quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

«ARQUÉTIPOS» - EM JUNG



ARQUÉTIPOS





Ponhamos de lado, primeiramente, a falsa ideia de que os' Arquétipos' sejam «Ideae Innatae - imagens inatas, herdadas. São apenas disposições para a formação de imagens, não se pode encontrar os 'Arquétipos' diretamente, mas apenas indiretamente, através das sua manifestações e de maneira especial, através dos 'Símbolos'.
Poderíamos comparar os 'Símbolos' a cristais concretos, completamente formados, ao passo que os 'Arquétipos' se podem comparar apenas à prefiguração dos cristais a que se dá o nome de «Estrutura Reticular».
Os cristais não são a «Rede», antes  suas formas são governadas pela natureza da «Rede» - serão menores ou maiores, transparentes ou opacas, desta ou daquela forma, consoante à natureza da «Rede» original.
Assim «Mãe» é um 'Arquétipo' singular que se pode comparar com essa «Rede».
Pode. todavia ser «cristalizada» num sem-número de formas - isto é, deusas, imagens materiais de todas as espécies, podem cristalizar, não só na mente de indivíduos diversos, mas também de diversos povos, a luta entre a 'luz' e as 'trevas', também é um 'Arquétipo?, pose ser denunciado no 'mito' do Sol.
O 'Herói' que se escapa do seio sombrio da 'Terra Mãe'. Isto apenas, para mergulhar de novo nas suas entranhas ao findar de cada dia. Pode surgir também no 'mito' do »Herói», que mata o «Dragão», ou como o nascimento de «Cristo» no coração do homem (aqui considerado, não como uma ato da 'graça', antes como uma facto puramente psicológico.
Outro 'Arquétipo', ainda, que pode ser rastreado em diversas formas, 'símbolos' e 'mitos', é o 'conceito' de morte e ressurreição, tal como acontece com os instintos que dão origem a 'tipos' particulares de reação, tal agem os 'Arquétipos' da esfera psicológica. 
Se admitirmos o facto da hereditariedade; se, por exemplo, admitirmos a possibilidade de se herdar o talento musical, como aconteceu na família Bach, então pouco há que ficar  espantado logo ouçamos Jung dizer «que os 'Arquétipos' são herdados precisamente com a «Estrutura Cerebral», pois não são realmente o aspeto psicológico desta».
Tal afirmação não pode ser tomada num sentido meramente materialístico, dado Jung acrescentar: «O 'Arquétipo não é consequência de factos físicos, pelo contrário indica como os factos são experienciados pela 'Alma'. O homem enxerga com seus olhos, o nascer e o pôr do 'Sol', registando esse facto com o nascer e o pôr do 'Sol', servindo-se dos sentidos físicos, dando conta também desse 'alvorecer' e 'ocaso', emprestando-lhe um sentido psíquico, tal  como no 'mito' do «Herói 'Sol'»
Parece ter-se tornado claro a razão pela qual Jung intitula os 'Arquétipos' de «Os órgãos da psique pré-racional». Tal como os nossos órgãos físicos são o resultado de um longo processo de evolução, assim também os 'Arquétipos' são o precipitado (sedimentado) de toda a nossa  experiência como 'Humanidade', e isto desde os seus mais longínquos começos na treva do passado. Tão pouco estão mortos, dado continuar a viver na qualidade de sistemas de reação e de disposição que como que determinam a vida de modo não visível (consciente), porém não menos eficaz.
Todo aquele que cometa uma ofensa contra as 'leis' dos seu órgãos digestivos ou visuais torna-se fisicamente doente. Analogamente aquele que transgredir as «leis« dos 'Arquétipos', torna-se  psicologicamente  doente, pois os 'Arquétipos' são centros de energia, de imenso potencial e prenhes de significado. E dado derivarem da Natureza, suas '«Leis» morais equivalem às regras de higiene, que não se podem transgredir impunemente.
Por outro lado, também os 'Arquétipos' cobrem de bênçãos aqueles que são capazes de viver de acordo com as regras de funcionamento da psique.

Nota:
Seria naturalmente errado, imaginar que se pode descobrir uma maneira possível de estabelecer de forma compreensiva, tanto a origem, tal como a natureza dos 'Arquétipos', dado serem tão profundos como «inconsciente». Por isso jamais poderão tornar-se inteiramente conscientes!

 



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