEPOIS DE CONSTANTINO ATÉ FINS DO SÉCULO VII»
Karl Baus, Hans-Georg Beck, Eugen Ewig e Hermann Josef Vogt
1083 págs.





TOMO TERCEIRO
«DA IGREJA DA PRIMITIVA IDADE MÉDIA À REFORMA GREGORIANA»
Friedrich Kempf, Hans Georg Beck, Eugen Ewig e Josef Andreas Jungmann
759 págs.




TOMO QUARTO
«A IGREJA DA IDADE MÉDIA DEPOIS DA REFORMA GREGORIANA»
Hans-Georg Beck, Karl- August Fink, Josef Glazik, Erwin Iserloh e Hans Wolter
1008 págs.




TOMO QUINTO
«REFORMA PROTESTANTE» - «REFORMA CATÓLICA» E «CONTRA REFORMA»
Erwin Iserhold, Josef Glazik e Hubert Jedin
939 págs.




TOMO SEXTO
«A IGREJA DO TEMPO DO ABSOLUTISMO E DA ILUSTRAÇÃO»
Wolfgang Müller, Quintin Aldea, Johannes Beckmann, Louis Cognet, Patrick J. Corish,
Oskar Köhler, Heribert Raab, Burkhart Schneider e Bernhard Stasiewski
882 págs.




TOMO SÉTIMO
«A IGREJA ENTRE A REVOLUÇÃO E A RESTAURAÇÃO»
Roger Aubert, Johanes Beckmann, Patrick J. Corish e Rudolf Lill
1073 págs.




TOMO NONO
«A IGREJA MUNDIAL DO SÉCULO XX»
Gabriel Adriányi, Pirre Blet, Johanes Bots, Viktor Dammertz, Erwin Gatz, Erwin Iserloh, Hubert Jedin, Georg May, Joseph Metzler, Luigi Mezzardi, Franco Mollinari, Konrad Repgen, Leo Scheffczyk,
Michael Schmolke, Bernhard Stasiewski, André Tihon, Norbert Trippen, Roberto Trisco, Ludwig Volk, Wilhelm Weber, Paul Ludwig Weinacht
1060 págs.





TOMO OITAVO
«A IGREJA ENTRE A ADAPTAÇÃO E A RESISTÊNCIA»
Roger Aubert, Günter Brandmann, Jakob Baumgartner, Mario Bendiscioli, Jacques Gadille,
Oskar Köhler, Rudolf Lill, Bernhard Stasiewski e Erika Weinzierl
835 págs.






TOMO DÉCIMO
«A IGREJA DO SÉCULO XX EM ESPANHA, PORTUGAL E AMÉRICA LATINA»
Quintin Aldea, Ana Maria Bidegan, Eduardo Cárdenas, José Dammert, Óscar de Figueiredo, Hernann González, Raimundo Grigoriou, Maria Antonieta Huerta, Elbio Lopez, Antonio Montenegro, Luis Pacheco. José Miguel Romero, Iván Tavel, J. Vaz de Carvalho, Juan Carlos Zuretti
1364 págs,