quinta-feira, 2 de junho de 2011

«A Boa Sociedade» - Vittorio Possenti





             
         
       «A BOA SOCIEDADE»
              ´Sobre a Reconstrução 
                 da Filosofia Política`
                 Vittorio Possenti

Tradução: 
Natércia Maria Mendonça
Capa: 
Paula Calheiros e José Soalheiro
Fotografia da Capa: 
Augusto da Conceição Silva
Revisão: 
Manuel Maria Rosa
Coleção Estudos e Ensaios
IDL - Instituto Amaro da Costa
LISBOA, 1986
Depósito legal: Nº 12935/86
311 pags.

Título original:
«La Buona Società» -  Sulla 
Riconstruzione della Filosofia Politica`

Vita e Pensiero
Publicazioni dell'Università 
Cattolica del Sacro Cuore 
Milão, 1983




«Há muito tempo que a filosofia política se debate com graves dificuldades, pelo que cada vez mais, se põe em dúvida a sua existência. Seria pagar tributo à melancolia alinhar ordenadamente citações extraídas de escritos de numerosos autores contemporâneos, todos concordantes em afirmar o desaparecimento, por agora, da filosofia política, uma das mais nobres e antigas disciplinas que, nos universos filosóficos clássico e moderno, brilhou sempre pela sua vigorosa presença.

A filosofia política vive hoje na cultura numa condição paradoxal que se diria criada expressamente para intensificar, para além de toda a opinião, a investigação e a inquietação do pensamento e não para o conservar numa condição subliminar.

A crise da filosofia política é um aspeto importante da mais geral e já não nova crise do Ocidente. As dificuldades do Ocidente encontram inequívoca expressão na sua cultura, que vai perdendo as sua qualidades próprias, a consciência da sua própria missão e aquela abertura universal que a tornou, durante muitos séculos, um coeficiente fundamental da aceleração da história. 

A vocação específica da cultura ocidental era a de se estender a si mesma e ao seu próprio futuro não como algo de particular e de ´idiomático` , mas como morada universal, onde o futuro se projetava como futuro de toda a humanidade. O Ocidente está habituado a compreender-se como portador de valores e fins para todos e, por isso, como promotor de civilização; acreditava no progresso para uma prosperidade sempre maior que, por sua vez, tornaria possível a obtenção da liberdade e da justiça numa sociedade alargada cada vez mais a todos os seres humanos, onde cada um é livre e igual aos outros.

O objetivo da presente obra é o de desenvolver algumas problemáticas consideradas essenciais num processo de reabilitação  e de reconstrução científica da filosofia política: a crise da filosofia política não é secundária e periférica, inverte mesmo, completamente, os seus fundamentos, suprimidos os quais desaparece a possibilidade de um conhecimento filosófico do facto político. É pois natural, e até necessário, que as tentativas de recuperação da filosofia política se concentrem nos conceitos e categorias, sobre os quais se ergue o seu edifício cognoscitivo.

Um livro de filosofia nasce para expor o que atormenta intelectualmente pessoas tais o autor deste livro, que escreve sobretudo para se esclarecer e porque confessa estar insatisfeito com as soluções correntemente apresentadas. Legitimamente tem o desejo de persuadir quem o ler; este objetivo, contudo, apesar de importante, seria secundário, isto é, consecutivo à exigência imperiosa da busca e da conquista de um satisfatório consenso!


                                                              ÍNDICE
 
INTRODUÇÂO

I. A CRISE DA FILOSOFIA POLÍTICA

II. POLÍTICA E FILOSOFIA POLÍTICA


III. CIÊNCIA E FILOSOFIA NA POLÍTICA

IV. RACIONALIDADE DO POLÍTICO, BEM E VALOR
ANEXO:A queda no irracionalismo: o problema da razão
                prática em Kelsen

V. VICISSITUDES DA FILOSOFIA POLÍTICA

VI. CRISTIANISMO E POLÍTICA
EXCURSO: As ideias políticas de Pascal e de Donoso Cortés
                      A linha humanístico-integral

VII. FORMA E CATEGORIAS POLÍTICAS

ÍNCICE ONOMÁSTICO





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