terça-feira, 22 de maio de 2012

«O Isolamento Espiritual da Alemanha» - Francesco Nitti em «Le Mois» - Du 1er Mai au 1er Juin, 1933 - Maulde et Renou - Paris

                                                                 Capa do Nº 29
                                                      1 de Maio a 1 de Junho de 1933



              «LE MOIS»
´Síntese da atividade mundial`

De 1 de Maio a 1 de Junho de 1933
No. 29
Director-Gerente: Émile Maulde
319 págs.


Este número (raro) de «Le Mois» é inestimável, pois permite ao longo das várias rubricas que é hábito conter: (a Política, a Economia, a Vida Social, as Letras e o Teatro,  as Artes, as Ciências) , melhor entender como reagiram certas personalidades da vida pública aos factos consumados ou a consumar pela aliança Nazi-Fascista!


Nesse ano Hitler inicia com a brutalidade que o caracterizava a destruição de tudo o que de democrático tinha deixado a República de Weimar! Weimar foi uma República de Cultura e de boa relação cultural entre homens de várias nações, o que era raro na Alemanha, sempre virada para si própria, contrariamente à Itália, como refere Emil Ludwig na crónica contida neste número e intitulada: «Hitlerismo e  Mussolinismo»! 
E. Ludwig, apesar da sua ligação à Alemanha, pende para a cultura de cariz universalista da Itália sem deixar de mostrar a sua simpatia para com o Duce que lhe concedeu uma longa entrevista, que redundou em livro!...

Em 1933 MussoliniI iniciou a preparação para a invasão e conquista da Etiópia! Nesse mesmo ano o N.S.P.D. de Hitler apoderou-se da Cidade-Livre de Dantzig , sendo em breve Hermann Rauschnind, Presidente da «Cidade-Livre de Dantzig, foçado a fugir para os EUA, ficando a governar ditatorialmente Albert Foster! Este último inicia a sua perseguição aos judeus, aos democratas, aos comunistas e todos os que discordavam do Nacional-Socialismo!


É de reter a profunda análise de Francesco Nitti ex- Presidente de Conselho da Itália, que num primeiro momento colaborou com o Duce, mas decidiu emigrar em 1924! O título da sua crónica é significativo: «O isolamento espiritual da Alemanha!... 

«O primeiro resultado mais evidente da ditadura hitleriana, consiste no isolamento da Alemanha. As violências contra os partidos da democracia e acima de tudo a perseguição dos Judeus fez esfriar os próprios e mais sinceros amigos do povo alemão.

Fui acusado a seguir à Guerra de germanofilia. Nas conferências internacionais de Paris. de Londres, de San Remo, nos meus discursos como chefe do governo italiano, bem como nos meus livros, reconheci os erros dos tratados, mas também de os ter em linha de conta.

Eu próprio neste momento, perante uma Alemanha nacionalista e belicista, vejo que os homens políticos mais notáveis da Europa e da América se colocam nas minhas posições de preocupação!...

Qual a razão que levou a Alemanha a isolar-se espiritualmente , já em 1914?

Creio que nenhuma propaganda contra a Alemanha será mais eficaz que o movimento hitleriano, porém se esse movimento não se transforma, se não perde o seu carácter originário, então arrisca-se a conduzir a um imperialismo ainda mais fatal que o de Guilherme II e dos seus infelizes colaboradores!...»

http://www.ponteiro.com.br/mostrad0.php?w=6071
http://forums.tibiabr.com/showthread.php?t=113103
http://en.wikipedia.org/wiki/Emil_Ludwig
http://skocky-alcyone.blogspot.pt/2009/08/frencisco-rolao-preto-seleccao-de.html



                                          Ao alto a «Guarda de Honra» do Imperador da Etiópia
                                          em baixo à direita o Imperador da Etiópia e à esquerda 
                                             o recém reeleito Presidente Moscicky da Polínia


                                               À esquerda Leon Fraser, à direita o Dr. Schacht
                                                ao fundo, o novo museu geológico de Londres, 
                                               onde se reunirá a conferência económica mundial


                                            Ao alto: ´Anticipação`, acerca do transsahariano,
                                            à esquerda, pela primeira vez em sessenta e três anos
                                              o Papa Pio XI, abençoa a população da cidade de 
                                           Roma; por trás André Siegfried e à direita Emil Ludwig





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