domingo, 3 de outubro de 2010

«A Crise» - Três números de ´Economia e Politica`





           «LA 
     CRISE» 

Jornadas de estudo organizadas pelo ~
     Partido Comunista Francês,
      a 23, 24 e 25 de Maio de 1975, 
                em Nanterre.
Esta obra constitui os três números 
     d'«Economie et Politique»
    Junho, Julho, Agosto 1975
Nos. 251, 252, 253
Introdução por Georges Marchais
Então Secretário-Geral do PCF
Editions Sociales
Economie et Politique
Paris-1975
271 págs.
Nº de editor: 1626
Depósito legal: 3º trimestre 1975

Nota:
Apesar do interesse destas comunicações, há que entender queestão duplamente
´datadas`: ainda a URSS servia de modelo alternativo ao chamado ´Capitalismo Monopolista de Estado` e acrescido do modo ´maniqueísta` da utilização da expressão ´Capitalismo`!

Para um cabal esclarecimento das deficiências. cf. «Crise da Economia  Soviética» - João Bernardo


«O Partido Comunista explica-se sobre a crise.
A crise do Capitalismo Monopolista de Estado, que se aprofundou e cujas manifestações surgiam em novos domínios, é uma crise global da sociedade no seu conjunto; constitui, a nível internacional - uma crise do sistema imperialista.
A crise não é nem fatal, nem mundial se tomarmos em conta que a realidade dos países socialistas prova que as suas opções económicas e sociais se traduzem por sucessos, em terrenos onde em França os trabalhadores suportam cada vez mais duramente as consequências da crise.»


Na realidade a designação ´capitalismo` refere-se simultaneamente a um ´sistema económico`. isto é a um tipo abstrato de organização e funcionamento de economia, e a um conjunto de regimes económicos - no ´jargão `marxista-leninista estabelece-se igualmente a distinção entre modo de ´produção` abstrato-formal e ´formações sociais `concretas e distintas.
O capitalismo é em regra caracterizado pelo direito à propriedade e pela liberdade de contrato.
O capitalista produz para o mercado e a finalidade é o lucro. Quer dizer, a propriedade privada e a livre concorrência são considerados como o motor da atividade económica.
«Aquilo que distingue a época burguesa de todas as que precederam, é a alteração incessante da produção, o abalar contínuo de todas as instituições sociais, a permanência da instabilidade e do ´movimento`». 
Como se pode constatar, Marx e Engels, ao afirmar na anterior citação de
«O Manifesto Comunista», sabiam muito bem que os regimes capitalistas não se regem pelo modelo do ´eleatismo` , antes são dinâmicos e em constante mudança! Não se trata de tentar saber se as previsões de ambos os pensadores foram ou não confirmadas.
Interessa sim, e muito particularmente no tempo que vivemos, afirmar com Joseph Schumpeter: «O que distingue o economista ´científico` de todas as outras pessoas que pensam, falam ou escrevem sobre assuntos económicos é um conjunto de técnicas, que se podem classificar em três grupos: a história. a estatística e a teoria. As três reunidas formam o que se pode denominar a análise económica.» (´História da análise económica` - Fundo de Cultura - 1964).
É bem sabido que a certos autores repugna a palavra ´capitalismo`, uma vez que interpretam essa designação como um termo de luta engendrado pelos teóricos do socialismo. Porém, é a designação mais habitualmente usada e se as palavras nem sempre correspondem às coisas, exprimem em regra o que as pessoas têm em mente sobre essas coisas.
É importante realçar que o uso desta palavra não deve ser entendido como um rótulo de infâmia, colocado desde logo aos regimes capitalistas. Aqui se separam as águas: nada de ideias fixas sobre o assunto, e muito menos uma atitude maniqueísta como a encontrada nas comunicações apresentadas nas jornadas que foram acima referidas na publicação intitulada: «La Crise»!



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