sábado, 30 de outubro de 2010

«Discos Voadores» - 'Seu enigma e sua explicação»

                                                           ´UM MITO MODERNO?`










   «DISCOS VOADORES» 
'SEU ENIGMA E SUA EXPLICAÇÃO'
      DESMOND LESLIE ( 1ª PARTE )
     GEORGES ADAMSKI ( 2ª PARTE )



Tradução: Fernando de Castro Ferro
Edição - Livros do Brasil - Lisboa ( s/d )
309 pags
Nota: Dado a data ser omissa há quem refira a sua edição em 1957,
porém em Portugal será melhor ficar 196?
Título original: 
´Flyinfg Saucers have landed` - 
1953

Desmond Leslie, um erudito em assuntos esotéricos e ocultistas, desenvolve a parte 'lendária', com enorme cópia de referências bibliográficas!
Georges Adamski, concentra-se nos dados conhecidos sobre 'OVNI's' e 'alienígenas'



Quando da edição desta obra nos EUA, ainda havia pouca informação sobre aquilo a que C. G. Jung denomina de ´rumores`...e ´boatos`.... (cf. «Um Mito Moderno»)!
Porém há já milhões de anos, dizem as tradições antigas e estranhas legendas do nosso pequeno planeta, numa época em que Marte, Vénus e a Terra se encontravam numa conjunção íntima, estendendo-se numa via magnética assim formada, apareceu uma enorme, resplandecente e radiante nave possuidora de um poderio e de uma beleza deslumbrante, trazendo para a terra «três vezes trinta e cinco» seres humanos de uma perfeição para além dos nossos mais elevados ideais; mais deuses do que homens; reis divinos de arcaica memória, sob cujo governo mundial um monstro hermafrodita e vacilante se transformou em homem sexual e inteligente. ( Ver: ´The Tibetan` - 'Djwal Kool' e Alice Bailey, ´A Treatise on Cosmic Fire` - (Um Tratado sobre o Fogo Cósmico? ; Annie Besant, ´The Pedigree of Man; Helena Petrovna Blavatsky (Blavatskaya) - H.P.B. , «The Secret Doctrine», vols. I e III; A.E. Powell, ´The Solar System` ; Charles Webster Leadbeater e Anie BesantT, ´Man: whence, how, and whither` - O homem : quem é, donde vem e para onde vai ).
As artes pelas quais estes mais antigos membros da Família Solar impeliam as suas naves, levantavam grandes pesos e ordenavam os seus desejos sobre os elementos naturais (dizem as ´legendas`), foram comunicadas aos nossos primeiros antepassados que, mais tarde, construíram naves resplandecentes para seu uso próprio, e, com uma intuição colossal, exploraram os etéreos espaços e procuraram desvendar os mistérios das mais ocultas profundezas.
Eles compreendiam e dominavam estados da matéria cuja existência a moderna ciência mal suspeita, e edificaram formas alheias às realizações estropiadas da matéria tangível.
Desde essa época até aos nossos dias, foram vistas e registadas construções terrestres, e construções de uma infinidade de outros mundos, no nosso céu.
Em 24 de Junho de 1947, quando Kenneth Arnold viu uma esquadra de dez resplandecentes discos circulares a navegar  rodopiando a uma velocidade de mil milhas por hora, lançando-se por entre os picos em volta do Monte Rainer, Estado de Washington, as notícias espalharam-se pelo mundo à velocidade das ondas da luz, e iniciaram a comoção que se veio a apelidar de discos voadores.
O propósito deste livro é o de tentar desvendar o que poderá ser essa ´coisa` que as autoridades não desejam que conheçamos. E o resultado dessa curiosidade em estilo Pandora é uma queda nas águas de Stygian, bem fora do nosso alcance, e também fora do alcance, assim parece das autoridades, governamentais e científicas, que seriam contrárias, pelo menos de um modo ´aberto e público`, a considerar tais possibilidades. E na verdade não é esta a sua função, pois quando os governos começam a sondar o rio Styx (rio que., segundo a mitologia grega, rodeava o mundo inferior e onde residiam os espíritos), os resultados nem sempre são benéficos para os governados!...




                                                           EDIÇÃO ORIGINAL (1953)

Em 1951, o nosso compatriota e Académico, Hugo Rocha escreveu e deu à estampa, uma obra que colheu de surpresa muita gente, até homens de grande cultura, que não lhe pouparam os elogios!
Infelizmente nunca tive acesso a esse livro: ´O Enigma dos Discos Voadores`!...








«O Segredo de Joanna D'Arc» - Péladan









«O Segredo de Joanna D'Arc»
      Péladan

Tradução de Violeta de Alcantara Carreira
Edições Cultura Brasileira

A figura  de Joanna D'Arc ainda suscita discussões. A Literatura e a História apropriaram-se da sua pessoa não para estudar-lhe os contornos humanos, e sim para a tornar obscura e lendária, ao arrepio de toda e qualquer consideração de ordem científica.
Péladan (1858-1918) procede de modo inteiramente diverso. Não a rebaixa, como fez Voltaire mas também não a eleva para fora da esfera do mundo real. Joanna encontra aqui o seu maior interprete. Não é uma deusa, mas uma heroína de proporções descomunais. A salvação da França, transfigura a donzela.
Ela é o génio em ação e a sublimidade do génio, por vezes não se confunde com os mistérios da divindade, tal como a nossa pobre imaginação concebe a divindade?
A explicação rigorosamente histórica de Joanna D'Arc, nenhum dos que dela se ocuparam no-la dá com poder de síntese que Péladan demonstra nesta obra de 121 págs. Tudo quanto se precisa saber a respeito do tempo e dos acontecimentos desencadeados pela donzela, encontram-se neste livrinho. é o seu grande mérito. A admiração pela guerreira lorena, longe de mirrar, aumenta ao contacto dessa análise admirável. Os fatores históricos que tornaram possível o seu advento, o objetivo perseguido pela heroína, o culto estético que ela alcança ainda hoje, tudo está admiravelmente estudado pelo grande esoterista Péladan!



DIVISÃO DA OBRA:

INTRODUÇÃO 7

I - A BELEZA DA DONZELA 11
II- A DONZELA E O DIABO 43
III-O SEGREDO DE JOANNA D'ARC 75
IV- JOANNA D'ARC E O MÉTODO HISTÓRICO 9


INTRODUÇÃO (PÉLADAN)

Os quatro estudos aqui reunidos mão se destinam aos que se acham no ponto de iniciação. Só interessam  àqueles que, mesmo em história, propendem para os desenhos e os esboços. Há ideias na ordem dos factos; quem não tem tempo para as realizar, deve oferecê-las àqueles que delas podem tirar maior partido.
Essa especialização, de origem alemã, que dirige a alta cultura e faz da história, menos um género do que uma carreira, interdita ao homem de imaginação a possibilidade de alterar os anais, se este não possui patentes, graus e licenças que o jacobinismo, zelosamente igualitário, colocou em todas as vias espirituais, para afastar os sintetistas. Neste estudo, procura-se primeiro reconstituir a beleza da Donzela - e isso  poderá servir aos artistas.
Analisa-se em seguida os dois processos - o de 1431 e o de 1449 - para estabelecer que as acusações canónicas da condenação, não foram canceladas pelo direito eclesiástico.
Enfim - o segredo da Donzela é revelado, indicando o método seguido, De aí quatro proposições:

´PROPOSIÇÃO ESTÉTICA` - Joanna D'Arc deve ser representada como anjo em vez de virgem
e santa.
´PROPOSIÇÃO DOGMÁTICA` - a atribuição feita ao Diabo, dos factos extraordinários, foi a causa de grandes crimes religiosos e continua a ser a origem de muitos erros.
´PROPOSIÇÃO HISTÓRICA` - a missão  de Joanna D'Arc foi uma obra franciscana e as forças religiosas tornaram-na possível, porque a sorte da Igreja estava ligada à da França.
´PROPOSIÇÃO TEÓRICA` - o sobrenatural literário do Antigo Testamento não é o mesmo que o sobrenatural histórico que nos mostra sempre suas origens e a sua lógica, sem por isso deixar de ser sobrenatural!





                                                         JOSEPHIN PÉLADAN



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

«Evolução Filosófica do Espírito Humano» - José Augusto Corrêa

Autor de imensa obra, publicada em livros, 
sendo que dois foram traduzidos para francês 





«A EVOLUÇÃO PHILOSOPHICA 
                        DO 
         ESPIRITO HUMANO»
        JOSÉ AUGUSTO CORRÊA
Imprensa de Manuel Lucas Torres
LISBOA - 1916
476 pags


Do ´Preambulo»


Pessoas ilustradas e amigas admiram-se de que o autor se ocupe de filosofia quando o mundo estremece ao pavoroso desenvolver da mais tremenda conflagração de todos os tempos da humanidade e, principalmente, porque em consequência dos decisivos acontecimentos atuais, a literatura entrou em nova fase, adaptando-se às condições sociológicas e históricas do momento.

Primeiro que tudo é preciso não confundir a literatura com a ciência, da qual a filosofia é o conjunto, o complemento e a súmula indispensável e imortal. A ciência - eterna e imperecível - evoluciona ao impulso intelectual de apóstolos dedicados que, para enriquecê-la, em vez de conquistar territórios derramando criminosamente o precioso sangue humano e calcando aos pés compromissos de honra, desbravam as entranhas da terra, pairam na imensidade etérea, aprofundam os arcanos da própria inteligência e aí conquistam, pacífica e gloriosamente, ideais, elementos novos. cuja aplicação e cujo desenvolvimento favorecem e dignificam a humanidade. 

O espírito humano evoluciona incessantemente à procura da verdade e da verdadeira sabedoria, iluminado pela filosofia, na generalidade e, especialmente, pela filosofia da história, que é a análise feita por ele e por intermédio das leis que governam o mundo moral, aos factos capitais produzidos nos anais dos tempos.

O pensamento humano - até à prova indiscutível de que os destinos da humanidade são obra de Deus - é a única potência, invisível e formidável, que agita e desenvolve as sociedades, as imortaliza na História e subsiste, nas criações humanas, ao pó da gerações e dos séculos.


Nota:
Porque razão no nosso país, Portugal, um autor como José Augusto Corrêa, é praticamente votado ao olvido? Na NET em pesquisa em língua portuguesa apenas uma referência:
http://memoria-africa.ua.pt/Default.aspx?TabId=166&language=en-US&q=ED+h.+b.+torres&p=13


Porém a editora era bem conhecida:
http://docbweb.cm-lisboa.pt/plinkres.asp?Base=ISBD&Form=COMP&StartRec=0&RecPag=5&NewSearch=1&SearchTxt=%22ED%20Imprensa%20de%20Manuel%20Lucas%20Torres%22


Em contrapartida, a França dele se lembra! Em importante estudo sobre a cidade de Paris, no ´site` - ´Memoire Online`- é citado na bibliografia do referido estudo, com o título: «Le Paris souterrain dans  la littérature», de Céline Knidler ( A propósito de uma das suas obras traduzidas para francês: ´´Paris -Lumière, Paris- Ténèbres` , cuja existência pode ser verificada na imagem da contra-capa, abaixo):
'Paris subterrâneo na literatura'

https://www.memoireonline.com/01/09/1922/Le-Paris-souterrain-dans-la-litterature.html






Leonardo Coimbra, afirmava que Portugal era o país mais antifilosófico do planeta e, penso eu, o mais ingrato para a memória de quantos pensaram. escreveram e deram à estampa as suas obras!




terça-feira, 26 de outubro de 2010

«A Primeira Filosofia» - ´Anterior ao Cristianismo e ou Fora das Comunidades Cristãs`- S. Perestrello de Vasconcellos









«A Primeira Filosofia»
   ´Anterior ao Cristianismo e
ou Fora das Comunidades Cristãs`



                       «A descoberta da verdade é difícil. Ninguém
                           consegue inteiramente atingir a verdade.
                           Ninguém deixa de atingir um pouco de ver-
                           dade. Individualmente ou não contribui-
                           mos nada, ou pouca coisa; mas de todos 
                           os esforços reunidos não deixa de resultar
                           qualquer coisa de considerável.»


                            (Aristóteles, «Metafísica», II, I, I )


S. PERESTRELLO DE VASCONCELLOS


EPISTEMOLOGIA - ONTOLOGIA - COSMOGONIA - TEOLOGIA -
- PSICOLOGIA- COSMOLOGIA - MORAL - ÉTICA - LÓGICA


                             TOMO I 


LISBOA - IMP. EDITORA MINERVA
EDIÇÃO DO AUTOR
LISBOA - 1958
384 págs. , acrescidas de índice alfabético


                           DEDICATÓRIA
              à minha mulher.


                             Em Memória
              do meu tio João Perestrello que me
              legou a maior parte dos livros que 
              me permitiram fazer este estudo.~




DEFINIÇÕES


A primeira dificuldade que surge ao iniciar que se segue consiste na limitação do campo a cobrir e na definição dos termos Epistemologia e Ontologia, dentro do campo da Filosofia ou Metafísica.

O autor pretende neste livro dar, resumidamente, as exposições da maioria dos filósofos para se poder fazer ideia dos seus pensamentos desde a antiguidade até à nossa era, de forma a facilitar a apreciação desta parte da filosofia numa única obra. Não pretendemos entrar numa crítica profunda dos pensamentos expostos, pois que para isso nos falta competência, mas daremos uma ideia do que se trata, do que se tem publicado sobre 'A Primeira Filosofia'. Para não tornar o livro demasiado grande, vamos dividir o estudo em três tomos independentes; um cobrindo o período até ao Cristianismo e os outros posteriores ao Cristianismo. No primeiro incluiremos também as especulações dos filósofos, que ainda que posteriores ao Cristianismo não
eram Cristãos nem faziam parte da comunidade cristã.



 Nota: Há vária décadas adquiri este livro com a esperança de poder encontrar os    2º e 3º  Tomos
  Até hoje, nada! Nada sei, da família do autor quem era ou ainda é!... O que posso            garantir é o facto de vários ´Alfarrabistas´ me afiançarem não ter havido continuidade.
Apesar do I TOMO, aqui referido, ter sido impresso na ´Minerva` , é 'Edição do Autor, como está explícito no corpo da obra, logo no início!
             
Ficarei grato a quem tenha a disponibilidade e gentileza de me dar ´alvíssaras`....




             

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

«A Rede do Terror» - ´A Guerra Secreta do Terrorismo Internacional´







  «A REDE DO 
        TERROR»
  ´A GUERRA SECRETA DO
TERRORISMO INTERNACIONAL`
CLAIRE STERLING


Tradução: 
F. Oliveia Faia
Publicações Europa-América, LTD
Edição n.º 4196/3467
340 páginas

Título original:
´THE TERROR NETWORK`
NEW YORK - 1981
ISBN: 0030506611


´Achas absurdo eu ir matar um
homem, só porque me mandaram?
É essa tua mentalidade burguesa. 
Não achas absurdo que te mandem
escrever um artigo?`
'Um membro anónimo das Brigadas Vermelhas
italianas ao semanário romano ´Panorama`


Ficamos chocados com histórias sensacionais de assassínios políticos, desvios criminosos de aviões, sequestros e matanças, à escala mundial. Pois. por fim temos um relato aprofundado do terrorismo em ação- um relato que, ultrapassando o sensacionalismo, documenta como é que acontecimentos aparentemente sem relação, ocorrendo em extremidades opostas do Globo, se encontram de facto interligados, deliberada e sinistramente, numa rede internacional, numa ´guerra santa`.
No decurso da sua exaustiva investigação - que a levou a dez países nos quatro continentes- , Claire Sterling teve de ouvir do conselheiro do presidente Carter para terrorismo, do Departamento de Segurança Nacional, as rudes palavras: ´Você, realmente não acredita nesta patacoada do terrorismo internacional, pois não?`.
A resposta curta foi: ´Acredito, sim` - A longa resposta da Autora é este relato impressionante da rede internacional de terrorismo, que se estendia de Havana a Teerão; o seu alvo último são as democracias ocidentais e aqueles que as apoiam; o beneficiário (e patrão, coberto e às vezes descoberto) são os inimigos do Ocidente.
Por aqui passam os próprios terroristas - variando numa escala musical exótica, desde Giangiacomo  Feltrinelli, o editor italiano milionário e aspirante a revolucionário que foi pelos ares ao tentar dinamitar um poste de alta tensão nos arredores de Milão. ao gorducho ´playboy`e assassino venezuelano Carlos, o Chacal, a Petra Krause, que dirigia um serviço de entrega de armas ´para uma seleta clientela europeia.
gregos, iranianos, bascos espanhóis, ´provisórios` irlandeses, o Bando Baader-Meinhof, Bigadas Vermelhas italianas, os esquerdistas franceses, o diretório europeu dos Palestinianos. Por aqui passam também os seus banqueiros, estrategos, apologistas, iludidos e vítimas - e líderes do palco mundial, como o coronel Qaddafi, da Líbia, que oferece simpatia, aprovação e uma quantidade ilimitada de ´petrodólares` para os ajudar na sua guerra clandestina.

                                                            ÍNDICE

Prólogo
1. 1968, quando tudo começou
2. Feltrinelli, o patrão
3. A estranha carreira de Henri Curiel
4. «Annababi»
5. Um guia turístico para a clandestinidade
6. Operação Leo
7. Os Palestinos chegam à Europa
8. Carlos
9. A guerra mais longa: o Ira Provusório
10. Terror no país basco
11. A solução Ishutin
12. A Turqia: a anarquia
13 Os pólos magnéticos (I): Cuba
14. Qaddafi, os dólares paternais do terrorismo
15. Os pólos magnéticos (II): a resistência da Palestina
16. O beneficiário
Epílogo
Bibliografia


Nota: Dado o carácter polémico e polemizante do livro deve consultar-se:

domingo, 24 de outubro de 2010

«No Mundo Desconhecido» - Lapas de Gusmão







    «NO MUNDO 
 DESCONHECIDO»
  LAPAS DE GUSMÃO


´O MISTÉRIO DA MORTE`
´O CONCEITO DO UNIVERSO`
´A IDEIA DE DEUS`


1937
Tip. da Empresa Nacional de Publicidade
Lisboa - Edição do autor




Nunca deturpes a verdade para servir as
tuas convicções, os teus interesses, ou as
tuas paixões.


Os deturpadores conscientes da verdade
são como aqueles charlatães da praça pú-
blica, que, julgando iludir e ludibriar os
incautos e os simples, não conseguem mais
que despertar o desdém e a irrisão das
pessoas de bom senso.


Não há mentiras, disfarces ou sofismas
que consigam destruir a verdade, e esta,
na hora do seu inevitável triunfo, escorra-
çará para a treva da condenação pública,
todos aqueles que pensaram poder alterá-la
ou corrompê-la ao sabor de seus desejos 
tenebrosos e suspeitos.
                                               L. de G.


O mistério da Morte - O conceito do Universo - A ideia de Deus - problemas eternos que neste livro o Autor tenta enunciar e apresentar, não em exposições suculentas ou divagações cansativas, mas sob forma leve, vivida e dramatizada, em termos de poderem ser apreendidas por todas as inteligências.

Problemas eternos são chamados e com inteira razão, porque nunca o espírito do Homem (na conceção do Autor) logrará decifrá-los e compreendê-los em toda a sua plenitude, não obstante as doutrinas fantasiosas das religiões, as efabulações metafísicas e lendárias da fé, as investigações positivas da ciência ou as lucubrações. mais ou menos filosóficas e mais ou menos profundas, do génio humano.

Para o Autor, desde sempre, esses problemas preocuparam a Humanidade e a preocupá-la continuarão por todos os tempos, visto ultrapassarem as possibilidades da sua inteligência e da sua razão, e jamais eles serão, porventura, desvendados porque, quem sabe? talvez constituam problemas. sim. mas apenas existentes na ansiedade da alma humana.

Posta a problemática nestes termos, quem ousará ter a estulta pretensão arrogantemente definitiva, ou ao menos uma explicação inteiramente inédita, sobre tão magno e angustioso assunto?
Através das indicações da razão e das sugestões da fantasia do Autor, terá ele conseguido vislumbrar uma fugidia sombra da Verdade?

Terá sequer existência real essa suposta Verdade que, segundo pretendem inculcar, todo o homem, conscientemente ou inconscientemente, guarda no fundo de si mesmo?

O autor adverte não dever o sentido total desta obra ser interpretado na restritiva significação das palavras, nem segundo o desenho exterior das figuras ou símbolos que o animam e movimentam; antes não deve esquecer-se que muitas vezes têm as ideias de corporizar-se para melhor penetrarem na compreensão comum. 

Haverá, acaso, quem se escandalize com o pensamento ou com a forma dada aos assuntos versados nestas páginas? As ideias, quando são sinceras e vivem acalentadas na consciência, vencem preconceitos, convenções, interesses, perigos ou ameaças, afirma desassombradamente L. de G. !

Para o Autor, heróis não são apenas os que fundam impérios, conquistam cidades ou massacram o seu semelhante, heróis são também, e porventura bem maiores, os que agitam princípios ou erguem conceções no sentido da emancipação do espírito humano agrilhoado. E assim, as consciências violentadas são como labaredas explosivas que tanto mais alastram quanto mais tentam comprimi-las.

Posto isto, deve o leitor desta obra, dispor-se, não a digerir sufocantes dissertações abstrativas, mas a seguir uma fantasiosa e ligeira narrativa, que talvez tenha o mérito, ao menos, de prender a sua curiosidade!


http://capeiaarraiana.wordpress.com/2007/11/20/%C2%ABuma-noite%C2%BB-de-lapas-de-gusmao/

sábado, 23 de outubro de 2010

«Reflexões Sobre a Crise Contemporânea» - J. Ranvil - Prefácio do Dr. Sant'Anna Dionísio





      «REFLEXÕES 
   SOBRE A CRISE 
CONTEMPORÂNEA»
             J. RANVIL
Prefácio do Dr. Sant'Anna Dionísio
SEARA NOVA, 1951


Do ´PREFÁCIO`


Quis a isenção e largueza de espírito do autor deste livro que lhe déssemos algumas palavras como proémio das suas reflexões. A tarefa é-nos grata. E sentimo-nos perfeitamente à vontade, tanto para dizer todo o bem que o livro merece como para exprimir as restrições que, com sinceridade, julgarmos dever apontar. É claro que seremos breve e o mais possível discreto, tanto no encómio como na crítica restritiva, pois seria igualmente quebra de decoro fazer às claras, o elogio de uma pessoa em sua própria casa, assim como aproveitar a sua confiança para a contrariar e aborrecer com descabidas rasuras. Num prefácio não é lícito fazer ostensivos panegíricos nem ofício de cardeal diabo. Dito isto, tentemos esclarecer o que importa.

No primeiro relance se vê claramente que estamos em presença de um livro juvenil; portanto, profundamente sério. Com efeito, muito mais do que na velhice, - o homem é sério na sua juventude. Na velhice, a chamada experiência da vida dá em regra uma visão demasiado cautelosa das coisas e dos homens-, enquanto que, no limiar da idade adulta, ainda sobrevivem muitas das virtudes espirituais da infância e da adolescência: o coração é puro, o olhar comovido, a alma simples, a inteligência ingénua, mas vigorosa, nos seus voos rápidos. Por isso nessa idade se realizam as mais belas obras do espírito.

Impressionado com as linhas de discórdia, ameaçadoras, que se cruzam na época em que vivemos, o autor juvenil deste livro tenta transferir, em uma centena de meditações breves mas relativamente estruturadas, as angústias e esperanças que o tremendo espetáculo do mundo moderno faz perpassar pelo seu espírito.

Um ou outro leitor poderá iludir-se pelo acento melancólico e por vezes acentuadamente doloroso da obra e supor que se trata de uma refração de alma profundamente pessimista. Será porém enganosa essa impressão. No íntimo, no espírito do Autor lateja uma refletida esperança que, logo no limiar da sua obra, sobriamente se exprime nestes termos: «Cremos que tudo se encaminhará para o mesmo fim. Esperamos que suceda à crise um ciclo de relações harmoniosas, logo que se haja completado o imprescindível reajustamento entre as diversas tendências.»

Em súmula, parece-nos que o seu pensamento poderia assim exprimir-se: A Humanidade atinge no nosso tempo um instante decisivo e como nunca dramático. Tudo freme. Os valores tradicionais, sacudidos por uma crise sísmica, somem-se e são necessários novos valores para substituir os que se submergem.

Ainda que de fôlego breve (propositadamente breve, estamos em crer) estas ´Reflexões sobre a crise contemporânea` oferecem inestimáveis sugestões sobre as raízes longínquas da velha doença e da possível convalescença do Homem. A leitura de algumas dezenas de páginas dedicadas à auscultação do mundo antigo, tranquilamente feita à luz do pensamento dos mais representativos filósofos dessa idade (Platão e Aristóteles), será seguramente um  dos prazeres mais vivos do leitor  que tiver olhos para ver o que há de tónico neste livro discreto e sério. E o mesmo poderíamos dizer daqueles passos, tão certeiros e sóbrios, em que o Autor analisa os sintomas de desagregação dos tempos modernos. Em dois traços breves, J. Ranvil dá-nos, por exemplo, logo no limiar do livro, o justo apontamento do significado dos desvios e abastardamentos de duas expressões de Arte: a pintura e a música, esta, aqui e além, transformada em pura ´nevrose do ruído`, pervertida pelo furor mecânico da vida contemporânea, aquela representando, nas suas criações irracionais e teratológicas, ´a angústia que dilacera a alma da Humanidade.`


(Excertos do Prefácio da autoria do Dr. Sant'Anna Dionísio)


Nota: 
Tive a honra e o privilégio de conviver na cidade do Porto com o grande Homem que foi o saudoso Dr. Sant'Anna Dionísio, porém só em Lisboa e há poucos anos tive a oportunidade de adquirir a obra, aqui referida, num ´alfarrabista`; entretanto o eminente prefaciador, discípulo de Leonardo Coimbra e muito independente nas ideias, em relação aos amigos e antigos colegas, tinha falecido.
Eis a razão de referir uma obra de rico conteúdo, mas cujo autor J. RANVIL desconheço e assim, num momento de recuperação de problemas da minha saúde que praticamente me afastaram da NET, aqui fica o pedido a quem tenha conhecimento do Autor das ´Reflexões` de nos esclarecer!
Desde já o meu agradecimento!






sexta-feira, 22 de outubro de 2010

«A CRISE DA EUROPA» - ABEL SALAZAR







«A Crise da Europa»
  Abel Salazar
Nº 31 - 4ª Secção- 
Nº 2 - Povos e Civilizações - 
d) Idade Moderna e Idade Contemporânea
Cosmos- Lisboa, 1942


Sumário
Condições limitantes da História como Ciência 
* Sistemas históricos* Idade da Europa
Regressão económica*Dissolução mística do pensamento
* O Dilema da Europa



Não pode deduzir-se das teorias expostas neste trabalho que o homem tem de entregar-se, de braços cruzados, a um fluir fatal da história: e isto precisamente porque a vontade , a razão, a emoção, são forças integradas no mecanismo da história, sem as quais mesmo o seu movimento seria impossível. Por forma que, ao mesmo tempo, reconhecemos a impotência e a utopia das ideias, e a sua eficácia como forças.
Simplesmente, a par e passo que o homem se vai erguendo à consciência da mecânica da história, a sua posição modifica-se: e tende naturalmente - ou tenderá um dia - a utilizar em seu benefício o conhecimento dessas forças e as suas leis, em vez de lhe opor um imperativo ideológico ´a priori` - como tem feito até aqui e continua fazendo.
É esta a meu ver, a grande translação histórica que se nota, no fluxo do tempo, pelo que diz respeito às  relações do homem com o mundo histórico.
Notemos ainda que o conhecimento da mecânica da história, longe de de ´mecanizar` o homem, o coloca numa posição que transcende essa mecânica, por conhecimento dela: como o homem transcende o mundo físico por conhecimento dele. 
A verdadeira ´mecanização` do homem reside, pelo contrário, neste desconhecimento: porque então o homem é joguete ´inconsciente` das forças da História.
Desta forma - e ao contrário da maneira de ver geral - a ciência, e neste particular, a ciência da História, longe de ´mecanizar` o Homem, é a única forma deste se erguer acima dessa mecânica: pela ´consciência` que ele toma dela.
Até ao momento atual - e ainda no momento atual - o homem tem estado na posição - um tanto burlesca, forçoso é dizê-lo - de alguém que, junto dum regato que inunda o campo, tentasse desviá-lo de seus malefícios por apóstrofes religiosas, políticas ou sociais: em vez de, como faz o camponês, utilizar para esse fim a força da gravidade.
No fundo, a humanidade está hoje ainda num período primitivo de «magias»; onde apenas as magias do tipo primitivo foram substituídas pelas ideologias, utopias, místicas e outros imperativos análogos, em que reina ainda a fantasmagoria do mágico.
Por outra palavras, o período científico da História está ainda longe; a época atual, com seus conflitos, é talvez desse período o prelúdio.
Sendo assim, a evolução histórica será definida principalmente por esta translação do espírito humano da fase não científica para a fase científica: translação esta conduzindo o homem da inconsciência para a consciência da sua história. E como o conhecimento científico da história significa a possibilidade de utilizar as suas forças em benefício da humanidade, dentro pelo menos de certos limites, é de prever que a humanidade possa elevar-se, de futuro, a um nível social e moral incomparavelmente mais elevado do que o atual - tão elevado, relativamente, que ao Homem dessa época a história atual aparecerá como um conjunto de singulares paradoxos e de chocantes absurdos.
Por outro lado, como as Artes, em sentido largo, não são mais do que a expressão da Emoção ante o Mistério do Mundo, e que, assim, dependem de uma visão  do Mundo, é de prever que, ante um novo panorama desse Mundo - o panorama da futura Ciência - terá lugar um renovamento da Emoção, e, portanto, um Renascimento das Artes: pois que esse novo panorama do Mundo terá igualmente, como o antigo, ou mais ainda do que o antigo, a sua carga emotiva de Mistério. E o Homem, avançando no Desconhecido, e dominando cada vez mais o Mundo e a História, verá assim aumentar essa carga emotiva, e será cada vez mais, no futuro, artista e poeta.
E, nestes diferentes sentidos, as possibilidades não têm limites nem fim.
                                                                                                                
 A. S.


http://cmas.up.pt/
http://en.wikipedia.org/wiki/Abel_Salazar
http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2007/12/crise-da-europa.html


terça-feira, 19 de outubro de 2010

«História da Igreja» - Pierre Pierrard (versão brasileira)







«HISTÓRIA DA IGREJA»
PIERRE PIERRARD

TRADUÇÃO: ÁLVARO CUNHA
REVISÃO: LUÍZ JOÃO GAIO
EDIÇÕES PAULINAS
SÃO PAULO - 1982
NOVA EDIÇÃO: EDITORA PAULUS
ISBN: 8534903735
TÍTULO ORIGINAL: ´HISTOIRE DE L'ÉGLISE CATHOLIQUE`
Desclée & Cie, Paris, 1978


Esta ´História da Igreja' (Católica), do saudoso Pierre Pierrard, bem elaborada, acessível, estruturada com delicadeza, vem suprir a falta de sínteses da ´História da Igreja`, para aqueles que desejarem conhecer as raízes do Cristianismo e o caminhar da Igreja no tempo. O Autor afasta-se do academismo, da erudição, das inúmeras citações bibliográficas, sendo seu objetivo colocar ao alcance do grande público uma síntese criteriosa. Não é um livro para especialistas, mas para iniciantes!

Sob títulos muito sugestivos, oferece ao leitor as articulações, o dinamismo, as tensões e os fracassos de uma evolução que nos faz compreender a caminhada da Igreja no Mundo.

Durante vários séculos, entre a Idade Média e até ao século XIX, a História era considerada como uma coleção de ´modelos` e os seus propósitos como uma ´lição`... Ora os ´ensinamentos da História não devem limitar-se a essas normas, baseadas no imobilismo do homem e das sociedades. 

As mais das vezes, a história da Igreja foi essencialmente uma ´História Eclesiástica`, isto é , um relato dos eventos relacionados com o clero!....Aí surgem as adaptações casuísticas...de aí a impaciência! dos ´reformadores` (falo em sentido geral!).

Na verdade, a história está imbricada no tecido da fé. que aí encontra não só assuntos exemplares, mas a compreensão do seu dinamismo, pois como nos diz a Constituição Pastoral (´Esquema XIII´), ´Gaudium et Spes`, aprovada pelo Concílio II do Vaticano, II, 26: «o Espírito, que conduz o desenrolar dos tempos e renova a face da Terra, está presente nessa evolução».


NOTA: Este ´clássico` teve duas edições em Portugal, sendo a 2ª bastante bem traduzida e revista!

«Quadro da Historia Universal» - Lopes D'Oliveira









         «Quadro da 
  História Universal»
       ´Evolução da Humanidade`
           Lopes D'Oliveira

Obra terminada em Junho de 1940 e
publicada em 1948!
Editorial Minerva
Lisboa - 1948
294 pgs.


No anterior ´post`, referimos Lopes D'Oliveira a propósito da sua interessante e enorme obra: «História da Revolução Francesa» - 2 vols,  tendo dado mais referências graças ao prestimoso ´Almanaque Republicano`, visto o autor estar esquecido por muitos e assim poder fornecer uma informação tão cabal quanto necessária!

A obra agora abordada, foi terminada pelo Autor em Junho de 1940, em plena II
Guerra Mundial! O Autor maturou se devia ou não atualizá-la, incluindo os factos mais recentes...mas a sua consciência de Historiador e Cidadão honesto impediram esse desígnio!

Isto é referido já depois do fim da obra, a pág. 294, nos seguintes termos:
'As páginas em que tracei o ´Quadro da História Universal` foram terminadas em Junho de 1940, em plena Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945.
É cedo ainda para incluir na História essa espantosa conflagração da Humanidade e as suas consequências?
Confesso que, todavia, o tentei; mas tive de desistir, porque a consciência mo exigiu, e logo a mão vacilou! 
(página 294)

Parede, 11 de Junho de 1948.

                                               Lopes D'Oliveira

Fica assim certa a data da edição (1948), que no Almanaque Republicano fica imprecisa (194?)


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

«História da Revolução Francesa -Lopes D'Oliveira - 2 vols.




«HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO FRANCESA» 
                    LOPES D'OLIVEIRA

1º VOLUME:  AS SUAS CAUSAS * OS ESTADOS GERAIS * A ASSEMBLEIA NACIONAL                                 CONSTITUINTE (336 Págs.)

2º VOLUME: A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA * A QUEDA DA REALEZA * A CONVENÇÃO
                        NACIONAL (935 Págs.)


1ª EDIÇÃO - 1945
2ª EDIÇÃO - 1965
EDITORIAL MINERVA




Como já há bastante tempo aqui referimos, o nosso único propósito consiste. só e somente. colocar à disposição das novas gerações e também dos mais velhos que não estejam imbuídos de ´presunção e água benta`, dizíamos as leituras por mim feitas e que para mim foram importantes!... Nada mais me move, muito mais entrar em ´polémicas`, se bem que como há dias aconteceu vir em ´defesa` de Óscar Lopes, não porque com ele concorde, mas porque sei quais as condições em que foi traduzida, apresentada, impressa e distribuída a «História da Revolução Francesa» de Alabert  Mathiez!...Tinha acabado de chegar ao Porto, vindo de Moçambique jovem de 16 anos tendo, com 11 anos, assistido à prisão de meu Pai por uma brigada da PIDE, vinda para esse efeito de Lourenço Marques à Cidade da Beira e dirigida pelo Roquete, ex-guarda redes do Casa-Pia que se internacionalizou nos Jogos Olímpicos de 1928! Mais tarde, eu próprio fui preso e encerrado em Caxias, juntamente com o saudoso José Bernardino (1962)! E por aqui fico!
A enorme obra de história que hoje vos proponho, foi escrita com Amor e é de cariz positivista, factual, bem longe dos ´Annales`, das ´Mentalidades`, de Fernand Braudel e da ´Nova História`! Contudo numa época dita da ´suspeição`, da ´hermenêutica` e da ´pós-modernidade`, talvez não seja despiciendo´ queimar as pestanas` e mergulhar nos ´factos`!


Dada a imensa produção deste homem simples e erudito que é Lopes D'Oliveira, quase ignorado na Internet, tomamos a liberdade de transcrever a excelente descrição do autor e da obra que encontramos graças ao Prestimoso ´Google Quick Scroll` :




JOSÉ LOPES DE OLIVEIRA

Nasceu em Vale de Açores (Mortágua) em 25 de Dezembro de 1881. Filho de João Lopes de Oliveira e Maria Adelaide de Jesus.

Filho de gente humilde, cedo teve que lecionar para fazer face às despesas. O seu padrinho, pai do escritor Tomás da Fonseca, vendo nele qualidades de estudo e inteligência, ajudou-o bastante. Ainda jovem estudante colaborou em jornais, revistas e panfletos, sendo considerado pelo amor ao estudo e pela defesa que fazia dos seus ideais republicanos. Assim se tornou um prosador forte, sugestivo e original, com qualidades superiores de escritor.

Fixou residência na Parede, concelho de Cascais e lecionou no Liceu Passos Manuel, até ao limite de idade.

Frequentou a Universidade de Coimbra onde se licenciou em Direito em 1905. Foi professor de História e Geografia no Liceu de Viseu.

Ainda jovem estudante, colaborou em jornais, revistas e panfletos e mais tarde, como professor em Viseu, publicou alguns artigos em jornais como A Beira, Sol Nascente e Correio de Mortágua, estes dois últimos publicados em Mortágua. Assim se tornou um prosador forte, sugestivo e original, com qualidades superiores de escritor.

Em 1910 foi professor de História Universal no Liceu Passos Manuel, em Lisboa, onde atingiu na sua vida académica a função de reitor em 1920. Os seus alunos tratavam-no por 'Pai Lopes'. Terminou a sua atividade como docente em 1946.
Após a proclamação da República foi nomeado diretor da Escola Normal de Lisboa. 
Em 1912 é relator de uma tese sobre Educação Cívica na Escola Primária, apresentada no III Congresso Pedagógico.

Em 1913 foi presidente da Comissão Revisora de Livros Didáticos das escolas primárias. O trabalho da referida comissão, teve como resultado a elaboração de um relatório, que é um documento que permite a compreensão deste processo, e onde estão claras as alterações pretendidas, tanto ao nível das finalidades do ensino da história como dos respetivos procedimentos metodológicos.

Politicamente, fez defesa dos ideais republicanos, tendo sido militante do 'Partido Republicano Português' até 1920. 

Foi Chefe de Gabinete de Bernardino Machado. 

Foi convidado para Ministro do Governo Provisório, convite que recusou.
Em 1923 ingressou no 'Partido Republicano Radical', fazendo parte do seu diretório e seu presidente a partir de 1925. 

Em 1949 prefacia a obra de Tomás da Fonseca, Memórias de um Chefe de Gabinete.

Foi iniciado na Maçonaria em Coimbra, na Loja Portugal, em 1906, com o nome simbólico de Rousseau.

Morre em Parede (Cascais) a 3 de Agosto de 1971. 

Obras publicadas: 
Intelectuais: I – Bernardino Machado, Lisboa, 1902.
Intelectuais: II – Camilo Castelo Branco, Lisboa, 1902.
Intelectuais: III – Fialho de Almeida, Lisboa, 1903;
A Justiça e o Homem, Coimbra, 1904;
O Poeta Cavador Manoel Alves, Coimbra, 1906 (em colaboração com Tomás da Fonseca);

Das Últimas Gerações. Sousa Costa, Lisboa, 1911;
“Educação Cívica na Escola Primária” in III Congresso Pedagógico, Lisboa, 1913;
Por Terras de Portugal, 1930;
História do Regímen Republicano. A Propaganda Republicana, Lisboa, 1934;
Memórias. Guerra Junqueiro, Lisboa, 1938;
Rema Sempre! Memórias, Crítica, Paisagem, Lisboa, 1940;
Quadro da História Universal: Evolução da Humanidade, Lisboa, 194?;
As Grandes Figuras da Humanidade – História Geral da Civilização(Direcção e colaboração), 5 vols., Lisboa, 1944-1945;
Eça de Queirós. História das suas obras contadas por ele próprio, Lisboa, 1944;
…E mesmo contra a Maré!, Lisboa, 1945;
História da República Portuguesa, Lisboa, 1947;
Retalhos dum Julgamento, Lisboa, 1954;
Guerra Junqueiro. A sua vida e sua obra, Lisboa, 1954-1955;
História da Revolução Francesa, 2 vols., Lisboa, 1965;

Colaborou com Rocha Martins na coleção Cadernos Históricos, onde publicou diversos estudos como:
- A Democracia. Sua origem, sua eclosão e seu triunfo, os direitos do povo. A Casa dos Vinte e Quatro;
- A Liberdade Portuguesa (1820);
- Páginas Desconhecidas. Oliveira Martins;
- A Primeira Constituição Portuguesa;
- A Revolução de 5 de Outubro de 1910;

Conhecem-se colaborações suas nos seguintes órgãos da imprensa diária portuguesa:
- O Debate, Jornal Republicano da Noite, Editor: João Pedro dos Santos, Lisboa, 1920;
- A Democracia, Diário do Partido Republicano Português, Dir. João Camoesas, Lisboa, 1921; 
- Diário do Povo, Dir. José de Macedo, Lisboa, 1925;
- Diário Popular, Diário Republicano da Manhã, Dir. Celorico Gil, Lisboa, 1929-1930;
- A Montanha, Diário Republicano da Manhã, Dir. A. F. Seixas Júnior, Porto, 1911-1936;
- O Povo, Diário Republicano da Manhã, Dir. Ricardo Covões, Lisboa, 1911-1916;
- A República Portuguesa, Diário Republicano Radical da Manhã, Dir. Luís da Câmara Reys, Lisboa.
- República, Dir. António José de Almeida, Lisboa, 1911- 1975;

Colabora também em inúmeras revistas como:
- Atlântida, Dir. João de Barros e João do Rio, Brasil-Portugal,1915-1920;
- Ave Azul, Dir. Carlos de Lemos e Beatriz Pinheiro, Viseu, 1899-1900;
- A Crónica, Dir. Luís da Silva e Santos Júnior, Lisboa, 1900 a 1906;
- Germinal, Dir. J. Gonçalves e A. Basto, Porto, 1901-1902;
- Ilustração, Dir. João da Cunha de Eça e Artur Brandão, Lisboa, 1926-1939;
- Livre Pensamento, Coimbra, 1905;
- Nova Aurora, Dir. Domingos de Castro, Tábua, 1900-1901;
- Revista Nova, Dir. Apto de Oliveira, Lisboa, 1927;
- Terras de Portugal, Dir. Gomes Barbosa, Lisboa, 1925-1935.

A.A.B.M.


http://arepublicano.blogspot.com/2007_12_01_archive.html


http://republicamortagua.blogspot.com/2010/03/as-escolas-livres-no-concelho-de.html