quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Táctica/Estratégia - Espaço/Tempo - Guerrilha/Guerra Nuclear


Revista 'Hexil (raríssima)
Diretor Dominique de Roux
Introdução e Raymond Abellio
à obra «Trotsky et la Guerre»








O triunfo do tempo sobre o espaço reflete-se sobre a guerra modificando toda a teoria clássica de interação estratégia/tática. A primeira reflexão que me foi dado ler deve-se a um texto que Raymond Abellio escreveu em Agosto de 1972, no qual apreciava os escritos de L. Trotsky dedicados aos problemas militares: «Écrits Militaires»,  Volume 1, Éditions de l'Herne. Dado Dominique de Roux ter abandonado a Direcção dos «Cahier de L'Herne», o texto foi editado à parte!

Diz Abellio, a concluir: 
A guerra atómica implica uma intensa concentração das forças. Esta concentração fica em poder dum pequeno número de responsáveis; o seu próprio poder de extermínio neutraliza ou suspende o seu uso até um «instante», que 'em si' se torna 'único', 'decisivo', pois, segundo todas as probabilidades terá de ser da ordem da 'instantenidade': aqui o tempo sai vencedor sobre o espaço. 
Pelo contrário, a guerrilha é , em limite, completamente desconcentrada; difusa por todos os lados, penetra completamente as massas, o responsável aqui é 'legião'; enfim, não 'extermina', causa 'usura, desgaste', ela destrói lentamente o adversário, quer-se durável e mesmo permanente; é o espaço que aqui vence o tempo. 
No primeiro tipo é realçada a estratégia, no segundo a tática. Estamos frente a uma abertura «absoluta», que escapa à dialética marxista, pois não é da ordem dos limites! 
Uma vez tomado o poder, pelo triunfo da revolução, trata-se então de gerir uma situação na qual a estratégia nuclear lhe escapa, por definição; trata-se de gerir a 'duração' e não mais o 'instante'. Passa-se à 'teoria dos jogos', ao 'domínio da probabilidade', e assim a ideologia marxista vê-se confrontada com o risco de num golpe de 'poker' desencadear e assim sofrer as consequências da 'iniciativa', como por exemplo aconteceu quando Krutchev (o homem que apoiou Lyssenko), foi forçado a retirar os mísseis de Cuba!


Nota: 
Segundo um relatório redigido pelo Comité Senatorial das Forças Armadas dos EUA, houve 3.703 alertas que implicam resposta nuclear.
Em 18 meses, de Janeiro de 1979. a Junho de 1980, a maior parte foram normalmente identificados e não acarretaram consequências. Mas 147 falsos alertas pareceram demasiado sérios e foi necessário ser veloz para certificar-se de que não representavam um ataque potencial!




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