segunda-feira, 25 de maio de 2009

«Arcano» - Tradição - Centro Primordial




«A Tradição é a transmissão 'Inata' e 'Imanente' de um conjunto de 'meios consagrados' que facilitam a tomada de consciência de 'Princípios' da 'Ordem Universal', já que o homem não 'conferiu' a si próprio a sua razão de viver. 

A ideia mais próxima e mais capaz de evocar o que a palavra significa, seria a de uma filiação espiritual de 'Mestre' a 'Discípulo', de uma influência criadora análoga à 'Inspiração', tão consubstancial ao 'Espírito', quanto a hereditariedade ao corpo! 

Trata-se aí de um conhecimento interior 'coexistente' à 'Vida, duma 'coexistência' e, simultaneamente, de uma 'Consciência Superior', reconhecida como tal, de uma 'Consciência', neste ponto inseparável da pessoa que nasce com ela e constitui a sua razão de ser. Sob este ponto de vista, o ser consiste no que transmite, só existe pelo que transmite e na medida em que transmite!... Independência e individualidade surgem como «ilusões vitalistas» que testemunham um distanciamento progressivo e uma decadência contínua em relação a uma 'Sabedoria Original' .

Este estado original pode ser representado pelo conceito de 'Centro Primordial', de que o 'Paraíso Terrestre' da tradição hebraica constitui um dos 'Símbolos'. Porém, faz-se mister compreender que este estado, esta tradição e este centro constituem três expressões da mesma realidade. Em virtude desta tradição anterior à história, o conhecimento dos 'Princípios' foi, desde a origem, um bem comum da humanidade que mais tarde desabrochou nas formas mais altas e mais perfeitas das 'Teologias' do período histórico. 

Todavia, uma degenerescência natural, que gerou especialização e obscurantismo, cavou um hiato crescente entre a mensagem daqueles que transmitem e daqueles que a recebem! Uma explicação tornou-se cada vez mais necessária, uma polaridade surgiu entre o aspeto exterior, ritual, literal, e o sentido original tornou-se interior, isto é, obscuro e não compreendido!

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