«O HOMEM PERANTE A CIÊNCIA»
GASTON BACHELARD - ERWIN SCHRÖDINGER - PIERRE AUGER
ÉMILE GUYENOT - GEORG DE SANTILLANA - R.e. Pe. DUBARLE
(1952) 7º dos
ENCONTROS INTERNACIONAIS DE GENEBRA
´Texto integral das conferências e debates`
Tradução de MÁRIO BRAGA
PUBLICAÇÕES EUROPA-AMÉRICA
Edição nº 8010/1313
Lisboa, Abril de 1967
493 págs.
Título original: «L'Homme Devant da Science»
Les Éditions de la Baconnière, Neuchâtel, 1953
455 págs.
«Aspiramos», declaram os organizadores dos VII Encontros Internacionais de Genebra, «não a constituir um areópago de técnicos que falem como especialistas, mas uma reunião de investigadores empenhados em lançar pontes entre as fronteiras dos seus domínios particulares, em pôr a nu os prolongamentos das suas descobertas ao nível do que poderá ser um humanismo da ciência»
É precisamente dentro deste espírito que os debates se processam. Os problemas do homem ficam logo bem presentes quando Gaston Bachelard celebra, com um calor entusiástico, as grandezas da vocação científica. Quando Pierre Auger esboça a lenta passagem dos ´valores` heterogéneos a uma unidade fundada na ´informação` científica, ou quando George Santillana evoca os mitos da ciência e as profundas exigências às quais eles querem responder, é ainda a preocupação do homem que se afirma. Não significa isto que o universo seja menos desprezado: basta que nos reportemos, por exemplo, ao impressionante cotejo entre mecânica ondulatória, elaborada por Erwin Schrödinger, e da complementaridade ondas-corpúsculos sustentada por Max Born e Léon Rosenfeld. Mas também a este nível a questão da existência das partículas levanta a da individualidade e da linguagem, tal como as precisões que nos trazem os biólogos sobre o perturbador problema dos verdadeiros gémeos delimitam e esclarecem, como assinala Émile Guyenot, o problema da liberdade humana.
Quanto às aplicações da ciência, elas atingem toda a existência humana. Não ameaçará a medicina científica os direitos da pessoa? Grave questão esta, que retém a atenção de vários médicos eminentes; ou então, se pensarmos nos tempos livres que serão possibilitados pelo progresso da técnica, é todo o problema da cultura popular que se põe.
Em todos os seis aspetos, como nos afirma o Rev.º P.e Dubarle nas suas conclusões, a ciência aparece, efetivamente, como espelho do destino do homem.
NOTA PRÉVIA
Tal como os volumes consagrados as Encontros dos anos anteriores, a presente publicação empenha-se em reconstituir de uma maneira fiel e completa a fisionomia dos debates de Genebra.
Chamamos a atenção de apenas uma conferência, a de Erwin Schrödinger, proferida em alemão, ser excecionalmente publicada na versão original, em virtude da matéria particularmente delicada do seu conteúdo; no entanto, esse texto é acompanhado de um resumo suficientemente pormenorizado para permitir que todos os leitores sigam com exatidão as discussões que se lhe referem.
A comissão organizadora dos E. I. G. sente-se feliz por ter o ensejo de exprimir a sua gratidão a todos cujo generoso esforço permitiu que estes VII E. I. G. fossem coroados de êxito, e em particular à U. N. E. S. C. O. e às autoridades cantonais e municipais de Genebra.
DISCURSOS DE ABERTURA: (4 de Setembro)
Albert Picot - conselheiro do Estado de Genebra
Antony Babel - presidente da COMISSÃO ORGANIZADORA: «A ESCOLHA DE PROMETEU»
GASTON BACHELARD: ´A vocação científica e a alma humana` - conferência de 3 de setembro
1º DEBATE PÚBLICO , presidido por Jean Starobinski - ´A vocação científica e a alma humana`- 4 set.
ERWIN SCHRÖDINGER: ´A imagem atual da matéria` (´Unsere Worstellung von der Materie) - 4 set.
1º DEBATE PRIVADO , presidido por Richard Extermann - ´A imagem actual da matéria` - 5 set.
PIERRE AUGER: ´Os métodos e os limites do conhecimento científico` - conferência de 5 de setembro
2º DEBATE PRIVADO . presidido por Fernand-Lucien Mueller - ´Êxperiência e teoria nas ciências` 6 set.
3º Debate privado, presidido por André Mercier - ´Os métodos e os limites do conhecimento científico` 8
2º Debate público, presidido por Antony Babel- ´Os lazeres e o problema da cultura popular` - 8 de set.
ÉMILE GUYENOT: ´Hereditariedade e liberdade` - conferência de 8 de setembro
3º DEBATE PÚBLICO, presidido por Adolphe Franceschetti - ´Hereditariedade e liberdade` - 9 de set.
GEORGE DE SANTILLANA: ´Os mitos da ciência` - conferência de 9 de setembro
4º DEBATE PRIVADO , presidido por Fernand-Lucien Mueller (10 de setembro):
I - ´Os lazeres e o problema da cultura popular`
II- ´Os mitos da ciência`
4º Debate Público, presidido por René Mach: ´A medicina científica e o respeito pela pessoa`- 11 set,
5º Debate Privado, presidido por Jean Amrouche: ´O homem na e perante a ciência` - 12 set.
Rev. Padre DUBARLE: ´A ciência, espelho do destino do homem` - conferência de 12 de setembro
5º Debate Público, presidido por Jean Amrouche: ´A ciência, espelho do destino do homem`- 13 de set.
NOTA: A tradução feita por um único tradutor, Mário Braga, como era de esperar, permitiu um texto homogéneo, com um critério único de decisão na escolha dos vocábulos e devida interpretação do texto original!...
http://books.google.pt/books/about/O_homem_perante_a_ci%C3%AAncia.html?id=rrI3HQAACAAJ&redir_esc=y
Deve ser muito interessante um debate sobre este assunto: será que a ciência é um mal necessário?!
ResponderEliminarNa minha modesta opinião, penso que sim, a ciência tem de evoluir mas sem esquecer a parte humana.
Hoje pode-se deixar as pessoas viverem "ad aeternum", mesmo que estejam em sofrimento, se não físico, pelo menos psíquico, e isso, a mim, não me parece que seja uma boa opção.
Desculpe este meu comentário, não sou pessoa abalizada para me pronunciar sobre este assunto.
Júlia
A ciência, hodiernamente confundida com a técnica e a tecnologia, tornou-se numa ´vaca sagrada` , ao serviço da especulação e dos conflitos!
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