sábado, 18 de junho de 2011

«A Cultura do Capitalismo» - Alan Macfarlane





  «A CULTURA DO 
    CAPITALISMO»
  ALAN MACFARLANE

TRADUÇÃO: IVO KORYTOWSKI
JORGE ZAHAR EDIROR LTDA
RIO DE JANEIRO, 1989
ISBN: 85-7110-064-0 (JZE, RJ)
TÍTULO ORIGINAL: 
«THE CULTURE OF CAPITALISM»
BASIL BLACKWELL LTD
OXFORD, 1987
INGLATERRA
ISBN: 0-631-13626-6




O capitalismo é mais que um sistema económico: é uma cultura que afeta as bases não apenas económicas, mas também sociais, familiares e até mesmo espirituais da existência. Esta é a essência do que discorre neste livro Alan Macfarlane, eminente historiador inglês, autor de «Família pro propriedade e transição social» (A origem do individualismo inglês), publicado há anos.
Este primeiro, livro acima indicado, causou grande polémica, logo foi lançado, principalmente na Inglaterra e no meio historiográfico em geral. Defendia, na história inglesa, uma visão de continuidade, em oposição à visão revolucionária que atingira o seu ápice, de modo sintomático, nos anos 60. Além desta apreciação sustentava a ideia de que nunca houve, propriamente, um ´campesinato` na Inglaterra!
As implicações de tais afirmações eram contundentes: demonstravam que o ´rei , ou antes, uma enorme quantidade destes reis vão nus`, entre os quais Tocqueville, Durkheim, Tonnies e - por último, mas não menos importantes - Max Weber e Karl Marx. É de calcular que o efeito da obra tenha sido o de uma bomba. Por um lado suscitou resenhas e comentários dos mais elogiosos e entusiásticos, por outro lado deu lugar ao levantamento de iras tremendas e ataques violentos através da imprensa.
Aprofundando ainda mais as suas pesquisas, com a finalidade de ripostar aos ataques mais relevantes, Macfarlane deu início a uma série de artigos que, no decorrer de dez anos, iriam resultar neste livro, «A cultura do capitalismo», obra que responde a questões sobre a natureza e origem da primeira sociedade plenamente industrial e capitalista - a inglesa - e os ensaios que compõem este livro mostram alguns dos resultados desse empreendimento.
Quer como historiador, quer como antropólogo, o autor  tem oportunidade de analisar a sociedade capitalista a partir de um grande número de perspetivas originais. Considera, por exemplo, a natureza do mal, as atitudes em relação ao amor e à família, o fenómeno da violência, as mudanças na população e a revolução. Ora estas sua investigações conduziram-no a respostas a duas questões cruciais e torturantes: De onde vem o capitalismo e qual a sua causa?!
Baseado em novos dados de pesquisa, gerados por estudos pormenorizados das comunidades
históricas e da literatura sobre as sociedades não-ocidentais, este livro oferece-nos uma visão nova sobre as origens da civilização moderna. Informado por grande erudição, espirituoso e de deliciosa leitura, «A cultura do capitalismo» reforça certamente a reputação do seu autor como um dos mais estimulantes e consistentes historiadores ingleses!




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