sábado, 26 de junho de 2010

«SÍMBOLO» - EM JUNG







SÍMBOLO

O ARQUÉTIPO NÃO PODE SER DIRECTAMENTE APREENDIDO, MAS APENAS NA MEDIDA EM QUE SE MANIFESTA UM COMPLEXO OU SÍMBOLO, DENTRO DO ESPAÇO E DO TEMPO. UM SÍMBOLO NÃO É ALGO QUE TENHA SIDO ELABORADO ADREDE PELO PENSAMENTO, COMO UMA ALEGORIA, NEM PODE SER COMPLETAMENTE EXPLICADO EM CONCEITOS MERAMENTE RACIONAIS. É A ILUSTRAÇÃO DE ALGO QUE É VERDADEIRAMENTE REAL, MAS QUE TRANSCENDE A COMPREENSÃO INTELECTUAL PURA E SIMPLES. A REALIDADE PSÍQUICA E A RELIDADE MATERIAL, PASSADA, PRESENTE E FUTURA, PODE ESTAR TODA PRESENTE NO MESMO SÍMBOLO, COMO NOS SÍMBOLOS DA PAIXÃO, DO DIVINO INFANTE, DA«MAGNA MATER», DA CRUZ. NINGUÉM ESTÁ MAIS A PAR DA TENDÊNCIA DA ALMA PARA A MERA FANTASIA DO QUE JUNG, MAS RECONHECE TAMBÉM O PODER QUASE MÁGICO QUE PODEM EXERCER AS SUAS IMAGENS. É ESTE PODER PICTURAL DA ALMA QUE SE MANIFESTA NOS SONHOS, NAS MITOLOGIAS, NA GNOSE, NA ALQUIMIA, E TAMBÉM NA ARTE CRIADORA. NA SUA INVESTIGAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS SÍMBOLOS E MITOS , REALIZOU JUNG UMA OBRA DE IMENSO E PERENE VALOR. A PSICOLOGIA RELIGIOSA, O ESTUDO COMPARATIVO DAS RELIGIÕES, E, ACIMA DE TUDO, O ESTUDO DOS SONHOS, FORAM POR ELE ENRIQUECIDOS, EM LARGUÍSSIMA MEDIDA, EMBORA MUITOS FRUTOS DAS SUAS PESQUISAS, SÓ POSTERIORMENTE VIESSEM A AMADURECER.
NESTE CAMPO, JUNG ESTÁ À CABEÇA DE UM PROGRESSO QUE SE TEM VINDO A REALIZAR HÁ MAIS DE UM SÉCULO E MEIO. TINHA TAL PROGRESSO SIDO PRESSENTIDO NA POESIA DE HÖLDERLIN. PODE DIZER-SE QUE TEVE INÍCIO EM 1859 COM O «ENSAIO SOBRE AS ANTIGAS PEDRAS SEPULCRAIS», DE BACHOFEN. SEGUIRAM-SE-LHE DEPOIS ROHDE, KLAGES, W.F. OTTO, ECKHART PETERICH E KARL KERÉNYI, O QUAL, JUNTAMENTE COM JUNG, PUBLICOU EM 1941 A «INTRODUÇÃO À ESSÊNCIA DA MITOLOGIA». A ESTE GRUPO DE ERUDITOS, DEVEMOS ACRESCENTAR OUTROS QUE ALARGARAM O CAMPO DE INVESTIGAÇÃP PARA O TERRENO RELIGIOSO EM GERAL: INCLUEM NOMES COMO DACQUÉS, WINTHUIS, FROBENIUS, DANZEL E LEOPOLD ZIEGLER, QUE ESTUDARAM MUITO DE PERTO A LINGUAGEM DOS MITOS E DA ICONOGRAFIA RELIGIOSA. O PRÓPRIO ZIEGLER DECLAROU QUE A CONCEPÇÃO JUNGUIANA DAS IMAGENS É O CONTRIBUTO MAIS AMPLO DADO PELA PSICOLOGIA EUROPEIA EM ORDEM A PROPORCIONAR-NOS A CHAVE DAS RELIGIÕES TRADICIONAIS, NA MEDIDA EM QUE ESTAS RELIGIÕES FALAM AOS SEUS ADEPTOS PRINCIPALMENTE ATRAVÉS DAS SUAS IMAGENS E SÍMBOLOS ORIGINAIS. ISTO TRAZ-NOS À MENTE OS COMENTÁRIOS DE JUNG ACERCA DE VÁRIAS OBRAS DA SABEDORIA ORIENTAL: «O LIVRO TIBETANO DOS MORTOS». «O MISTÉRIO DA FLOR DE OIRO», «A GRANDE LIBERTAÇÃO», «O CAMINHO PARA SI-MESMO»-
MAS FOI, ACIMA DE TUDO, NA INTERPRETAÇÃO DOS QUADROS E SÍMBOLOS ALQUÍMICOS QUE JUNG DEU ACESSO A UM MUNDO NOVO QUE ATÉ ENTÃO ERA
COMPLETAMENTE ININTELIGÍVEL PARA NÓS.

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